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O sacrifício no satanismo, que pode acabar em crime ou assassinato, reflete também uma barganha em clara intenção de benefício do proponente, portanto, sem necessariamente vestígio algum de insanidade.
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Geralmente os crimes bárbaros e cruéis que envolvem práticas religiosas, satanismo, cultos esotéricos ou coisas do gênero, estimulam uma tendência popular em atribuí-los a alguma manifestação de “loucura”. Imediatamente a psiquiatria é questionada sobre qual eventual tipo de doença mental estaria em jogo.
A primeira questão a ser esclarecida é sobre a vocação popular em considerar louca a pessoa que opta por alguma seita satânica. Quando procuramos na internet páginas que fazem referência ao satanismo, em português encontramos em torno de 5.500 delas, 4.000 em italiano, 7.400 em espanhol, 78.500 em inglês e assim por diante.
Ora, seria muita pretensão da medicina psiquiatrizar essa população religiosamente exótica pelo simples fato de discordarem dos princípios tradicionais do mundo cristão, budista, muçulmano, etc. Não se deve, de forma alguma, psiquiatrizar as pessoas que não comungam a mesma crença religiosa ou mesma ideologia política tradicional do sistema. Se assim fosse, seria manifestação de loucura um cristão vivendo na China em meio a mais de um bilhão de budistas, ou diagnosticar um muçulmano em autoflagelação através da ótica cristã e coisas parecidas.
Nesses casos, talvez seja cientificamente mais correto considerar a doença mental sob o ponto de vista cultural e, em seguida, sob a ótica do sofrimento e, finalmente, de acordo com os estados onde a consciência esteja prejudicada, preferentemente nessa ordem. Se não fosse nessa ordem, ou seja, se negássemos os aspectos culturais, correríamos o risco de considerar doença os milhões de pessoas que apresentam estados de transe, onde há severo prejuízo do estado de consciência, que se observam em determinadas culturas (veja também a página Transe e Possessão) .
Um dos aspectos da natureza humana é a perene vocação em conduzir sua vida, desde o nascimento até a morte, sob os princípios da barganha. O ser humano concebeu Deus com o principal propósito de protege-lo, conforta-lo e impulsiona-lo corajosamente para a vida. É difícil ao cidadão comum entender um deus que se dedique à proteção e cumplicidade com, digamos, seu vizinho. Não se concebe a existência de um deus que exista também para proteger e abençoar seus inimigos. “Se Deus existe, Ele haverá de proteger a mim e minha família, dar-me oportunidades e iluminar meu caminho…. O vizinho, ora o vizinho… deus não se preocuparia com uma pessoa como aquela…”
O exercício da bondade, fraternidade, humildade, honestidade, retidão moral e toda sorte de atitudes pretensamente honrosas, que não são naturalmente fisiológicas ao ser humano comum, têm como primeiro objetivo a reciprocidade, ou seja o desejo de que procedam assim também conosco e, em segundo lugar, que nos garanta um lugar especialmente confortável no céu, se na terra eu não conseguir mais nenhuma vantagem com tudo isso de bom que eu sou. O ponto alto da prática de barganhas com divindades são as tais “promessas” dos cristãos; “- meu Deus, se eu for curado prometo trabalhar gratuitamente em uma instituição de caridade durante um ano”.
E falando em Deus, Ele não deve ter distribuído igualmente entre os seres humanos o egoísmo, existindo sempre aqueles um pouco mais egoístas que os outros. Existem aqueles que, em não tendo suas ambições atendidas por si mesmos e por esforço próprio, porque isso demanda competência, dedicação, determinação…, e por não serem atendidos também por um Deus desejavelmente atuante e participativo, optam por negociar com outras entidades mais fáceis, menos exigentes e mais fisiológicas. Ora, essa tendência em lavar vantagem e procurar alguém que faça por nós não pode, de maneira nenhuma, caracterizar uma doença mental.
Sociologicamente falando, as atitudes humanas são arguidas sob a ótica do comum e culturalmente desejável como atributos de normalidade, ou seja, como se diz vulgarmente, “bater na mãe e arrotar na primeira comunhão” só podem ser atitudes de pessoas endemoniadas.
O sacrifício no satanismo, que pode acabar em crime ou assassinato, reflete também uma barganha em clara intenção de benefício do proponente, portanto, sem necessariamente vestígio algum de insanidade. Normalmente o perpetrante de crimes satânicos sabe sim, e muito bem, discernir o certo do errado, sabe a natureza de seu ato, tem noção das leis e está perfeitamente capaz de se autodeterminar.
Por outro lado, assim como existem doentes mentais nas artes, na política, entre militares, médicos, advogados, religiosos, etc., também existem doentes mentais entre pessoas que se comportam satanicamente. Isso significa que as pessoas que praticam satanismo e congêneres não sejam loucas necessariamente, mas as pessoas loucas também podem praticar satanismo e afins. Portanto, a psicopatologia quer saber: em havendo Doença Mental, que tipo seriam elas? Ou melhor dizendo; quais as eventuais doenças mentais que favoreceriam o desenvolvimento de atitudes satânicas?
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Uma criança foi morta em ritual de magia negra na presença da mãe, na Paraíba (notícia de jornal)
Delegado Paulo Ênio, que investiga o crime, disse que não tem mais dúvida de que a criança foi morta em ritual de magia negra e o padrasto foi o autor.
Ainda de acordo com o delegado, o suspeito revelou de como ocorreu à morte da criança. “Wellington disse que o padrasto matou o garoto, abriu o corpo dele e tirou o sangue da vítima e o colocou em um balde. Ele disse ainda que o cadáver foi lavado para despistar a polícia. O suspeito preso ainda indicou onde o menino foi morto. O objetivo era matar também uma menina de 8 anos”, concluiu João Joaldo.
A criança morreu em ritual de magia negra e os cortes no corpo dela confirmaram o crime macabro. Wellington apenas confirmou nossas suspeitas. O padrasto foi o autor da morte, mas sempre tentou atribuir ao doente mental o homicídio. O rapaz morto por ele no presídio era inocente”, falou. Wellington Soares foi levado para a delegacia seccional de Monteiro.
Sobre sacrifícios religiosos de animais, em 2019 o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por unanimidade, que é constitucional o sacrifício de animais em cultos religiosos.
O relator, ministro Marco Aurélio Mello votou a favor do sacrifício dos animais nos rituais de todas as religiões, não apenas as de matriz africana. Todos os ministros seguiram o mesmo entendimento, desde que sem excessos e crueldade (?).
De acordo com o ministro Alexandre de Moraes, a proibição era devida a uma interpretação “preconceituosa” da prática e estava levando à interdição de terreiros de Candomblé por autoridades administrativas e sanitárias. O ministro afirmou ainda que impedir a prática seria “manifestar claramente a interferência na liberdade religiosa”.
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Transe com Possessão – Psiquiatria Transcultural
Fernando Portela Câmara, psiquiatra clínico, professor da UFRJA, tem um magnífico artigo sobre Transe e Possessão: As Bases da Psiquiatria Transcultural Brasileira. Veja um trecho:
“Quando estudamos todas estas seitas encontramos um fenômeno único sobre o qual assenta-se toda a diversidade dos seus rituais e crenças: o transe com possessão.
Por outro lado, quando estudamos o transe ritual em nossa cultura popular, podemos aprender muita coisa e aumentar significativamente nossa comunicação com nossos paciente, muitas vezes membros ou simpatizantes destes cultos.
Estas seitas oferecem aos seguidores uma terapia transcultural baseada no transe ou mediunismo, recebendo nomes como “desenvolvimento da mediunidade”, “assentamento do santo”, etc. dependendo de sua origem.
Esta forma de psicoterapia, não verbal e dessensibilizadora, ocorre em sessões repetidas até o desaparecimentos dos sintomas e restabelecimento do equilíbrio emocional da personalidade. Ocasião em que muitas vezes acontece a conversão do padecente, agora curado, na fé professada pelo culto.
Os indivíduos que se beneficiam desta transeterapia são via de regra aqueles que sofrem de todos as formas de transtornos dissociativos (ou conversivos) e suas múltiplas nuanças (estas nem sempre reconhecidas pela maioria dos psiquiatras).
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Crimes Satânicos ou Magia Negra
Em algumas ocasiões o fascinante e desconhecido mundo do esoterismo pode converter-se num terreno escorregadio, atraente e perigoso para todas aquelas pessoas que se deixam influenciar pelo lado obscuro do comportamento humano e pelas possibilidades fantasiosas de sucesso fácil.
A sociedade, ao longo de sua história, tem registrado uma grande quantidade de crimes e homicídios de assustadora crueldade e propósitos torpes relacionados à crenças religiosas. Esses crimes comportam dois pontos de vista; primeiro, saber se eles não satisfazem aspectos de uma natureza humana destrutiva, ambiciosa e cruel (vide Estado Natural do Homem na página Thomas Hobbes). Depois disso, saber se eles não refletem uma insanidade que encontrou no fanatismo religioso vazão às fantasias e aos delírios próprios da doença.
A dinâmica desses crimes é variável, refletindo desde pretensas inspirações divinas, esdrúxulas influências diabólicas, espiritistas ou extraterrestres, até estranhos rituais com propósitos exclusivamente hedonistas ou egoisticamente interesseiros, resultando em brutais assassinatos, algumas vezes em massa.
Não são incomuns também os fanáticos idealistas que não titubeiam em sacrificar a própria vida ou a de seus seguidores por convicções extremas e absurdas, normalmente delirantes. Existem ainda os pseudoexorcistas com conceitos alterados da realidade, onde sua obsessão em acabar com um mal ou liberar um corpo supostamente possuído por espíritos, vampiros e diabos, acabavam promovendo torturas, agressões e mesmo assassinatos. É de se perguntar se, às vezes, essas pessoas não estariam extravasando suas próprias inclinações sádicas nos exorcismos com agressões físicas.
Sempre existiram grandes quantidades de denúncias sobre “seitas satânicas”, supostamente implicadas em todo tipo de delitos, desde macabros assassinatos rituais, profanações, tráfico de drogas, prostituição, etc. A figura do demônio tem servido à todo tipo de aberração da personalidade humana ou como bode (e bode é coisa do diabo) expiatório das psicopatias e sociopatias.
Existem milhares de casos dramáticos onde pessoas morrem depois de serem submetidas à selvagens “exorcismos” procedidos por crença cristã. Convencionalmente tipos de crimes assim são chamados de satânicos, muito embora, na realidade, sejam cometidos em nome de Deus. Certamente por não existirem, convencionalmente, crimes chamados divinos.
Grupos esotéricos costumam ser autoritários em sua estrutura de poder. O líder tem autoridade suprema, podendo delegar certos poderes à uns poucos subordinados com o propósito de que os membros se submetam aos desejos e ordens do líder.
Os líderes sectários tendem a ser carismáticos, decididos e dominantes. Eles são muito persuasivos e, inclusive, podem convencer seus seguidores a abandonar suas famílias, trabalhos e amizades para seguí-los
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Personalidade Múltipla e Crimes Esotéricos
As alterações psíquicas bastante envolvidas com crimes esotéricos e/ou satânicos são o Transtorno de Personalidade Múltipla e o Transtorno de Transe e Possessão, a primeira preconizada pelo CID.10 e a segunda pelo DSM-5. De qualquer forma, seja o primeiro ou o segundo nome, esse estado patológico está sempre atrelado ao comportamento histérico e dissociativo.
Pelo CID-10 o Transtorno de Transe e Possessão é caracterizado por perda transitória da consciência e da própria identidade, associada a uma conservação perfeita da consciência do ambiente. Devem aqui ser incluídos neste diagnóstico somente os estados de transe involuntários e não desejados. Exclui-se desse diagnóstico os casos decorrentes do contexto cultural ou religioso da pessoa, como por exemplo, o transe que a pessoa experimenta durante uma sessão espírita, de umbanda, etc.
O Transtorno de Personalidade Múltipla, atualmente melhor designado Transtorno Dissociativo de Identidade no DSM-5, tem como característica essencial a presença de duas ou mais identidades ou estados de personalidade distintos, que recorrentemente assumem o controle do comportamento da pessoa.
No Transtorno de Personalidade Múltipla clássico e típico existe uma incapacidade de recordar informações pessoais importantes, cuja extensão é demasiadamente abrangente para ser explicada pelo esquecimento normal. Psicopatologicamente, o Transtorno Dissociativo de Identidade reflete um fracasso em integrar vários aspectos da identidade, memória e consciência. Cada estado de personalidade pode ser vivenciado como se possuísse uma história pessoal distinta, autoimagem e identidade próprias, inclusive um nome diferente.
Em geral existe uma identidade primária, portadora do nome correto do indivíduo, a qual é passiva, dependente, culpada e depressiva. As identidades alternativas com freqüência têm nomes e características diferentes, que contrastam com a identidade primária, como por exemplo, são hostis, controladoras e autodestrutivas. Identidades hostis ou agressivas podem, por vezes, interromper atividades ou colocar as outras em situações incômodas.
Os indivíduos com este transtorno experimentam frequentes lacunas de memória – amnésia – quanto sua história pessoal, tanto remota quanto recente. A amnésia frequentemente é assimétrica. Pode haver perda de memória não apenas para períodos recorrentes de tempo, mas também uma perda geral da memória biográfica para algum período extenso da infância. As transições entre as identidades frequentemente podem ser ativadas pelo estresse psicossocial, pela ansiedade exagerada, pela tensão pré-menstrual.
Em geral, as pessoas que recebem o diagnóstico de Transtorno de Personalidade Múltipla já passaram pelo menos sete anos no sistema de saúde mental. Segundo várias pesquisas sobre estes pacientes, 90% deles são depressivos, 61% fizeram sérias tentativas de suicídio, e 53% têm uma história de sofrerem abuso significativo.
A cultura, através da mídia, da literatura e do folclore forneceu modelos de personalidades alternativas para as mais diversas aspirações histéricas, desde Sr. Spock, Tartarugas Ninjas, pomba Gira, até os mais pervertidos demônios, vampiros e lobisomens.
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Exemplo de Personalidade Múltipla
Joan Acocella conta que a paciente-estrela de um programa de tv americano, P. B., mudava de personalidade em frente à câmera para o Chicago Evening News, e acreditava ser uma sacerdotisa satânica que comia cadáveres. Afirmava que seus filhos eram membros do culto e assassinos experientes.
Os anos 80 foram cheios de rituais satânicos, muitos deles atribuídos aos Transtornos de Personalidade Múltipla. Era uma epidemia. Num livro sobre o assunto Michelle Remembers conta a estória de uma dona de casa canadense que tinha sido torturada aos cinco anos por um culto satânico. Os satânicos quase a mataram de fome, vomitaram nela, a sodomizaram e a eletrocutaram.
Certa vez a levaram até um dique de pedra num carro arrebentado, esfregando nela pedaços de cadáveres ensanguentados. No final, a largaram dentro de um túmulo onde jogaram gatinhos mortos. Após um ano, eles a deixaram ir, e ela “esqueceu” tudo até que começaram suas sessões de hipnose com o Dr. Pazder, vinte e dois anos depois.
Em Appleton, Wisconsin, a paciente N.C. desenvolveu na terapia de Transtorno de Personalidade Múltipla, cento e vinte e seis personalidades alternativas, que incluíam um demônio e um pato! A fim de expulsar o demônio, o terapeuta submeteu-a ao exorcismo. Usou um extintor de incêndios, alegando que “Satanás costuma deixar anéis de fogo”. Estas histórias e outras resultaram em acordos e indenizações multimilionárias.
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Charles Mason
Em 9 de agosto de 1969, um pequeno grupo de conhecidos de Charles Manson invadiu uma casa alugada por Roman Polanski em Cielo Drive, 10050, em Bel Air, assassinando sua esposa Sharon Tate — que estava grávida — e mais quatro amigos do casal. A família Manson utilizou o sangue de suas vítimas para escrever nas paredes da casa “Helter Skelter”, “Political Piggy” e “Arrise”. Helter Skelter e seu significado tomado por Manson, citados antes, seriam o seu propósito, Political Piggy seria a referência às pessoas mortas ali e Arise, uma citação a um trecho da música “Black Bird”: “You’re only waiting for this moment to arise” – (Você está esperando somente este momento para levantar-se).
Charles Manson, então com 37 anos, foi acusado de seis assassinatos e levado à Justiça, juntamente com Tex Watson, Susan Atkins, Patricia Krenwinkel e Leslie Van Houten, de 19 anos. Manson alegou não ter participação em nenhum deles. Ele conseguiu provar isso, mas Bugliosi convenceu o júri popular que Manson poderia ter influenciado os jovens a matar.
Após o julgamento, Manson declarou o seu ódio profundo pela Humanidade, chamando os membros de sua “Família” de “rejeitados pela sociedade”. A promotoria se referiu a ele como “o homem mais maligno e satânico que já caminhou na face da Terra” e o quinteto foi sentenciado à morte em 1971. Mas, com a mudança nas leis penais do estado em 1972, a pena deles foi alterada para prisão perpétua.
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Rock (ou Cultura) e Crimes Esotéricos
Um dos casos mais famosos de assassinatos esotéricos ligados ao rock foi a ação do maníaco americano Charles Manson (descrito ao lado) e sua fascinação pela música dos Beatles. Manson era um fanático religioso que acreditava ser Jesus Cristo encarnado e possuir uma “família”, que eram os seguidores de suas pregações.
Manson acreditava também que os Beatles eram anjos mandados a Terra por Deus para avisar os homens sobre o terrível apocalipse que se aproximava e que eles haviam feito isso através do famoso White Album, o Álbum Branco. As canções segundo interpretações de Charles Manson, citavam suicídio (Yer Blues), os próprios sons do Armageddon, trazidos pelos “anjos do apocalipse” (Revolution#9), sugestões de destruição (a versão de Revolution contida no álbum chamada de Revolution#1.
Guerras raciais são interpretadas por Mason em, por exemplo, em “Piggies”, que seriam os “porcos brancos” e “Black Bird”, possivelmente o grupo de discriminação racial Panteras Negras. Notava em “Piggies”, sons de metralhadoras sugerindo a guerra declarada, o caos total, as guerras raciais, a destruição, a revolução final.
Charles Mason, em certa época, teve uma música supostamente roubada pelos “Beach Boys”, sua canção “Cease to Exit” teria sido utilizada pelo grupo californiano sobre o título de “Never Learn Not to Love” para o álbum 20/20. A fúria de Manson caiu principalmente sobre Terry Melcher (filho de Doris Day), um produtor musical que havia negado um contrato de gravação de suas músicas, incluindo a utilizada pelos Beach Boys, estes fazendo grande sucesso com o plágio de sua canção.
Assim, Mason decide invadir com sua “família” a ex-residência do produtor Melcher. Na loucura de Manson, não importava se Melcher morasse ou não lá. A nova moradora era a atriz Sharon Tate na época recém casada com o diretor Roman Polanski. A artista estava com alguns amigos em sua casa. Manson promoveu uma chacina, numa atitude absurdamente covarde.
Um outro fato ligando os Betles e seu Álbum Branco com Charles Mason, é que um dos assassinos da “família” possuía o apelido “Sexy Sadie”, nome de outra música do disco d os Betles.
O rock satânico tal como se conhece agora, o “Death Metal”, tem sua origem no Heavy Metal, movimento musical surgido no final dos anos 60 (Black Sabbath, 1969) que se inspira, entre outros, em Lede Zeppelim. Em algumas letras das canções desse grupo se oferece a vida de satanás. O músico do grupo nazi-satânico, o sueco Burzum, assassinou um colega seu de Mayhem obedecendo a um sinistro rito.
A relação cultural entre o rock e o satanismo remonta aos tempos em que os Roling Stones confraternizaram com o diabo em álbuns como, por exemplo, Their Satanic Majesties Request (1967) e Sympathy for the Devil (1968), cuja letra diz: “Por favor, deixe-me que me apresente. Sou um homem rico e distinto (…). Tenho roubado a alma e a fé de muitos homens. Estive presente quando Jesus teve seus momentos de dúvida e dor“.
Bryam Gregory, guitarrista da primeira formação de The Cramps, abandonou o grupo para unir-se a uma seita satânica. Para celebrar sua iniciação, deixou-se fotografar nu, com uma serpente enrolada no pênis. Depois montou uma banda chamada The Beast. Os próprios Cramps pertenceram a A Igleja de Satã (veja Church of Satan – Website oficial da Igreja de Satã, Legion of Loki – Igreja de Satã de em Saint Louis, Mephisto Grotto – Igreja de Satã de Chicago).
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Seitas, Crenças e Crimes Esotéricos
Normalmente os líderes das seitas esotéricas são autoproclamados messias e presumem ter uma missão especial na vida. Eles centram a veneração de seus adeptos para si mesmos, ao contrário dos sacerdotes, rabinos, ministros, líderes democráticos e de movimentos realmente altruístas, os quais dirigem a veneração de seus seguidores para Deus, para princípios abstratos ou para o bem comum.
A seitas esotéricas tendem a ser totalitárias no controle do comportamento de seus membros, determinando com detalhes como e em que devem acreditar, pensar e dizer.
No Chile, depois de uma série de denúncias de seitas perigosas uma comissão especial da Câmara dos Deputados foi encarregada de investigar o assunto. Considerou que as organizações têm um “perfil destrutivo”, quando se caracterizam por: fanatismo, obediência incondicional, grupo exclusivo e fechado, líder messiânico revelado.
Com essas características os fiéis rompem com o mundo, especificamente com suas famílias, seus amigos e com o entorno educacional. Eles são condicionados por meio de métodos de violação da dignidade humana e, geralmente, são exigidas condutas indignas, tais como sexualidade pervertida, trabalho escravo, sono diminuído e desprezo pela família e pelos seus valores.
A sexualidade pode ser muito manipulada, particularmente das mulheres, que chegam a exercer uma espécie de “prostituição santa” para que a seita ou o líder consiga mais facilmente seus objetivos.
Ainda na área da conduta, seus membros costumam ser estimulados a agredir e profanar outras igrejas tradicionais e lugares significantes para o cristianismo. Costumam haver profanações de cemitérios, de sepulturas, práticas de necrofilia e de necrofagia e, mais grave ainda, suicídios individuais e coletivos.
São comuns certas manifestações psiquiátricas serem tomadas por possessões demoníacas ou fenômenos espirituais e, não obstante, o inverso também ocorre, ou seja, fenômenos religiosos e culturais serem tomados por doenças mentais.
Algumas alterações psíquicas podem ser responsáveis por várias formas de visões, alucinações, vozes e crises de dissociação histérica e outras, e são muitas vezes confundidas com manifestações religiosas, dependendo do contexto cultural onde se inserem esses pacientes.
Aliás, dependendo do meio cultural, tais alterações psíquicas acabam sendo muito bem-vindas e até engrandecem seus portadores. As principais patologias responsáveis por esses e outros sintomas tomados como espirituais seriam:
Delírium
Alucinose orgânica e outras
Transtornos devido ao uso de substâncias psicoativas
Esquizofrenia e outras Psicoses
Transtornos do humor
Transtornos Dissociativos
Transtorno de Transe e Possessão
Como bem referem alguns autores, o problema médico que decorre desse engano psiquiátrico-espiritual está no fato desses pacientes terem seu tratamento protelado perigosamente até que se exclua uma origem espiritual.
Alguns meios culturais mais acanhados orientam esses pacientes a “desenvolverem sua mediunidade” e, de fato, acabam desenvolvendo mais ainda a patologia de que padecem. Dependendo da doença psíquica as práticas espirituais podem piorá-la gravemente. De acordo com Hélio Silva, “não me parece que uma mente transtornada venha melhorar com a entrada de algo com personalidade diferente da pessoa que é incorporada, quantas vezes provocando um grau tal de corrupção e domínio que chega às raias do bizarro, do apavorante, etc.”.
No caso dos fenômenos culturais e espirituais serem tomados por doenças mentais o que está em jogo é a exaltação da convicção religiosa, compartilhada por um grupo e desencadeadora de transes com visível contaminação aos participantes do grupo.
Independente totalmente da possibilidade dos fenômenos espirituais existirem ou não, o enfoque médico se apresenta apenas como uma maneira, dentre muitas, de avaliar a pessoa humana, podendo esta ser analisada também pela antropologia, pela estética, pela religião e assim por diante.
Há, mesmo na medicina, pessoas qualificadas para analisar a questão do transe e possessão à luz da espiritualidade. Outros, menos sensibilizados pela espiritualidade, estudam as alterações psicodinâmicas da mediunidade. A questão estará eternamente aberta.
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Mediunidade e delito de controle mental
Segundo Wellington Zangari, falando da relação entre mediunidade e dissociação, “… Há uma tendência, antiga e atual, em interpretar o fenômeno da mediunidade como um estado dissociativo. O conceito de dissociação tem sido construído diferentemente de acordo com a cultura do pesquisador.
O conceito de desagregação, proposto por Pierre Janet, por exemplo, refere-se os fenômenos por meio dos quais duas ou mais ideias ou estados de consciência tornam-se separados e operam com aparente independência, tal como ocorre com a hipnose, os estados de fuga e a mediunidade. Krippner propõe que a “dissociação envolve a ocorrência de experiências e comportamentos que se supõe existirem afastados, ou terem sido desconectados, da consciência, do repertório comportamental e/ou do autoconceito. ‘Dissociação’ é o processo pelo qual essa desconexão ocorre“.
Hilgard e Braun apontaram que a dissociação pode ocorrer em variados níveis, além de não estar limitada a fenômenos disfuncionais. Haveria um continuo entre a dissociação patológica e a dissociação não patológica.
A chamada “Dissociação Não-Patológica” estaria, assim, condicionada aos estímulos culturais para que a pessoa a desenvolva, até como uma adequação as solicitações de adaptação ao sistema. Dessa forma, já que a adaptação está relacionada à saúde emocional, tais pessoas “adaptadas” seriam perfeitamente normais, apesar de se apresentarem em transe.
Nesses casos, apesar da mediunidade dar-se através da, digamos, potencialidade dissociativa (histriônica) do médium, ela obedece sempre os anseios, vocações e valores do grupo social do médium. Serão sempre os elementos socioculturais do grupo, da comunidade, ou do sistema que ditarão as características das entidades possessórias evocadas pelo médium e, evidentemente, refletirão sempre conteúdos mentais do médium ou do possuído.
Alguns países tentam incluir no Código Penal, sob o rótulo de delito de controle mental, os cultos e seitas esotéricas consideradas destrutivas, apesar das grandes dificuldades encontradas pelos legisladores. Foi difícil, inclusive, encontrar um termo de consenso, o qual parece ter ficado como “Grupo Destrutivo”.
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Sugestionabilidade
Assim como as forças sugestivas têm vários graus de penetrância, indo da simples propaganda à lavagem cerebral, as pessoas também possuem graus variados de sugestionabilidade, desde o normal até o altamente sugestionável, esse último representado pelas personalidades histéricas ou histriônicas .
O sucesso da sugestão está no fato de tratar-se de um apelo dirigido ao sentimento e às emoções, mais do que à razão. E será tão mais forte quanto mais atender necessidades emocionais. Mas, seja qual for o grau de sugestionabilidade ou de influência, como não se trata de Delírio nem de Ideia Deliróide, será possível reassumir o Pensamento Realístico através do arbítrio.
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Caso Ricky Kasso
Ricky Kasso era um jovem de 17 anos de idade que residia em Northport, Long Islande. Apelidaram-no de “Rei do Ácido”, devido à sua afeição às drogas alucinógenas.
Em 1984, a polícia de Northport recebe uma chamada telefônica declarando que havia sido achado um corpo semi-enterrado num pequeno bosque de Aztakea. Um grupo de agentes se dirigiu ao lugar com a intenção de comprovar a veracidade da chamada, e efetivamente, nos bosques se encontrou o corpo de Gary Lauwers.
Por o elevado grau de decomposição do cadáver se estimou que devia levar ali mais de duas semanas. O homem havia sido apunhalado 32 vezes, das quais umas 22 na face. Devido ao mal estado do corpo, os agentes não poderiam assegurar o número exato de feridas, podendo ter sido um total de cortes maior ao precisado.
A polícia enfocou sua investigação sobre dos jovens bastante conhecidos no mundo policial como consumidores de drogas habituais e por cometer atos de vandalismo próprios de adolescentes. Se tratava de Ricky Kasso e seu amigo James Troiano. Os dois haviam deixado a escola secundária e se dedicavam a andar à toa pelas ruas.
Eram dos personagens curiosos, Troiano tinha o recorde de detenções por roubo, enquanto Kasso reunia detenções por casos mais estranhos, sendo a última por ter profanado uma tumba do século 19, tendo roubado um crânio e uma mão. Segundo suas declarações, pensava utilizar o material roubado num rito satânico.
Pouco depois foram postos sob custodia, e num interrogatório quase de rotina, ambos confessaram aos agentes terem cometido aquele assassinato. Diziam que tinham se unido a um grupo satânico local, conhecido como “Os Cavaleiros do Círculo Negro”, o qual tinha ao redor de vinte membros e era conhecido por seus sacrifícios animais a satã.
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Atribuíram ao crime parte de um rito satânico, no qual haviam extraído os olhos da vítima. Kasso declarou que estava no bosque com Lauwers e dois amigos, Quinones e Troiano. Disse que começou a sentir-se extremamente agressivo, então começou a golpear a Lauwers até perder o controle. Logo reconheceu haver sacado uma faca e apunhalado gritando “Diga que ama a satanás”. Como o agredido contestava dizendo que “Não, eu só amo a minha mãe”, matou-o.
Quando viu o que havia feito sentiu medo mas, nesse momento, disse ter escutado o canto de um corvo que, em sua mente, identificou como um sinal de satanás dizendo que o crime havia sido em sua homenagem, sendo um fato positivo para ele. Por outro lado, quando James Troiano foi interpelado em juízo por assassinato em segundo grau, declarou que nem o grupo de satanistas “Os Cavaleiros do Círculo Negro”, nem o satanismo em geral haviam tido nada a ver com o crime.
Ele afirma ter sido apenas uma testemunha do assassinato, junto com Alberto Quinones. E, mesmo o satanismo não estando envolvido com o assassinato, admitiu que Kasso tinha um estilo de heavy metal muito duro e bastante relacionado com o satanismo, mas que as drogas haviam sido o fator principal do crime. O ato que motivou o assassinato, de fato, foi que Lauwers tinha roubado dez papelotes de droga de Kasso.
Para finalizar, em 7 de julho de 1984, Richard Kasso se suicida na prisão de Riverheade, em Nova Iorque. Anos mais tarde, em 1992, baseado na história de Ricky Kasso, saia o filme My Sweet Satam (Meu Doce Satanás), escrito, dirigida e interpretada por Jim vam Bebbe.
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Ballone GJ – Crimes Esotéricos – in. PsiqWeb, Internet, disponível em www.psiqweb.net, revisto em 2015.
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