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Algumas pessoas podem ter traços ou tipos de personalidade capazes de favorecer comportamentos mais violentos.
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Personalidade Antissocial
Para completar um conceito ou ideia sobre componentes violentos associados à personalidade é fundamental ver a página sobre as Teorias da Personalidade. O indivíduo como se encontra aqui-e-agora é, indubitavelmente, um produto daquilo que ele trouxe ao mundo com aquilo que o mundo fez com ele, em outras palavras, o sujeito é uma combinação de seu genótipo com as influências do ambiente sobre esse genótipo. Em outras palavras, Fenótipo = Genótipo + Ambiente. Essa é a fórmula universalmente aceita pela ciência.
Quando se associa o tema personalidade à violência, automaticamente vem à tona a possibilidade do Transtorno Antissocial. Essa denominação é algo mais ameno que Sociopatia, embora seja da mesma família. A Personalidade Antissocial é um transtorno de personalidade caracterizado por desprezo das obrigações sociais e falta de empatia para com os outros. Haveria um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas, sendo que esse comportamento não seria modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas correções e punições.
Existe neste tipo de personalidade baixa tolerância à frustração e baixo limiar de descarga da agressividade, inclusive da violência. Existe também, na Personalidade Antissocial, tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalizações plausíveis para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade. Algumas classificações psiquiátricas consideram a Personalidade Antissocial como sinônimo de Transtorno Amoral da Personalidade, Transtorno Associal da Personalidade, Personalidade Psicopática ou Sociopatia. A característica essencial do Transtorno da Personalidade Antissocial é um padrão invasivo de desrespeito e violação dos direitos dos outros, que inicia na infância ou começo da adolescência e continua na idade adulta.
Uma vez que o engodo e a manipulação são aspectos centrais do Transtorno da Personalidade Antissocial, pode ser de especial utilidade integrar as informações adquiridas pela avaliação clínica sistemática com informações coletadas a partir de fontes colaterais. Para receber o diagnóstico de Transtorno da Personalidade Antissocial, o indivíduo deve ter pelo menos 18 anos e ter tido uma história de alguns sintomas de Transtorno da Conduta antes dos 15 anos.
O Transtorno da Conduta envolve um padrão de comportamento repetitivo e persistente, no qual ocorre violação dos direitos básicos dos outros ou de normas ou regras sociais importantes e adequadas à idade. Os comportamentos específicos e característicos do Transtorno da Conduta ajustam-se a uma de quatro categorias: agressão a pessoas e animais, destruição de propriedade, defraudação ou furto, ou séria violação de regras.
O padrão de comportamento anti-social persiste pela idade adulta. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Antissocial não se conformam às normas pertinentes a um comportamento dentro de parâmetros legais. Eles podem realizar repetidos atos que constituem motivo de detenção (quer sejam presos ou não), tais como destruir propriedade alheia, importunar os outros, roubar ou dedicar-se à contravenção. As pessoas com este transtorno desrespeitam os desejos, direitos ou sentimentos alheios.
Esses pacientes frequentemente enganam ou manipulam os outros, a fim de obter vantagens pessoais ou prazer, podem mentir repetidamente, usar nomes falsos, ludibriar ou fingir. As decisões são tomadas ao sabor do momento, de maneira impensada e sem considerar as consequências para si mesmo ou para outros, o que pode levar a mudanças súbitas de empregos, de residência ou de relacionamentos. Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Antissocial tendem a ser irritáveis ou agressivos e podem repetidamente entrar em lutas corporais ou cometer atos de agressão física, incluindo espancamento do cônjuge ou dos filhos.
Os atos agressivos cometidos em defesa própria ou de outra pessoa não são considerados evidências para este quesito. Eles podem engajar-se em um comportamento sexual ou de uso de substâncias com alto risco de consequências danosas. Eles podem negligenciar ou deixar de cuidar de um filho, de modo a colocá-lo em perigo.
Por tudo isso, os indivíduos com Transtorno da Personalidade Antissocial também tendem a ser extremamente irresponsáveis. O comportamento laboral irresponsável pode ser indicado por períodos significativos de desemprego apesar de oportunidades disponíveis, ou pelo abandono de vários empregos sem um plano realista de conseguir outra colocação. Pode também haver um padrão de faltas repetidas ao trabalho, não explicadas por doença própria ou na família. A irresponsabilidade financeira é indicada por atos tais como inadimplência e deixar regularmente de prover o sustento dos filhos ou de outros dependentes.
Os indivíduos com Transtorno da Personalidade Antissocial demonstram pouco remorso pelas consequências de seus atos. Eles podem mostrar-se indiferentes ou oferecer uma racionalização superficial para terem ferido, maltratado ou roubado alguém. Esses indivíduos podem culpar suas vítimas por serem tolas, impotentes ou por terem o destino que merecem; podem minimizar as consequências danosas de suas ações, ou simplesmente demonstrar completa indiferença. Estes indivíduos em geral não procuram compensar ou emendar sua conduta. Eles podem acreditar que todo mundo está aí para “ajudar o número um” e que não se deve respeitar nada nem ninguém, para não ser dominado.
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Violência e Doença Mental
Violência e doença mental se associam na ideia do público geral, mas os profissionais de saúde mental costumam alertar que estes medos são, em grande parte, infundados. A maioria dos estudos tem valor limitado porque usam apenas registros de prisões como indicação de violência ou apenas hospitalização como indicação de doença mental.
A taxa de prisões entre os mentalmente doentes pode não indicar a frequência de violência, já que a polícia muitas vezes fica relutante em prender pessoas que acreditam ser mentalmente doentes.
Em relação às internações em hospitais psiquiátricos, a maioria dos estudos mostra que apenas quando os pacientes mentais já eram violentos antes de darem entrada no hospital é que havia maior probabilidade de cometerem crimes violentos, porém, em proporção não maior que outros criminosos.
O sexo masculino, porém, além de idade e atos violentos prévios, e não a gravidade ou natureza da doença mental, foram os indicadores mais fortes de violência futura. A taxa de doença mental severa (transtorno bipolar e esquizofrenia) em prisioneiros é duas ou três vezes acima da média, mas estudos de indivíduos condenados em geral não sustentam o ponto de vista de que doença mental, com exceção dos transtornos da personalidade, fazem uma importante contribuição para o crime.
O maior risco de violência entre pacientes que entram nos hospitais psiquiátricos é criado pela intoxicação com drogas, especialmente intoxicação por estimulantes ou tranquilizantes, inclusive o álcool.
A admissão involuntária em hospitais psiquiátricos envolve a questão de pacientes suicidas, ou seja, que representam risco para si mesmos, e/ou homicidas, representando risco para os outros. Como essas pessoas não reconhecem sua necessidade de atendimento hospitalar, o pedido de admissão a um hospital deve ser feito por um parente ou amigo. Depois de feita a solicitação o paciente deve ser avaliado por um psiquiatra, e, se o quadro de risco for confirmado o paciente admitido.
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Transtornos de Conduta
O Transtorno de Conduta, típico de crianças, adolescentes e jovens, se caracteriza por um padrão repetitivo e persistente de conduta antissocial, agressiva ou desafiadora. Esse transtorno, quando em seu maior extremo, produz violações importantes das expectativas sociais apropriadas à idade do indivíduo e, portanto, é mais grave que as tradicionais travessuras infantis ou rebeldia normal de um adolescente.
O Transtorno de Conduta parece preocupar mais os outros do que a própria criança que sofre da perturbação e, nestes, são comuns o uso regular do fumo, bebidas alcoólicas ou drogas e comportamento sexual precoce.
O portador do Transtorno de Conduta pode não ter consideração pelos sentimentos, desejos e bem estar dos outros, demonstrando isso através de comportamento insensível, faltando-lhe um sentimento apropriado de culpa e remorso. Na realidade, conceitualmente, devemos ter em mente que o Transtorno de Conduta é o correspondente infantil da sociopatia ou Transtorno Antissocial.
Os pacientes com esse transtorno podem viver acusando seus companheiros, tentando culpá-los por suas ações. A autoestima está usualmente baixa, embora a pessoa possa projetar uma imagem de dureza. Pouca tolerância à frustração, irritabilidade, explosões temperamentais e negligência provocativa são também características frequentes.
Outros sintomas de ansiedade e depressão, além da redução da autoestima, são comuns e podem justificar o diagnóstico adicional desses estados. Anteriormente, antes dessa febre demagógica do politicamente correto, essas crianças e adolescentes eram diagnosticados como Delinquentes.
O Transtorno de Conduta tem importância clínica, devido ao grande número de encaminhamentos psiquiátricos, intercorrências judiciais, policiais e sociais motivados por comportamentos antissociais e agressivos. Normalmente o comportamento antissocial da infância costuma ser precursor de comportamento antissocial no adulto.
É incomum encontrar comportamento antissocial adulto na ausência de uma história de transtorno semelhante ou delinquência na infância. A não diminuição destes comportamentos problemáticos à medida em que o tempo passa tem sido visto como um mau prognóstico para a socialização adulta normal.
Embora algum comportamento delinquêncial e rebelde seja relativamente comum durante a adolescência, trata-se de um modismo ou ocorrência própria da faixa etária. Felizmente, apenas um pequeno percentual desses jovens se tornará infrator crônico depois de adulto.
Existem estudos que mostram evidências de que certos tipos de violência episódica podem estar associados à alguns transtornos do sistema nervoso central. Muitos jovens seriamente perturbados podem revelar alterações disrítmicas do sistema nervoso central. Uma das ocorrências co-mórbidas ao Transtorno de Conduta mais comumente encontradas é a chamada Hiperatividade com Déficit de Atenção.
O quadro de Transtorno de Conduta tem sido considerado de mau prognóstico, tendo em vista não haver tratamento efetivo especifico para ele.
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Para o diagnóstico do Transtorno de Conduta, além dos critérios especificados nas classificações oficiais (CID-10 e DSM-5) que estão na próxima secção, recomenda-se a ocorrência persistente e repetitiva de um número variável das características abaixo:
1. Roubo sem confrontação com a vítima em mais de uma ocasião (incluindo falsificação).
2. Fuga de casa durante a noite, pelo menos duas vezes enquanto vivendo na casa dos pais (ou em um lar adotivo) ou uma vez sem retornar.
3. Mentira frequente (por motivo que não para evitar abuso físico ou sexual).
4. Envolvimento deliberadamente em provocações de incêndio.
5. Gazetas frequentemente na escola (para pessoa mais velha, ausência ao trabalho).
6. Violação de casa, edifício ou carro de uma outra pessoa.
7. Destruição deliberadamente de propriedade alheia (que não por provocação de incêndio).
8. Crueldade física com animais.
9. Forçar alguma atividade sexual com ele ou ela.
10. Uso de arma em mais de uma briga.
11. Frequentemente inicia lutas físicas.
12. Roubo com confrontação da vítima (por exemplo: assalto, roubo de carteira, extorsão, roubo à mão armada).
13. Crueldade física com pessoas.
Quanto a classificação do grau de gravidade os critérios são:
Leve – poucos ou nenhum problema de conduta a mais daqueles exigidos para o diagnóstico, e os problemas de conduta apenas causam pequenos danos aos outros.
Moderado – número de problemas de conduta e efeito nos outros, intermediário entre leve e grave.
Grave – Os problemas de conduta causam danos consideráveis a outros, p.ex.: graves lesões corporais às vítimas, amplo vandalismo ou roubo, ausência prolongada de casa.
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Sociopatia
Uma grande proporção de prisioneiros, em torno de 25%, mostra muitas características daquilo que a psiquiatria chama de Sociopatia. Pode-se considerar a sociopatia como um Transtorno da Personalidade Antissocial e um outro sinônimo seria Transtorno da Personalidade Dissocial.
As características dos sociopatas engloba, principalmente, o desprezo pelas obrigações sociais e a falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles possuem um egocentrismo exageradamente patológico, emoções superficiais, teatrais e falsas, pobre ou nenhum controle da impulsividade, baixa tolerância para frustração, baixo limiar para descarga de agressão, irresponsabilidade, falta de empatia com outros seres humanos, ausência de sentimentos de remorso e de culpa em relação ao seu comportamento. Características mais detalhadas da sociopatia pode ser visto na página Psicopatia ou Sociopatia.
Essas pessoas geralmente são cínicas, incapazes de manter uma relação leal e duradoura, manipuladoras, e incapazes de amar. Eles mentem exageradamente sem constrangimento ou vergonha, subestimam a insensatez das mentiras, roubam, abusam, trapaceiam, manipulam dolosamente seus familiares e parentes, colocam em risco a vida de outras pessoas e, decididamente, nunca são capazes de se corrigirem. Esse conjunto de caracteres faz com que os sociopatas sejam incapazes de aprender com a punição ou incapazes de modificar suas atitudes.
Quando os sociopatas descobrem que seu teatro já está descoberto, eles são capazes de darem a falsa impressão de arrependimento, falseiam que mudarão “daqui para a frente”, mas nunca serão capazes de suprimir sua índole maldosa. Não obstante eles são talentosos na capacidade de disfarçar de forma inteligente suas características de personalidade.
Na vida social, o sociopata costuma ter um charme convincente e simpático para as outras pessoas e, não raramente, ele tem uma inteligência normal ou acima da média. Devido ao fato de não demonstrarem sintomas de outras doença mental qualquer, na década de 60 o movimento norte-americano chamado Anti-psiquiatria recomendou que os sociopatas fossem excluídos das classificações psiquiátricas. Dizia-se, na época, que a alteração do sociopata era de natureza moral e ética e, para problemas éticos, as soluções tinham que ser éticas (cadeia), não médicas.
A teatralidade e manipulação social dos sociopatas é tão convincente que poucas pessoas, após algum contato duradouro com os sociopatas, são capazes de imaginar o seu lado negro, mau e perverso. Tais atributos negativos os sociopatas são capazes de esconder durante toda vida. Vítimas fatais de sociopatas violentos percebem seu verdadeiro lado apenas alguns momentos antes de sua morte.
Como a psiquiatria não tem uma avaliação unicamente binária da situação, como a obstetrícia que considera as grávidas e não grávidas, a sociopatia tem vários graus, desde simplesmente os socialmente perniciosos, passando pelas personalidade odiosas, até criminosos brutais do tipo “Silêncio dos Inocentes”. Muitas personalidades conhecidas no campo da política, da polícia, das finanças e das empresas podem portar o caráter sociopático. Felizmente, apenas uma parte dos sociopatas se transforma em criminosos violentos, estupradores e assassinos seriais. Parece haver um amplo consenso entre os psiquiatras que a sociopatia é intratável.
A escala de valores do sociopata é tão precária (ou inexistente) que eles próprios sociopatas se consideram predadores sociais, e geralmente sentem expressivo orgulhosos disto. Normalmente eles não têm o tipo mais comum de comportamento agressivo explícito das pessoas comuns. Eles costumam dissimular perfeitamente a intenção agressiva e violenta, normalmente atendo-se à intimidade doméstica ou agindo sorrateiramente. Trata-se, de fato, de uma agressão predatória, comumente acompanhada por excitação mínima do sistema Nervoso Autônomo (são frios) bem planejadas, intencionais e pouco emocionais.
A maldade começa na infância e segue pela a vida adulta. Alguns casos de delinquência podem ser de orígem comportamental (educacional), mas a maioria tem origem no caráter.
O diagnóstico da sociopatia pode ser feito ainda na infância ou adolescência. Inicialmente ela começa com delinquência infanto-juvenil, algumas classificações têm a sociopatia da infância e adolescência como Transtorno do Comportamento Disruptivo, no subtipo Transtorno de Conduta. O Transtornos de Conduta e está subdivididos nos seguintes tipos:
1- Transtorno de conduta restrito ao contexto familiar;
2- Transtorno de conduta não-socializado;
3- Transtorno de conduta socializado;
4- Transtorno desafiador de oposição;
5- outros e não especificado
A característica essencial do Transtorno da Conduta é um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade. O Transtorno de Conduta pode ainda apresentar-se em alguns tipos principais:
1. a conduta agressiva, capaz de causar ou mesmo ameaçar danos físicos a outras pessoas ou a animais;
2. a conduta não-agressiva, causadora de perdas ou danos a propriedades e;
3. a defraudação ou furto que reflete sérias violações de regras.
O padrão delinquêncial de comportamento costuma estar presente em varias circunstâncias, tais como em casa, na escola ou comunidade e as informações necessárias à anamnese devem ser colhidas com familiares ou outros informantes, tendo em vista o fato desses indivíduos tenderem a minimizar seus problemas de conduta. Esses pacientes infantis ou adolescentes costumam exibir um comportamento de provocação, ameaça ou intimidação, traduzindo um comportamento agressivo e reações também agressivas aos outros. Não é raro que eles provoquem lutas corporais, usem alguma arma capaz de causar sério dano físico (desde pedra, canivete, pedaços de pau até armas de fogo).
Outra característica dos delinquentes é a capacidade de serem fisicamente cruéis com pessoas ou animais, de roubarem e de forçarem alguém a manter atividade sexual consigo. Desta forma, quando adolescentes, a violência física pode assumir a forma de estupro, agressão ou, em certos casos, até de homicídio. A destruição deliberada da propriedade alheia também é um aspecto característico do Transtorno de Conduta, assim como o incendiarismo, a depredação, a quebra de vidros de automóveis e o vandalismo. Mentir ou romper promessas para obter vantagens ou complacência do ambiente ou para evitar débitos ou obrigações também é frequente.
O Transtorno de Conduta (que é o sociopata infantil) frequentemente se inicia antes dos 13 anos e muitos pacientes começam o quadro permanecendo fora de casa até tarde da noite, apesar de proibições dos pais, fugindo de casa durante a noite ou outros tipos de desobediência às normas, sejam elas domésticas ou escolares.
Alguns autores preferem a denominação de Delinquência para o Transtorno de Conduta, denominação muito sugestiva, apesar de pouco honrosa. As condutas provenientes deste transtorno são normalmente mais graves que as travessuras comuns das crianças e adolescentes. Legalmente o termo “delinquência” refere-se à transgressão das leis normativas de um determinado lugar por pessoa abaixo de determinada idade definida (16, 18 ou 21 anos). O mesmo ato praticado depois desta idade denomina-se crime. Percebe-se então, que o termo “delinquência” pode não completar a ideia atrelada aos Transtornos de Conduta, já que muitos atos praticados têm apenas um caráter ético, não jurídico.
Os Transtornos de Conduta podem ser caracterizados por um padrão repetitivo e persistente de conduta antissocial, agressiva ou desafiadora. Para o diagnóstico devemos levar em conta a época do desenvolvimento da criança. Crises de birra, por exemplo, são comuns até aos 3 anos e não devem servir de base para este diagnóstico. Como exemplos de comportamentos válidos para o diagnóstico temos o seguinte:
1 – níveis excessivos de brigas;
2 – crueldade com animais;
3 – mentiras repetidas;
4 – destruição de propriedades;
5 – comportamento desafiador e;
6 – desobediência persistente.
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Maldoso desde sempre
Crianças sociopatas manifestam tendências e comportamentos que são altamente indicativos de seu distúrbio. Por exemplo, eles são aparentemente imunes a punição dos pais, e não são afetados pela dor.
Nada funciona para alterar seu comportamento indesejável, e consequentemente os pais geralmente desistem, o que faz a situação piorar. Os sociopatas violentos mostram uma história de torturar pequenos animais quando eles eram crianças e também vandalismo, mentiras sistemáticas, roubo, agressãoaos colegas da escola e desafio à autoridade dos pais e professores.
Os critérios para diagnósticos do Transtorno de Conduta infanto-juvenil são os seguintes:
A. Um padrão repetitivo e persistente de comportamento no qual são violados os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importantes apropriadas à idade, manifestado pela presença de três (ou mais) dos seguintes critérios nos últimos 12 meses, com pelo menos um critério presente nos últimos 6 meses:
(1) frequentemente provoca, ameaça ou intimida outros
(2) frequentemente inicia lutas corporais
(3) utilizou uma arma capaz de causar sério dano físico a outros (por ex., bastão, tijolo, garrafa quebrada, faca, arma de fogo)
(4) foi fisicamente cruel com pessoas
(5) foi fisicamente cruel com animais
(6) roubou com confronto com a vítima (por ex., bater carteira, arrancar bolsa, extorsão, assalto à mão armada)
(7) forçou alguém a ter atividade sexual consigo
Destruição de Propriedade
(8) envolveu-se deliberadamente na provocação de incêndio com a intenção de causar sérios danos
(9) destruiu deliberadamente a propriedade alheia (diferente de provocação de incêndio)
Defraudação ou furto
(10) arrombou residência, prédio ou automóvel alheios
(11) mente com frequência para obter bens ou favores ou para evitar obrigações legais (isto é, ludibria outras pessoas)[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
(12) roubou objetos de valor sem confronto com a vítima (por ex., furto em lojas, mas sem arrombar e invadir; falsificação)
Sérias Violações de Regras
(13) frequentemente permanece na rua à noite, apesar de proibições dos pais, iniciando antes dos 13 anos de idade
(14) fugiu de casa à noite pelo menos duas vezes, enquanto vivia na casa dos pais ou lar adotivo (ou uma vez, sem retornar por um extenso período)
(15) frequentemente gazeteia à escola, iniciando antes dos 13 anos de idade.
B. A perturbação no comportamento causa prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional.
C. Se o indivíduo tem 18 anos ou mais, não são satisfeitos os critérios para o Transtorno da Personalidade Anti-Social.
Quanto a gravidade o Transtorno de Conduta pode ser:
1 – Leve: poucos problemas de conduta, se existem, além daqueles exigidos para fazer o diagnóstico e os problemas de conduta causam apenas um dano pequeno a outros.
2 – Moderado: número de problemas de conduta e efeito sobre outros são intermediários, entre “leve” e “severo”.
3 – Severo: muitos problemas de conduta além daqueles exigidos para fazer o diagnóstico ou problemas de conduta que causam dano considerável a outros.
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Algumas patologias mentais francas podem resultar sintomas de violência. Felizmente essa não é a regra. Abaixo dois exemplos:
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Episódio Maníaco
Um Episódio Maníaco é uma das fases do Transtorno Afetivo Bipolar, durante a qual existe um humor anormal e persistentemente elevado, expansivo ou irritável. A perturbação do humor deve ser acompanhada por pelo menos três sintomas adicionais de uma lista que inclui:
autoestima de grandiosidade
sono diminuído,
fala demais
fuga de ideias
distraibilidade
hiperatividade
agitação psicomotora
excesso de atividades prazerosas
O humor no Episódio Maníaco pode ser irritável, ao invés de elevado ou expansivo. Essa perturbação afetiva costuma ser suficientemente severa para causar prejuízo acentuado no funcionamento social ou ocupacional ou para exigir a hospitalização, ou é marcada pela presença de aspectos psicóticos.
O Episódio Maníaco não deve decorrer dos efeitos fisiológicos diretos de uma droga de abuso, como por exemplo a cocaína, álcool ou maconha, de um medicamento, como por exemplo os redutores do apetite ou outros tratamentos somáticos para a depressão.
O humor elevado de um Episódio Maníaco pode ser descrito como eufórico, excepcionalmente bom, alegre ou excitado. A qualidade expansiva do humor é caracterizada por entusiasmo incessante e indiscriminado por interações interpessoais, sexuais ou profissionais. Embora esse humor elevado seja considerado o sintoma prototípico, a perturbação predominante do humor pode ser irritabilidade, particularmente quando os desejos da pessoa são frustrados. Aí é que entra o potencial agressivo e violento do maníaco.
A autoestima inflada tipicamente está presente, indo desde uma autoconfiança sem crítica até uma acentuada grandiosidade que pode alcançar proporções delirantes. Os delírios grandiosos no Episódio Maníaco são comuns, como por exemplo, ter um relacionamento especial com Deus ou com alguma figura pública do mundo político, religioso ou artístico).
A fala maníaca é tipicamente pressionada, alta, rápida e difícil de interromper. Esses pacientes podem falar ininterruptamente, às vezes por horas a fio, sem consideração para com o desejo de comunicação de outras pessoas. A fala por vezes se caracteriza por trocadilhos, piadas e bobagens divertidas. O indivíduo pode tornar-se teatral, apresentando maneirismos dramáticos e cantando. Os sons podem governar a escolha de palavras mais do que os nexos contextuais significativos (reverberação). Se o humor da pessoa for mais irritável do que expansivo, a fala pode ser marcada por queixas, comentários hostis ou tiradas coléricas.
O aumento da atividade dirigida a objetivos frequentemente envolve excessivo planejamento e participação de múltiplas atividades, como por exemplo, atividades sexuais, profissionais, políticas e religiosas. Um aumento do impulso, fantasias e comportamento sexual em geral está presente. A pessoa pode assumir simultaneamente múltiplos novos empreendimentos profissionais, sem levar em consideração possíveis riscos ou a necessidade de completar cada uma dessas investidas a contento.
Expansividade, otimismo injustificado, grandiosidade e fraco julgamento frequentemente levam o paciente com Episódio Maníaco envolver-se imprudentemente em atividades prazerosas tais como surtos de compras, direção imprudente, investimentos financeiros tolos e comportamento sexual incomum para a pessoa, apesar das possíveis consequências dolorosas destas atividades.
O comprometimento resultante da perturbação pode ser suficientemente severo para causar acentuado prejuízo no funcionamento ou para exigir a hospitalização, com o fim de proteger o indivíduo das consequências negativas das ações resultantes do fraco julgamento. Essas consequências envolvem perdas financeiras, atividades ilegais, perda do emprego e, inclusive, comportamento agressivo.
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Transtorno Psicótico (e violência)
Um dos sintomas mais exuberante e característico dos Transtornos Psicóticos é o Delírio. Há, normalmente, alguma relação entre a psicose franca atual e algum tipo característico de personalidade pré-mórbida. Essa personalidade pré-mórbida problemática dos psicóticos costuma ser do tipo Transtorno Paranoide ou Esquizoide da Personalidade.
Esses transtornos de personalidade se caracterizam com acentuado traço de desconfiança, ressentimento, frigidez no relacionamento interpessoal, conforme se pode ver no capítulo dos Transtornos de Psicóticos.
Um dos sintomas mais exuberante e característico dos Transtornos Psicóticos é o Delírio. Há, normalmente, alguma relação entre a psicose franca atual e algum tipo característico de personalidade pré-mórbida. Essa personalidade pré-mórbida problemática dos psicóticos costuma ser do tipo Transtorno Paranoide ou Esquizoide da Personalidade. Esses transtornos de personalidade se caracterizam com acentuado traço de desconfiança, ressentimento, frigidez no relacionamento interpessoal, conforme se pode ver no capítulo dos Transtornos de Psicóticos.
Os delírios nas Psicoses são normalmente de cunho persecutório (de perseguição), ou seja, giram em torno de uma temática de prejuízo, perseguição e referência à pessoa do paciente, são também sistematizados e bem organizados. A ideia de referência do paranoide diz respeito à crença de que o mundo e os acontecimentos têm-no como um ponto de referência, ou seja, ele é observado, ele é perseguido por complôs misteriosos, ele é predestinado a executar um plano de salvação da humanidade, ele detém a capacidade de percepção extra-sensorial, ele é o mais prejudicado, etc.
Desta forma, o paciente edifica sua realidade particular e assume neste seu mundo uma posição central servindo de referência aos eventos que se sucedem, como se seu Ego sofresse uma gigantesca hipertrofia.
As manifestações de agressividade do paciente paranoide, ainda que incomuns, têm para ele um caráter eminentemente defensivo, contra um sistema que deseja prejudicá-lo, influir sobre ele, roubar seu pensamento, matá-lo através de influências estranhas. Pode haver a sensação de que algo suga suas ideias, bombardeia seus pensamentos com irradiações mágicas ou torna-o vulnerável à espíritos safadinhos.
Como exemplo de agressividade na Psicose, pode-se citar um paciente o qual, mediante seu delírio, sentia-se muito perseguido e prejudicado pelo seu vizinho. Este, segundo o delírio, durante o dia tinha uma corporeidade normal como qualquer pessoa mas, à noite, tomado por um poder sobrenatural, assumia uma forma quase imaterial para poder entrar na casa do paciente por debaixo da porta ou qualquer outro orifício. Neste estado fluido o vizinho entrava em sua casa e se dirigia ao quarto onde o paciente dormia com sua esposa.
Uma vez no quarto, o vizinho reassumia sua forma material e mantinha relações sexuais com a esposa do paciente enquanto ela dormia. Além disso, durante o dia, este mesmo vizinho influía na mente do paciente através de uma espécie de telepatia e, desta forma, descrevia mentalmente ao paciente todos os detalhes eróticos do relacionamento com sua esposa na noite anterior.
Tendo em vista esta tramoia toda, o paciente começou a perceber que todos os moradores da rua já estavam sabendo das peripécias noturnas do seu vizinho e, conforme transitava pelas imediações, percebia os cochichos pouco lisonjeiros da vizinhança a seu respeito.
A mansidão conjugal e apatia de marido traído era pouco tolerada pelos valores culturais de seu meio, despertando no ambiente social à sua volta uma grande animosidade e, consequentemente, por onde passava ouvia vozes lhe dizendo: “temos que matar o corno manso”. Por causa disso a vizinhança, lideradas pelo vizinho, estava planejando envenená-lo. Caso eles conseguissem matá-lo, aí sim seu vizinho ficaria “numa boa”. Portanto, o paciente antecipa-se e agride o vizinho com um machado.
Vê-se aí um delírio tipicamente sistematizado, de cunho francamente persecutório e de referência, próprios da esquizofrenia paranoide o qual gerou agressividade entretanto, mais como uma atitude defensiva que ofensiva.
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para referir:
Ballone GJ – Personalidade e Violência. in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net, 2020
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