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Os sintomas da Depressão são muito variados e muito diferente entre as diferentes pessoas. Por isso, é didático e válido considerar a existência de três sintomas depressivos básicos e suficientes para sua detecção, no entanto, estes sintomas básicos darão origem à variadas manifestações pessoais desta alteração afetiva. Os básicos são:
1 – Perda de Energia (desânimo total)
2 – Perda de prazer (perda de interesses entusiasmo)
3 – Autoestima baixa (muitos sintomas indiretos).
Depende da sensibilidade do observador relacionar um sentimento, comportamento, pensamento ou outro sintoma apresentado pelo paciente como a manifestação pessoal de algum (ou todos) desses três sintomas básicos. A forma clínica e sintomática desses sintomas básicos dependerão da personalidade de cada um.
Em crianças e adolescentes, por exemplo, o humor deprimido pode se manifestar com irritabilidade, rebeldia, medo, tiques, baixo rendimento escolar ao invés de tristeza. O adulto deprimido também pode experimentar sintomas adicionais da Depressão, incluindo alterações no apetite ou peso, alterações do sono e da atividade psicomotora, diminuição da energia, sentimentos de desvalia, ruína ou culpa, dificuldades para pensar, concentrar-se ou tomar decisões, pensamentos recorrentes sobre morte ou ideação suicida.
De qualquer forma, a Depressão deve ser acompanhada por sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, profissional ou outras áreas importantes da vida da pessoa. Para algumas pessoas com Depressão mais leves, o funcionamento sócio-ocupacional pode parecer normal, mas exige um esforço acentuadamente aumentado para manter o cotidiano. O estado depressivo frequentemente é descrito pela pessoa como sentimentos de tristeza, desesperança, falta de coragem ou como estando “na fossa”, mas essa não é uma regra absoluta. Há quem manifeste a depressão com sintomas exclusivamente ansiosos ao invés de tristeza.
Em alguns casos, a tristeza pode ser negada de início, mas subsequentemente pode ser revelada na entrevista, por exemplo, quando a pessoa chora ou pela fisionomia aborrecida e entristecida. Outras pessoas, entretanto, podem dizer que se sentem indiferentes, apáticos ou ansiosos ou, ainda, podem referir queixas somáticas sem correspondência clínica, muito mais intensamente que os sentimentos de tristeza.
Muitos pacientes referem ou demonstram irritabilidade aumentada, intolerância, tendência para responder a eventos com ataques de ira, implicância com os outros ou um sentimento exagerado de frustração por questões menores.
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Autoestima baixa
O sofrimento moral, autoestima baixa ou sentimento de menos-valia é um fenômeno marcante e muito desagradável na trajetória depressiva. Trata-se de um sentimento de autodepreciação, autoacusação, inferioridade, incompetência, pecaminosidade, culpa, rejeição, feiura, fraqueza, fragilidade e mais um sem-número de adjetivos pejorativos. Obviamente o mesmo paciente não precisa sentir toda essa lista para preencher os critérios de diagnóstico.
A autoestima é a imagem valorativa que a pessoa tem de si mesma e na Depressão esta imagem está depreciada em vários aspectos, mas sempre no aspecto que mais incomoda o paciente. Dependendo do grau da depressão, o Sofrimento Moral aparece em graus variados, desde uma sutil sensação de inferioridade até profundos sentimentos depreciativos. Outro fator que complica o diagnóstico é o fato do Sofrimento Moral nem sempre ser consciente. Muitas vezes a pessoa com baixa autoestima recorre a mecanismos de defesa que ofuscam seus verdadeiros sentimentos.
Nas pessoas com importante traço na personalidade de irritabilidade e agressividade, por exemplo, o sentimento de baixa autoestima se manifestará com irritabilidade e agressividade, com comportamentos de superioridade ostensiva (tipicamente defensivas) e dificuldades gritantes em lidar com as frustrações. O cotidiano normal passa a irritar a pessoa com esses traços, a intolerância aparece em várias situações que antes não havia, seja com as filas, com esperar, com palavras dirigidas à ela enfim, são pessoas que manifestam a sensação de estarem sendo, “agredidas” de alguma forma, portanto, revidam com mais agressividade.
Em pessoas naturalmente retraídas e introvertidas, a baixa autoestima se faz sentir com mais retraimento ainda, com mutismo e quietude preocupantes, com isolamento e extrema dificuldade em expor sentimentos. Por isso, muitas vezes, “preferem” a manifestação somática dessas emoções, transferindo para o orgânico os sentimentos difíceis de serem manifestados de outra forma.
Em pessoas de personalidade ansiosa a baixa autoestima faz com que os outros (notadamente, a opinião dos outros) pareçam inimigos em potencial, capazes de depreciar, de julgar, de avaliar… Normalmente essa depreciação nasce na pessoa deprimida e é projetada nos outros, como se originassem dos outros. Portanto, nada mais lógico para a dinâmica psíquica desses pacientes apresentarem quadros fóbicos sociais, evitação, sintomas autossômicos (do Sistema Nervoso Autônomo) quando diante de outras pessoas, e assim por diante.
Quando a Depressão adquire características muito graves e psicóticas, a autoestima baixa pode aparecer sob a forma de delírio. Nesse caso seria o delírio humor congruente (ideia deliroide). Um judeu, psicótico depressivo, durante uma de suas crises de Depressão grave apresentava um pensamento francamente delirante, no qual tinha certeza de ter parte de seu cérebro apodrecido. Julgava-se culpado por ter ingerido, contra sua crença religiosa, carne suína há mais de 15 anos. Uma espécie de punição divina aplicada ao pecador incauto.
O prejuízo da autoestima proporcionado pela Depressão Grave ou psicótica, pode ainda determinar uma ideação claramente paranoide, onde a culpa adquire uma posição destacada. Para fins de diagnóstico, deve-se ter em mente que nas psicoses esquizofrênicas, onde frequentemente aparece a ideação paranoide, a autoestima não se encontra perturbada como nos estados depressivos psicóticos. Esta observação pode auxiliar o diagnóstico diferencial entre uma Depressão com sintomatologia psicótica (ideação deliroides) e uma Psicose Esquizofrênica com delírios francos.
Organicamente, uma pessoa com baixa autoestima, portanto, com tendência a autodepreciar-se em todos os sentidos, pode entender uma simples dor de estômago como prenúncios de um câncer gástrico, uma tontura trivial com indícios de um derrame iminente, uma tosse frugal como sugestiva de câncer de pulmão ou tuberculose, uma simples gripe como sinal de AIDS, e assim por diante.
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A autoestimauma é a avaliação subjetiva que a pessoa faz de si mesma, podendo ser positiva ou negativa em algum grau. Com autoestima baixa ou negativa a pessoa “vê-se” de forma muito prejudicada.
Para a maioria das mulheres a autoestima diz respeito exclusivamente à estética corporal. Perguntadas como está a autoestima costumam responder “- está péssima, engordei 3 quilos”.
Autoestima não é uma avaliação apenas estética. O conceito que se tem de si mesma é global e existencial. Como a pessoas se sente diante de sua vida e como sente sua própria vida em relação à si própria.
A autoestima baixa é vivenciada como Sofrimento Moral e este é considerado o maior responsável pelo desfecho suicida das depressões severas. Aparece como uma prova doentia da incompetência do ser, de seu fracasso diante da vida e de sua falência existencial. Enquanto na Euforia a autoestima se encontra patologicamente elevada e as ideias de grandeza proporcionam uma aprazível sensação de bem-estar, na Depressão a pessoa se coloca em uma das posições mais inferiores entre seus semelhantes.
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APATIA DEPRESSIVA NÃO É PREGUIÇA
Dentre os sinais da depressão estão cansaço, falta de energia, desânimo e desmotivação, dificuldades com concentração e memória, alterações de sono, apetite e baixa autoestima. A Depressão pode chegar de mansinho, se instalar vagarosamente e começar com uma simples sensação de fadiga, moleza e falta energia, até mesmo para executar as pequenas atividades cotidianas.
A presença desses sintomas depressivos afeta todas as dimensões da qualidade de vida e, conforme a gravidade desses sintomas, seu impacto na qualidade de vida pode ser maior do que o de outras doenças crônicas.
A presença de sintomas depressivos exerce um importante impacto na qualidade de vida dos sujeitos, não se restringindo apenas às características clínicas do transtorno.
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Perda de energia – desânimo
A apatia geral do organismo todo é um dos sintomas básicos da Depressão e se manifesta como uma espécie de freio ou lentificação dos processos físicos e psíquicos em sua globalidade, lassidão e lerdeza generalizada em todas atividades, preguiça e fadiga difíceis de serem explicadas pelos exames médicos.
Em graus variáveis, esta inibição geral torna o indivíduo apático, desinteressado, lento, desmotivado, com dificuldade em suportar tarefas elementares do cotidiano e com grande perda na capacidade em tomar iniciativas.
Os campos da consciência e da motivação estão seriamente comprometidos, advindo daí a dificuldade em manter um bom nível de atenção, de memória, rendimento intelectual, atividade sexual e até da agressividade necessária para tocar adiante o dia-a-dia.
Percebemos os reflexos desta inibição global em várias áreas da atividade da pessoa, inclusive na diminuição da atividade motora e até na própria expressão da mímica, fazendo com que o paciente tenha aparência de abatimento e de desinteresse.
A perda de energia tem sido responsável pelo longo itinerário por vários médico que os pacientes percorrem antes de se acertarem com um tratamento psíquico. A primeira ideia que os pacientes deprimidos têm, estimulados também pela família, é que seu mal estar pode resultar de alguma anemia, fraqueza, problema circulatório…
Normalmente esses “diagnósticos bem intencionados” levam o paciente a procurar tratamentos alternativos, desde macrobiótica, yoga, tai-chi-chuam…, submetem-se a tediosos passeios de gosto duvidoso e, muitas vezes, consultam até um neurologista. Este ponto costuma ser o mais próximo que chegam do aparelho psíquico e, normalmente, a causa psíquica é a última a ser questionada, embora seja a primeira que se faz sentir.
As pessoas que rodeiam o paciente com essa perda de energia são solícitas em lembrá-lo de que a vida é boa, ressaltam que nada lhes falta, gozam de boa saúde, que não são ricos, mas tem gente em pior situação, que pertencem a uma família decente e compreensiva, etc, etc… O paciente, por outro lado, não sendo um retardado mental, sabe de tudo isso e as “palavras estimulantes” apenas aumentam sua perplexidade, sua culpa e seu aborrecimento consigo próprio.
A perda de energia é secundária à Depressão, é um sintoma decorrente da Depressão e não uma doença que corrompe o juízo crítico e torna os pacientes completamente desorientados em relação às condições de sua vida ou de sua família. Claro que ele sabe o tudo de bom que sua vida oferece, apenas não consegue sentir isso afetivamente.
Outro conceito importantíssimo é que essa inibição global é consequência da Depressão e não o contrário. Essa colocação é importante porque, comumente, o público leigo costuma recomendar à pessoa deprimida para que se esforce e se mobilize para, com isso, melhorar da Depressão. Na realidade seria o contrário, ou seja, deve tratar da Depressão (tratar) e aí sim, sua mobilização será automática, sem que ninguém tenha que lhe pedir.
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Perda de prazer com tudo
Desinteresse é a expressão mais adequada para representar a perda progressiva em sentir prazer com as coisas. O ponto mais alto desse fenômeno é a perda do prazer com tudo. Chama-se Anedonia, ou seja, a incapacidade em sentir prazer. No desinteresse o leque de prazeres pelas coisas da vida vai se fechando, vai sendo cada vez menor e mais restrito.
De fato, o interesse humano está indissoluvelmente ligado ao prazer. Há interesse por aquilo que dá prazer, com tudo pelo qual existe alguma ligação afetiva. Em situações normais a pessoa abre para si um leque de interesses: interesse pelas notícias, pelos esportes, pela companhia de amigos e pessoas queridas, pelo conhecimento em geral, pelos passeios, pelas novidades, pelas compras, pelas artes, pelos filmes, pela comida, pelas revistas e jornais, enfim, cada pessoa nutre um rol de interesses pessoais, evidentemente, interesses por coisas que lhe dão prazer.
Pois bem. No Estreitamento Vivencial à medida que o leque de interesses vai se fechando, vai aumentando progressivamente o desinteresse e desencanto pelas coisas. Há um momento onde a preocupação com o próprio sofrimento é o único interesse vivencial do deprimido.
Não há interêsse ou prazer suficiente para admirar um dia bonito, para se interessar na realização ocupacional, para degustar uma boa bebida, para deleitar-se com um filme interessante, aproveitar uma boa companhia, incrementar a discoteca, visitar um amigo…
No deprimido com perda do interesse acaba existindo só a preocupação consigo próprio e com sua dor. Nada mais lhe interessa, nada lhe dá prazer, nada mais pode motivá-lo. Neste caso, o leque do campo vivencial fica tão estreito que só cabe nele o próprio paciente com sua depressão, o restante de tudo que a vida pode oferecer não interessa mais, a própria vida parece não interessar mais.
Enquanto a inibição global ou apatia depressiva afeta o tônus do relacionamento da pessoa com o mundo, ocasionando algum prejuízo em seu desempenho e enfraquecendo seu rendimento pessoal, a perda de prazer, por sua vez, provoca uma alteração mais interior , um prejuízo nas impressões que o mundo e a vida causam no sujeito. Um é centrífugo o outro centrípeto. Na inibição global ou apatia depressiva as coisas são feitas com dificuldade e lerdeza, com maior esforço físico e mental. No desinteresse as coisas nem sequer serão feitas.
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Interesse, Apetite e Sono na Depressão
A perda de interesse ou prazer quase sempre está presente, pelo menos em algum grau nas pessoas com Depressão. Os pacientes podem relatar menor interesse por passatempos, “não se importar mais”, ou a falta de prazer com qualquer atividade antes considerada agradável.
Os membros da família frequentemente percebem um certo retraimento social ou descaso para atividades agradáveis, como por exemplo, jogar, assistir tv, ler revistas, reunir-se com amigos, brincar com netos e/ou com colegas, etc. Em muitos casos há uma redução significativa nos níveis de interesse ou do desejo sexual.
O apetite geralmente está reduzido e muitos pacientes sentem que precisam se esforçar para comer. Outros, por outro lado, podem ter uma incômoda avidez por alimentos específicos, como por exemplo, chocolates, doces, etc. Quando as alterações no apetite são severas, seja por diminuição ou aumento, pode haver uma perda ou ganho significativos de peso.
A perturbação do sono mais comumente associada a um Episódio Depressivo é a insônia, tipicamente intermediária, ou seja, com despertar durante a noite e dificuldade para voltar a dormir. Além disso, alguns pacientes apresentam, curiosamente, uma sonolência excessiva (hipersonia), na forma de episódios prolongados de sono noturno ou de sono durante o dia.
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Delírio na Depressão
O Delírio Depressivo aparece nos quadros muito graves. Normalmente surge sob a forma de Delírio de Pecado, quando a ideia principal é de culpa, ou quando o problema é a saúde, sob a forma de Delírio de Doença. Se o medo diz respeito à fortuna, surgirá o Delírio de Ruína ou de Empobrecimento e assim por diante. Percebe-se claramente que todos esses 3 tipos de delírios depressivos dizem respeito à severo prejuízo da autoestima.
O doente com Delírio Pecaminoso crê, sem razão, ter cometido os piores crimes e pecados ou, o que é mais comum, aumenta de maneira doentia a dimensão de pequenas transgressões reais e tentações, mesmo quando se trata apenas de pensamentos aviltantes, e sente isso como se fosse um pecado ou delito imperdoáveis.
O Delírio de Empobrecimento ou de Ruína faz com que o deprimido tenha absoluta convicção de que perderá tudo, não saldará suas dívidas, será até castigado por isso, morrerá à míngua, de fome.
O Delírio de Doença do deprimido é a crença de ter determinadas doenças, sempre especialmente graves. Esses casos podem ser classificados também como Transtorno Hipocondríaco. Há ainda, em um dos tipos de Transtorno Delirante Persistente, um delírio semelhante.
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Como se manifesta a Depressão
Saber exatamente como a pessoa apresenta sua Depressão é uma questão complicada. Como dissemos, as manifestações depressivas são muito variadas e extremamente dependentes da personalidade de cada um. Mas uma coisa é certa: a Depressão costuma estar junto com a maioria dos transtornos emocionais, ora aparecendo como um sintoma de determinado estado emocional, ora coexistindo com quadros ansiosos, outras vezes como causa de determinados transtornos. Em muitas situações psíquicas a Depressão se encontra presente, às vezes de forma típica outras vezes dissimulada.
A Depressão aparece impregnando todo o viver dos pacientes emocionais em geral, tanto sob sua forma típica, com tristeza, choro, desinteresse, etc., quanto em sua forma atípica, com somatizações, pânico, ansiedade, fobia, obsessões. De qualquer forma, o que encontramos mais frequentemente nos distúrbios depressivos são os sintomas atrelados a essa afetividade alterada.
Normalmente os sintomas afetivos não proporcionam prejuízo significativo da cognição mas, apesar do juízo crítico estar conservado, as vivências do deprimido terão uma representação e significação alteradas, serão suportadas com grande sofrimento e com perspectivas pessimistas.
Assim, a interpretação e valorização afetiva da realidade podem ter seu caráter alterado de acordo com a intensidade da Depressão. A pessoa deprimida pode apresentar ideias falsas sobre a realidade simplesmente, nos casos mais leves ou, nos casos mais graves, pode desenvolver um delírio franco sobre a realidade.
Em sua forma típica e clássica a manifestação da Depressão depende sempre da maneira (quadro clínico, freqüência, intensidade) com a qual se apresenta o chamado Episódio Depressivo. Estudando-se o Episódio Depressivo entenderemos as manifestações clínicas de todas as depressões típicas. Enfatizando sempre o termo “típico”.
Apesar de não ser bem nosso propósito classificar doenças, e sim fazer entender as emoções, vamos dar uma pincelada em alguns aspectos classificatórios importantes para o entendimento global.
Saber se o estado depressivo é Leve, Moderado ou Grave é apenas uma questão da intensidade com que se apresenta o Episódio Depressivo. Saber se esse estado depressivo é uma ocorrência única na vida da pessoa ou se é repetitivo, dependerá da frequência com que os Episódios Depressivos se apresentam. Saber se o Transtorno Afetivo em pauta é simplesmente um quadro depressivo ou se é bipolar, dependerá do fato dos Episódios Depressivos serem a única ocorrência afetiva ou se coexistem com Episódios de Euforia. Enfim, como se vê, estudando-se o Episódio Depressivo, sua intensidade, freqüência e apresentação, podemos classificar o tipo do Transtorno Afetivo.
Devido ao fato dos estados depressivos se acompanharem assiduamente de sintomas somáticos, a existência ou não destes sintomas também acaba fazendo parte da classificação. Da mesma forma, a presença concomitante ao Episódio Depressivo com sintomas psicóticos determinará diferentes classificações.
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Depressão em Crianças
Pré-Escolares (até 6-7 anos)
Segundo Bahls, em crianças pré-escolares, até seis ou sete anos, a manifestação clínica mais comum Depressão é representada pelos sintomas físicos, tais como dores, principalmente de cabeça e abdominais, fadiga e tontura. Aproximadamente 70% dos casos de Depressão em crianças se traduzem por queixas físicas, juntamente com ansiedade, principalmente pela Ansiedade de Separação. Essas crianças deprimidas também apresentam fobias, agitação psicomotora ou hiperatividade, irritabilidade, diminuição do apetite com falha em alcançar o peso adequado, e alterações do sono.
Depressão Infantil (6-7 anos)
Com menor freqüência os deprimidos infantis podem apresentar enurese (xixi na cama) e encoprese (cocô nas calças), fisionomia triste, comunicação deficiente, choro frequente, comportamento agressivo e destrutivo. O prazer de brincar ou ir para a escola diminui ou desaparece de vez. O baixo rendimento nas atividades escolares nessa faixa etária se dá através do prejuízo nas aquisições de habilidades sociais próprias da idade (Goodyer, Souza).
Escolares (7 a 12 anos)
Na faixa etária das crianças escolares o sentimento depressivo já pode ser verbalizado e é frequentemente relatado como tristeza, irritabilidade ou tédio. Apresentam aparência triste, choro fácil, apatia, fadiga, isolamento, declínio ou desempenho escolar fraco, recusa escolar, ansiedade de separação, fobias e, eventualmente, desejo de morrer.
Essas crianças também relatam concentração fraca, queixas somáticas, perda de peso, insônia. Quando a Depressão é muito grave podem surgir sintomas psicóticos humor-congruente, tais como alucinações auditivas depreciativas e, menos frequentemente, delírios de culpa e pecado.
Há severo prejuízo na concentração e, evidentemente, comprometimento do rendimento escolar. Deprimida, é comum a criança não ter amigos, sentir-se mal gostada pelos colegas e apegar-se excessivamente a animais (Shafii). O comportamento pouco social com escassos relacionamentos com outras crianças são reflexos da inibição social e baixa autoestima.
Frequentemente são os professores os primeiros a perceber as modificações no comportamento e nas atitudes dessas crianças, muito embora não saibam tratar-se de Depressão.
Adolescentes (de 12 anos em diante)
A Depressão em adolescentes, embora possa manifestar-se com sintomas semelhantes aos dos adultos, é bom saber que um número muito expressivo deles não apresenta tristeza. O comportamento mais observado costuma ser irritabilidade, agressividade e, mesmo, crises de explosividade e raiva.
Mais de 80% dos jovens deprimidos juntam os sintomas de adultos deprimidos e de adolescentes deprimidos (Kazdin e Marciano). Eles apresentam irritabilidade, perda de energia, apatia e desinteresse importante, retardo psicomotor, sentimentos de desesperança e culpa, alterações de apetite, isolamento social e familiar, dificuldade de concentração e perturbações do sono, principalmente hipersonia. Aqui também ocorre prejuízo no desempenho escolar, a baixa autoestima, as ideias de suicídio, uso abusivo de álcool e drogas (Brent).
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Referências
Bahls SC. Depression in childhood and adolescence. J. Pediatr. (Rio J.) , Porto Alegre, v. 78, n. 5, 2002 .
Brent DA. Depression and Suicide in Children and Adolescents. Pediatr Rev 1993;14(10):380-8.
Goodyer IM. Physical symptoms and depressive disorder in childhood and adolescence. J Psychosom Res 1996;41(5):405-8.
Kazdin AE, Marciano PL. Childhood and adolescent depression. In: Mash E, Barkley R, editors. Treatment of Childhood Disorders. 2nd ed. New York: The Guilford Press; 1998.
Shafii M, Shafii SL. Clinical Manifestations and Developmental Psychopathology of Depression. In: Shafii M, Shafii SL, editors. Clinical Guide to Depression in Children and Adolescents. Washington: American Psychiatric Press; 1992. p. 3-42.
Souza PR. Depressão endógena em criança de oito anos – relato de caso. Revista da Associação Brasileira de Psiquiatria 1984;6(21):67-9.
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para referir:
Ballone GJ – Sintomas da Depressão – in. PsiqWeb, Internet, disponível emwww.psiqweb.net, revisto em 2017
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