Sexo compulsivo

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De fato, não existe um consenso sobre a possibilidade da maio frequência de atividade sexual ser, automaticamente, considerada patológica.

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Qual seria a quantidade de atividade sexual considerada patológica?

O comportamento sexual é um fenômeno multifatorial. Ele pode refletir um aspecto hereditário, um fator médico, um valor cultural, uma questão circunstancial, uma propriedade etária ou uma preferência pessoal. De qualquer forma a questão sexual é muito complexa, seja do ponto de vista qualitativo ou quantitativo, biológico ou ético, moral ou legal… Esse artigo enfatiza a questão quantitativa, ou seja, quanto de atividade sexual seria normal e quanto seria patológico, para mais ou para menos, quais seriam as alterações para mais, ou seja, a hipersexualidade.

O Impulso Sexual Excessivo aparece na população geral em torno de 5%, segundo Coleman. Essa prevalência pode estar subestimada, tendo em vista as limitações morais, constrangimento, embaraço, vergonha e sigilo dos envolvidos (Black). Há discreta e controversa preponderância do sexo masculino (Goodman), o que também é questionável, levando-se em consideração possíveis interferências de cunho moral e cultural.

Uma primeira questão a ser valorizada é o fato de muitos pacientes com sintomas hipersexuais não apresentarem nenhuma evidência visível de outra disfunção neuropsiquiátrica.

Outros pacientes podem ter evidências sutis de algum comprometimento e, finalmente, alguns podem apresentar franco comprometimento psiquiátrico. A dúvida é: nas pessoas sem nenhuma evidência de outra disfunção neuropsiquiátrica, além da atividade sexual aumentada, estaria correto pensar em alguma patologia, ou seja, seria isso uma condição médica, ética ou simplesmente pessoal?

Para ser tomado como patológico, segundo diretrizes da psicopatologia, o Comportamento Sexual Compulsivo deveria causar sofrimento emocional e proporcionar consequências interpessoais, ocupacionais, familiares e financeiras.

Mesmo assim estaríamos diante de um critério polêmico, pois, havendo uma sexualidade patológica na qual o apetite e as fantasias sexuais passam a ocupar quase todos os pensamentos e sentimentos, estaria caracterizado um quadro Obsessivo-compulsivo com sintomatologia sexual.

Por outro lado, no caso de uma pessoa que exige gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres, aí então estaríamos diante de um Transtorno Sociopático ou Borderline da Personalidade, com sintomas também sexuais.

O Comportamento Sexual Compulsivo pode se associar a outras doenças psiquiátricas, particularmente ao abuso de substâncias psicoativas, atualmente à cocaína. Transtornos Ansiosos, Transtornos de Personalidade e Transtornos do Controle de Impulsos também podem ser concomitantes ao Comportamento Sexual Compulsivo.

Para se classificar o Comportamento Sexual Compulsivo dentro dos Transtornos de Controle de Impulsos, suas características essenciais deveriam ser: o fracasso em resistir a um impulso ou tentação de realizar algum ato que seja prejudicial à própria pessoa ou a outros, com ou sem resistência consciente ao impulso e com ou sem premeditação ou planejamento do ato, deveria haver uma sensação crescente de tensão ou excitação antes de cometer o ato e uma experiência de prazer, gratificação ou alívio no momento de cometer o ato.

Black e cols. analisaram 36 pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo e verificaram que a maioria delas (92%) estava realmente preocupada com seus desejos exacerbados e/ou com suas persistentes fantasias sexuais. A maior parte dessas pessoas tentava resistir ao comportamento sexualizado (72%), embora sem sucesso e com perda de controle. Grande parte delas experimentava arrependimento pelas atividades sexuais exageradas, impulsivas, não resistidas e, muitas vezes, inconsequentes.

Uma observação adicional mostrou que a maioria dos pacientes com Comportamento Sexual Compulsivo (75%) também preenchia os requisitos para diagnóstico de abuso de substâncias psicoativas. Estas estariam relacionadas a uma desinibição do comportamento suficiente para permitir a intensificação do prazer ou aplacar a sensação de vergonha.

Os prejuízos sócio-ocupacionais com o Comportamento Sexual Compulsivo incluem gastos financeiros, traição das(os) parceiras(os), perda de amigos ou sofríveis experiências de vergonha. Pouco mais de 42% dessas pessoas reconheceram que esse comportamento sexual afetava o casamento ou relacionamentos importantes e, um quarto dos casos, sentia que o Comportamento Sexual Compulsivo tinha afetado seu trabalho. A pesquisa apontou ainda que 19% dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo tinham tentado o suicídio. As complicações legais também eram uma preocupação para vários pacientes.

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Compulsão Sexual

O conceito de compuldsão sexual desenvolveu-se durante as duas últimas décadas para referir pessoas que buscam compulsivamente experiências sexuais e cujo comportamento fica comprometido caso não consigam gratificar seus impulsos sexuais.

O conceito de compulsão (adição) sexual derivou do modelo de adição de drogas, como heroína, ou adição a padrões comportamentais, como jogos de azar. Adição implica dependência psicológica, dependência física e a presença de uma síndrome de abstinência se a substância (p. ex. a droga) estiver indisponível ou o comportamento (p. ex., jogar) for frustrado.

Os termos adição sexual ou sexualidade compulsiva não são usados na classificação do DSM-5, desta forma, este transtorno não é reconhecido ou aceito universalmente. Por outro lado, as pessoas não são obrigadas a manifestarem apenas as alterações reconhecidas por essaz classificação norteaericana.

Assim sendo, o fenômeno de uma pessoa cuja vida gira em torno de comportamento e atividades de busca de sexo, que gasta um tempo excessivo com esse comportamento e que com frequência tenta parar com tal comportamento, mas não consegue fazê-lo, é bem conhecido dos clínicos.

A vida sexual do brasileiro

Baseado em um levantamento bastante completo sobre a vida conjugal e sexual dos brasileiros, patrocinado pelos laboratórios Pfizer e coordenado pela psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas, de São Paulo, alguns dados podem ser muito curiosos e despertam reflexões igualmente interessantes.

A pesquisa recolheu informações de quase 3.000 homens e mulheres entre 18 e 70 anos, de todas as classes sociais. A média nacional de relações é de três por semana.

Esse número pode parecer exagerado aos casais que entraram no inevitável período de estabilização, mas ele é um pouco maior que a média de relações nos Estados Unidos.

Quanto ao grau de satisfação com a qualidade da vida sexual, 60% das mulheres e 68% dos homens consideram que a sua qualidade sexual é muito boa ou ótima. Somados aos que escolheram a opção “regular”, essa proporções sobem para 86% e 92%, respectivamente.

No que se refere às preliminares, ao contrário do que pode estar pensando a maioria das mulheres queixosas, 81% de suas colegas sexualmente ativas estão contentes com as carícias que recebem antes do ato.

A novidade, que supostamente não acontecia em outras épocas, é que mais de 62% dos homens demonstram grande preocupação em satisfazer suas parceiras durante essa fase preparatória.

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A compulsão

Os compulsivos sexuais não conseguem controlar seus impulsos sexuais, os quais podem envolver todo o espectro da fantasia ou do comportamento sexual. Em algum momento a necessidade de atividade sexual aumenta e o comportamento é motivado, em grande parte, pelo desejo persistente de vivenciar o ato sexual.

Esse histórico revela um padrão de comportamento que a pessoa tentou controlar sem sucesso muitas vezes. Apesar da pessoa experimentar sentimentos de culpa e remorso depois da atividade sexual, esses sentimentos não são suficientes para impedir sua recorrência.

Ele pode relatar que a necessidade sexual é mais intensa durante períodos de estresse ou ansiedade ou quando está entediado, deprimido, ansioso ou disfórico. A maioria dos atos termina em orgasmo. Por fim, a atividade sexual interfere na vida social, ocupacional ou conjugal, a qual começa a se deteriorar. 

O Perfil Sexual (feminino) 
A auto-avaliação feminina sobre o próprio desempenho sexual atingiu a nota 7 e a masculina, 8 (de 0 a 10). Esses números devem ser encarados com certa reserva, tendo em vista ser natural as pessoas se superestimarem nessa questão.

Entre as queixas mais frequentes, a falta de orgasmo lidera e continua a afligir as mulheres. Cerca de um terço delas não consegue atingi-lo. A explicação mais plausível para esse fato ainda é a mesma de antigamente, ou seja, a maior parte não tem orgasmo por medo, culpa ou porque o parceiro é rápido demais.

Outro problema predominantemente feminino é a falta de desejo – 35% das mulheres não sentem nenhuma vontade de ter relações. Esse é um número extremamente elevado. De vez em quando somos tentados a dizer para clientes masculinos preocupados com sua performance sexual que, muito provavelmente, sua esposa terá maior satisfação quando ele vira pro lado e dorme.

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Seria o Transtorno Hipersexual uma atitude Adictiva?

Fenichel usou o termo adicção (adição em português brasileiro) sexual aproximadamente há 50 anos para comparar sintomas sexuais com a mesma conotação que dava à adição em relação ao uso de quantidades crescentes de uma droga (dependência com tolerância).

Goodman argumenta que, do ponto de vista fenomenológico, os transtornos aditivos situam-se na intersecção de transtornos compulsivos, os quais envolvem redução da ansiedade através de uma atitude de natureza obrigatória.

Enquanto isso, os transtornos impulsivos envolveriam a gratificação através do exercício de um impulso. Além disso, ele argumentou que esse conjunto de sintomas é embasado por mecanismos neurobiológicos, inclusive através do envolvimento dos sistemas serotoninérgico, noradrenérgico, dopaminérgico e de opioides.

Outros autores argumentam que o termo adicção deveria ser monopólio dos transtornos causados pelo uso de substâncias. A neurobiologia do abuso de substâncias tem sido relativamente bem estudada, mas ainda não é perfeitamente evidente que os mecanismos envolvidos na drogadição sejam os mesmos envolvidos na hipersexualidade.

Seria o Transtorno Hipersexual uma atitude Impulsiva?

A princípio  já existe a dúvida se a própria atividade sexual não seria normalmente impulsiva. A par dessa dúvida, alguns autores observam que os sintomas da hipersexualidade podem satisfazer plenamente os critérios para um Transtorno de Controle de Impulsos.

Tal comportamento sexual costuma envolver uma falha ou impotência da pessoa em resistir aos impulsos, uma sensação de tensão antes do comportamento desejado e uma experiência de alívio, depois que o comportamento fosse efetivado. Também, ta como ocorre no Transtorno de Controle de Impulsos, depois de efetivado o comportamento sexual impulsivo haveria sentimentos de vergonha e culpa (Barth). Vários outros autores têm usado o termo Impulsividade Sexual com base nessa sucessão de eventos.

Além disso, transtornos comórbidos (concomitantes) em pacientes com sintomas hipersexuais parecem semelhantes aos de outros Transtornos do Controle de Impulsos.

Há evidências do envolvimento serotoninérgico nos transtornos de controle de impulsos, e os agentes serotoninérgicos podem ser úteis em sintomas hipersexuais, ainda que os efeitos não sejam tão evidentes quanto são nos transtornos do afeto.

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Critérios de diagnóstico propostos para os transtornos hipersexuais

 1. A existência de fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos sexuais que persistam durante um período de pelo menos seis meses e se encaixem na definição de parafilias.

2. As fantasias, impulsos ou comportamentos sexuais causam desconforto ou comprometimento clinicamente significativo na área social, ocupacional ou outras áreas importantes.

3. Os sintomas não encontram causa em outros transtornos, como por exemplo, no Episódio Maníaco.

4. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância (abuso de droga ou medicamento) ou à afecção clínica geral.

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Comportamento Sexual Compulsivo e Parafilia

Parafilia é o termo empregado para os transtornos da sexualidade, anteriormente referidos como “perversões”, uma denominação ainda usada no meio jurídico, apesar de sua conotação altamente pejorativa. Estudar as Parafilias é conhecer as variantes da sexualidade e do erotismo em suas diversas formas de estimulação e expressão comportamental.

É muito difícil conceituar a sexualidade normal, a ponto de o médico inglês Havelock Ellis ter dito que “todas as pessoas não são como você, nem como seus amigos e vizinhos, inclusive seus amigos e vizinhos podem não ser tão semelhantes a você como você supõe.”

As Parafilias são fantasias sexualmente excitantes, são desejos sexuais fortes ou comportamentos envolvendo objetos não-humanos, sempre recorrentes e intensos. Essas parafilias podem causar constrangimento, sofrimento e humilhação ao paciente, a seu parceiro(a), filhos, familiares, bem como envolvimentos policiais e judiciais. Atualmente, entretanto, os sintomas das parafilias podem envolver outros padrões culturalmente questionáveis, como é o caso da masturbação repetitiva, pornografia pela Internet, hipersexualidade, etc.

A hipersexualidade, por sua vez, seria um aumento da atividade sexual (desejo, fantasias e atividade) para além do socialmente habitual. Os sintomas hipersexuais têm sido considerados compulsivos, impulsivos ou, tal como acontece com o vício do jogo ou das drogas, aditivos.

Evidências cada vez mais numerosas apoiam a existência de uma síndrome caracterizada por fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos sexuais ou comportamentos não normais mas, não obstante, que escapam dos conceitos e definições da parafilia (no caso do Transtorno Hipersexual sem Parafilia), ou seja, que escapam aos conceitos e definições das aberrações do ato e do desejo sexual.

Apesar desses comportamentos hipersexuais serem distintos da parafilia, há, contudo, alta comorbidade com ela (a hipersexualidade aparece concomitante com outras parafilias com frequência). Conquanto tais sintomas tenham sido rotulados como compulsão ou adição sexual, esses termos são problemáticos.

Classificação

Na ultrapassada CID.10 (Classificação Internacional de Doenças, 10a.revisão), consta no rótulo F52  o Apetite Sexual Excessivo, com duas subclassificações; Satiríase e Ninfomania, para homens e mulheres respectivamente. De qualquer forma, alguns autores requerem que esse transtorno seja classificado como uma das parafilias ou relacionado a elas.

Na ausência de um conhecimento mais abrangente sobre esse transtorno, sugere-se que seja simplesmente denominado de Transtorno Hipersexual, havendo quem classifique de Transtorno Hipersexual com Parafilia e Transtorno Hipersexual sem Parafilia. Essa última maneira seria preferível.

A ninfomania, significa um desejo excessivo ou patológico pelo coito em uma mulher. Uma outra denominação de satiríase seria o Don Juanismo, o equivalente da ninfomania para o homem. Trata-se de uma condição na qual há “sofrimento acerca de um padrão de relacionamentos sexuais repetidos, envolvendo uma sucessão de amantes, sentidos pelo indivíduo como coisas a serem usadas”.

Pode-se, ainda, pensar em diversos subtipos do Transtorno Sexual Hiperativo (ou Impulso Sexual Excessivo). Segundo Coleman seriam:

Subtipos do Transtorno Sexual Hiperativo
a) sexo compulsivo e múltiplos parceiros;
b) fixação compulsiva na obtenção de um parceiro inatingível;
c) masturbação compulsiva,
d) compulsão por múltiplos relacionamentos afetivos;
e) sexo compulsivo com um único parceiro.

As dependências de formas anônimas de sexo, como o sexo por telefone e a pornografia, também entrariam no rol das Dependências Sexuais Não-parafílicas (Kafka). Porém, para Stoller (1975) e Money trata-se, inclusive, de um subtipo de parafilia. Kafka propõe um critério no qual a performance sexual total individual conste de sete ou mais orgasmos por semana, por um período mínimo de doze semanas consecutivas, após os quinze anos de idade.

De modo geral, a questão de como categorizar melhor este transtorno permanece polêmica. Os termos ninfomania e donjuanismo podem ter ajudado a focalizar o esforço dos médicos e a pesquisa nesta área, mas esses rótulos têm ares pejorativos ou conotação de “senvergonhice”.

Os comportamentos sexuais nas parafilias costumam ser ritualísticos, ocultos e dissimulados, o que nem sempre (ou quase nunca) acontece no Comportamento Sexual Compulsivo.

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Problemas Orgânicos e disfunções sexuais 

A pesquisa “Vida Sexual do Brasileiro” mostrou serem raros os casos em que a disfunção sexual feminina não é causada por problemas orgânicos, como por exemplo, o baixo nível de hormônios ou outra causa ginecológica. Decisivos na regulagem do apetite sexual da mulher são os fatores psicológicos.

Ficou demonstrado que o que mais assombra o orgulho masculino (54%) é o medo de perder a ereção na hora H. Mas esse medo não é infundado, pois as disfunções como ejaculação precoce e impotência afetam grande parte dos brasileiros.

A ejaculação precoce costuma ser um pesadelo para quase a metade dos homens entre 18 e 60 anos. A incidência é maior entre os mais jovens, que são os mais ansiosos.

Cerca de 40% dos homens entre 30 e 50 anos apresentam algum grau de impotência. Muitos casos, principalmente até a meia-idade, têm motivos psicológicos e, quase sempre, estão ligados a stress e depressão.

A partir dos 50 anos, os fatores físicos costumam estar na origem dos distúrbios eréteis. Entre eles, a hipertensão, o diabetes, o colesterol alto ou o desequilíbrio na produção do hormônio masculino testosterona. O uso de drogas e o consumo excessivo de álcool também estão associados à impotência.

Quando as medidas mais tradicionais falham para corrigir a função sexual masculina recorre-se aos medicamentos tipo Viagra. O remédio é consumido em mais de uma centena de países, por 10 milhões de pessoas. De acordo com os médicos, o índice de sucesso do Viagra é de 80%. Esse tipo de medicamento causou uma verdadeira revolução na sexualidade masculina.

O levantamento da Pfizer mostra também que a opção mais frequente na traição conjugal é a prostituição. Mais da metade dos homens casados recorrem ou já recorreram a profissionais para satisfazer fantasias. Mais de 70% dos homens separados frequentam ou já frequentaram casas de massagem e assemelhadas.

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Conduta Sexual das Mulheres

Tanto quanto nos homens, são múltiplos os fatores que condicionam a conduta sexual feminina, tais como organização social, as normas culturais e morais, a conjuntura histórica e a expectativa dos papéis sexuais.

Os fatores sociais, juntamente com a conjuntura histórica, mostraram que em diversos períodos históricos e nas mais variadas culturas, a sociedade atribuiu à mulher papeis sociais atrelados à determinadas normas de conduta consideradas, digamos, apropriadas para este sexo.

Entretanto, avanços socioculturais importantes foram responsáveis pelas mudanças nas atitudes femininas, não apenas na questão da sexualidade, mas, inclusive, em relação ao mercado de trabalho, na política e em várias outras áreas da atividade humana.

Mas, mesmo que estejamos diante da atual situação “politicamente correta” da igualdade entre os sexos, a ciência (pesquisas) continua reconhecendo diferenças significativas entre a postura sexual feminina e a masculina, embora se reconheçam também, pontos bastante concordantes entre os sexos.

A importância do sentimento e do afeto pelo parceiro na satisfação sexual, por exemplo, continua sendo maior que nas mulheres, enquanto a importância da imagem positiva do próprio corpo como fator de desinibição sexual, anteriormente mais predominante nas mulheres, tende atualmente a ser igualmente valorizada.

É comum, nos dois sexos, as fantasias e sonhos eróticos. Atualmente cada vez mais mulheres sentem-se mais à vontade em buscar materiais pornográficos que as estimulem.

Essas fantasias sexuais podem ser voluntárias ou involuntárias e nelas a mulher pensa o que faria e como faria em determinadas situações sexuais inusitadas. Servem até como forma da mulher superar tradicional repressão à manifestação de sua sexualidade.

As fantasias sexuais mais recorrentes em mulheres, segundo o site Museu do Sexo, são:

– Manter relações sexuais com um homem diferente de seu parceiro;
– Imaginar ser objeto de uma violação por um ou mais homens;
– Manter relações sexuais com outras mulheres;
– Relembrar experiências sexuais anteriores;
– Imaginar que desempenha o papel de dominadora ou de dominada;
– Praticar posições ou técnicas sexuais inéditas, como o sexo anal ou oral.

Primeira Vez

Há séculos (atualmente ainda em várias culturas) era exigido que a mulher fosse virgem ao casar, porém, principalmente a sociedade ocidental vem aceitando cada vez mais as relações sexuais pré-matrimoniais.

Mas, de um modo geral, a primeira experiência sexual da mulher ainda pode determinar algum de conflito pessoal e/ou familiar.

Muitas garotas a consideram a perda da virgindade um passo fundamental em seu desenvolvimento pessoal (e até social), na maioria dos casos não se exigindo que o primeiro parceiro sexual seja o definitivo.

Os conflitos pessoais que essa conduta mais liberal da perda (doação) da virgindade podem proporcionar são produzidos pela incerteza do momento, da atitude e da escolha do parceiro.

Boa parte das adolescentes que deixam de ser virgens são motivadas pela necessidade de inserir-se em um contexto de liberalidade “progressista”, ou seja, para não se sentirem à margem das outras adolescentes que já experimentaram o sexo.

A adolescente que ainda não perdeu a virgindade é questionada pelas amigas e até ridicularizada, quando não se suspeita que ela deva ter algum sério problema.

O risco neste tipo de comportamento é transformar a liberdade sexual em obrigatoriedade sexual. Nesse caso o parceiro, que deveria ser a peça importante da relação, passa a ser apenas o instrumento de execução do ato.

Existem ainda aquelas mocinhas que, temendo ficarem sozinhas, enfrentam a concorrência das demais e cedem sexualmente com o propósito de tentar garantir um namorado ou, inocentemente, comportam-se da maneira que julgam esperar dela.

Os conflitos e frustrações surgem quando percebem que, além de muitas vezes a relação sexual não ter sido tão prazerosa, a atitude sexual liberal teve efeito contrário sobre as furturas intenções do companheiro, afastando-o ao invés de prendê-lo.

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Opinião de Mulheres – % Homens – %
Sentimento e Afeto 77,2 62,3
Grau de Intimidade 70,6 63,9
Clima, Ambiente Apropriado 70,5 63,6
Atração Física 68,2 73,5
Tempo Suficiente, tranqüilidade 66,5 69,5

*Levantamento sobre a vida conjugal e sexual dos brasileiros patrocinado pelos laboratórios Pfizer e coordenado por Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas, de São Paulo

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Campeões do Sexo

A frequência média anual com que as pessoas de todo o mundo mantém relações sexuais é 113 vezes, segundo pesquisa realizada pela fabricante de preservativos Durex.

A Revista Galileu, em sua edição de Janeiro de 2005 no.162, publicou uma relação da freqüencia média de relações sexuais anuais entre vários países. A lista das médias anuais ficou assim:

1 – França: 137
2 – Grecia: 133
3 – Sérvia: 131
3 – Montenegro: 131
3 – Hungria: 131
4 – Macedônia: 129
5 – Bulgária: 128
6 – Rep. Checa: 125
7 – Croácia: 120
8 – Reino Unido: 119
8 – Islância: 119
9 – Eslovaquia: 117
10-Nova Zelândia:114

Veja, acima, quais são os 10 países onde mais se faz sexo. No Brasil a média é de 96 vezes por ano.

Campeões do Sexo 2

As brasileiras também são precoces. Na média, a primeira relação acontece com 16,5 anos. Mas, na média mundial, “a primeira vez” ocorre depois dos 18 anos.

Segundo a companhia Durex, que não tem fábrica no Brasil, a pesquisa foi feita junto a 18 mil pessoas, com idades entre 16 e 25 anos.

Em relação aos primeiros conhecimentos adquiridos a respeito de sexo, os americanos, em sua maioria, disseram que ele veio das mães.

Já os holandeses dão o crédito aos pais, enquanto os italianos descobrem perguntando aos irmãos. Os franceses ficam conhecendo detalhes do sexo na prática.

E são também os franceses os que mais parceiros têm ao longo da vida, com uma média de 16,7 para cada um.

Os brasileiros, apesar da fama, aparecem em terceiro, depois dos gregos, com uma média 12,5 por pessoa.

Os mais fiéis são os indianos. Aproximadamente 82% deles têm, durante a vida inteira, relações sexuais com apenas uma pessoa.

Os resultados contradizem estudo anterior, feito pela médica britânica Judith MacKay, do Royal College of Physicians – que publicou suas conclusões no Atlas Penguin do Comportamento Sexual Humano. Para ela, no quesito sexualidade, o brasileiro é o melhor do mundo.

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Comportamento Sexual Compulsivo e TOC (Transtorno Obsessivo-compulsivo)

Popularmente o termo obsessão, quando aplicado ao sexo, pode designar uma preocupação sexual excessiva. O uso do termo nesse contexto desperta, sem dúvida, a antiga ideia de que paixão e loucura são vizinhas. A ideia de que alguns transtornos sexuais, notadamente a hipersexualidade, sejam de natureza obsessivo-compulsiva tem surgido mais recentemente na literatura médica.

Vários transtornos caracterizados por comportamentos repetitivos e impulsivos, particularmente compras compulsivas, cleptomania e jogo patológico se colocam junto ao TOC atualmente, comporiam o chamado Espectro Obsessivo-compulsivo. Alguns desses Transtornos do Controle dos Impulsos, notadamente a Tricotilomania (arrancar pelos, cabelos) e a Onicofagia (roer unhas), como o próprio TOC, respondem bem a antidepressivos inibidores da recaptação de serotonina e não a um inibidor da recaptação da noradrenalina.

Muito embora 15% dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo possam ser portadores de Transtorno Obsessivo-compulsivo da Personalidade, parece que a hiperatividade sexual e o TOC são, de fato, condições psiquiátricas diferentes.

Uma das diferenças entre o Comportamento Sexual Compulsivo e o Transtorno Obsessivo-compulsivo seria o fato de, no TOC, eventuais sintomas sexuais costumam provocar ansiedade, causando algum tipo de sofrimento ao paciente. Nesse caso o comportamento e/ou sentimento são chamados egodistônico. No Comportamento Sexual Compulsivo, por outro lado, os sintomas hipersexuais podem ser agradáveis ao paciente, portanto, chamados egosincrônico.

Outra diferença é que no TOC invariavelmente o paciente tenta neutralizar os pensamentos intrusivos (obsessivos) com toda sua força, mas no Comportamento Sexual Compulsivo o paciente costuma dar várias explicações para seus pensamentos e seu comportamento “assanhado”, principalmente quando são estimulados por uma cultura que glorifica uma forte performance sexual.

O que confunde esses dois conceitos TOC e Comportamento Sexual Compulsivo é que, em grande número de pacientes com TOC existem ideias obsessivas também de conotação sexual. Nesses casos, os sintomas hipersexuais respondem relativamente bem ao tratamento com antidepressivos ISRSs, mas a hipersexualidade do Comportamento Sexual Compulsivo não.

Comportamento Sexual Compulsivo e outros transtornos emocionais.

Carnes relatou, a partir de uma pesquisa com quase 1.000 pessoas internadas para tratamento por adicção ao sexo tinham, concomitantemente, outras adicções (veja tabela abaixo). Mais tarde, Carnes e Delmonico relataram números semelhantes numa pesquisa com 290 adictos ao sexo em recuperação. Em outro estudo, 70% dos adictos a cocaína que entraram num programa de tratamento sem internação relataram ter adição ao sexo.

 Comportamento Sexual Compulsivo e Outras Adicções
Outra Adicção Carnes (%) Delmonico (%)
Dependência Química 42 39
Transtorno Alimentar 38 36
Trabalho Compulsivo 28 28
Gastos Compulsivos 26 23
Jogo Compulsivo 5 4

Comportamento Sexual Compulsivo e Transtornos de Personalidade

(Black e cols.)
Os investigadores avaliaram a relação entre o Comportamento Sexual Compulsivo e os Trans­tornos de Personalidade. Quando foi usada a Entrevista Estruturada para Transtornos de Personalidade em vigor desde edições anteriores do DSM, 83% satisfizeram os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade, enquanto 82% satisfizeram os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade usando uma versão revisada do Personality Diagnostic Questionnaire. Por meio de um consenso de ambos os instrumentos, os participantes satisfaziam os critérios para pelo menos um transtorno de personalidade, mais comumente os transtornos eram dos tipos histriônico (21%), paranoide (15%) e obsessivo-compulsivo (15%).

Há muito se tem descrito pacientes, ou melhor, pessoas cujos sintomas compreendem exclusivamente em fantasias sexualmente excitantes recorrentes e intensas, impulsos ou comportamentos hipersexuais. Alguns descrevem uma sexualidade patológica na qual o apetite sexual aumenta tanto a ponto de ocupar quase todos os pensamentos e sentimentos e, assim, não permitindo que a consciência tenha liberdade de desvencilhar-se deles. Seria como um estado de “cio”, exigindo gratificação sexual sem maiores considerações éticas, morais e legais, resolvendo-se numa sucessão impulsiva e insaciável de prazeres sexuais.

O Comportamento Sexual Compulsivo afeta de 3 a 6% da população, predominantemente homens, e costuma ter início no final da adolescência ou no início da terceira década, sendo sempre de natureza crônica, com períodos episódicos de maior agudização. Essas cifras, por si só, não sugerem absolutamente nada, uma vez que podemos ter igual incidência de pessoas que pensam exageradamente e/ou praticam exageradamente a religião, o esporte, a arte ou qualquer outra atividade do universo humano. A diferença seria eminentemente ética e não médica.

Apesar dos transtornos caracterizados por hipersexualidade terem sido descritos há muito tempo e de continuarem a ser assunto de grande interesse clínico, as condições nosológicas dessas afecções permanecem controversas e obscuras.

O Comportamento Sexual Compulsivo se caracteriza por comportamentos sexuais impróprios, exagerados ou cognições que causam sofrimento subjetivo e comprometimento das funções ocupacional e interpessoal. O transtorno apresenta um desafio aos pesquisadores devido às discórdias sobre a definição de suas características principais e da amplitude de seu espectro.

Ao discutir o Comportamento Sexual Compulsivo, devemos levar em conta que esse conceito tende, se não for bem criterioso, a incluir todo o comportamento sexual. Embora sua amplitude ainda seja controversa, alguns investigadores acreditam que o Comportamento Sexual Compulsivo seja composto por padrões anormais de excitação e de comportamento sexuais, quando consequentes de parafilias, bem como de padrões normais de excitação e comportamento sexuais que se tornaram exagerados, transformando-se em Comportamento Sexual Compulsivo relacionados a parafilia ou não-parafílico.

Os sintomas hipersexuais têm sido comparados a uma espécie de adição, mais precisamente, como uma “adição sexual não-parafílica”. Outros autores têm usado termos como compulsivo, impulsivo e aditivo para descrever esses transtornos. Carnes estabelece um ciclo em quatro etapas para o Comportamento Sexual Compulsivo;

 Etapas para o Comportamento Sexual Compulsivo (Carnes)
 A primeira etapa é a preocupação, na qual a pessoa apresenta um afeto semelhante ao do transe, estando completamente absorta em pensamentos de sexo e partindo para busca obsessiva de estimulação sexual.
A segunda etapa é uma ritualização, na qual a pessoa desenvolve uma rotina que leva ao comportamento sexual. O ritual serve para intensificar a excitação.
A terceira etapa é da gratificação sexual, mediante o ato sexual em si, onde a pessoa se sente incapaz de controlar seu desejo.
A quarta etapa, o desespero, vem após o Comportamento Sexual Compulsivo e se caracteriza por uma sensação de impotência e desânimo.

As pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo gastam uma quantidade enorme de energia emocional para manter secretos seus comportamentos e inclinações sexuais, levando, paradoxalmente, ao isolamento social e sexual.

Muitas vezes a hipersexualidade pode refletir uma desinibição típica de alguns transtornos do Lobo Frontal e não, invariavelmente, um aumento do impulso sexual. Por exemplo, a desinibição e hipersexualidade foram relatadas em casos de lesões frontais e peri-ventriculares da esclerose múltipla. Semelhantemente, tem havido casos de desinibição e hiper­sexualidade depois de lesões frontais basais e, também, podem ocorrer desinibição e hipersexualidade no contexto da demência.

Já existem crescentes evidências de que os circuitos corticoestriatais estejam envolvidos no Transtorno Obsessivo Compulsivo e em afecções relacionadas, como aquelas consideradas do Espectro Obsessivo-compulsivo.

Blum observou que a coprolalia e copropraxia no Transtorno de Tourette e o aumento do impulso sexual e das parafilias associavam-se ao grau de carga para o(s) gene(s) do Transtorno de Tourette. Ademais, relatou-se a resposta dos sintomas do Transtorno de Tourette depois do uso de antidepressivos inibidores de recaptação da serotonina e dos bloqueadores da dopamina, sugerindo que os sintomas hipersexuais do Transtorno de Tourette, assim como os tiques e sintomas de Transtorno Obsessivo-compulsivo, por vezes podem ser atribuídos a disfunções geradas internamente ou padrões de resposta comportamental.

Dessa forma, sintomas hipersexuais e parafilias também podem estar presentes em alguns pacientes com Transtorno Obsessivo-compulsivo mas, nesses casos, sua fenomenologia parece diferir daquela de obsessões e compulsões clássicas. Os pacientes com Transtorno Obsessivo-compulsivo tipicamente descrevem os sintomas, inclusive as obsessões sexuais, como de natureza involuntária, intrusiva e imprópria, logo, causadores de sofrimento ou egodistônicos.

Num pequeno número de casos com Transtorno Obsessivo-compulsivo e hipersexualidade ou parafilia, o tratamento com antidepressivos inibidores de recaptação da serotonina ocasionou uma resposta diferencial de sintomas de Transtorno Obsessivo-compulsivo, que muitas vezes responderam bem e os sintomas de hipersexualidade ou parafilia, nos quais a resposta foi bem menos evidente (Comings).

Há relatos de sintomas de hipersexualidade em pacientes portadores de disfunção estriatal, como por exemplo, na Doença de Huntington, na Doença de Wilson e na Doença de Parkinson pós-encefalítico. Além disso, muitos pacientes com Doença de Parkinson apresentaram aumento do comportamento sexual depois do tratamento com L-dopa. Como esses tratamentos resultam em aumento da atividade da dopamina, supõe-se que a inervação dopaminérgica do estriado ventral é importante na mediação de comportamentos sexuais.

O aumento do impulso sexual pode ser ainda um dos sintomas próprios do Episódio Maníaco ou outros transtornos psicóticos, sendo possível que alguns sintomas hipersexuais, como por exemplo, a masturbação compulsiva, se associem à depressão.

Muitos episódios com sintomas hipersexuais respondem à farmacoterapia antimaníaca. Os antidepressivos também podem ser úteis em pacientes com hipersexualidade comórbida com transtornos do afeto. Entretanto, é muito discutível que os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina e os bloqueadores da dopamina são eficazes no tratamento de hipersexualidade sem uma aparente base neuropsiquiátrica.

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Hipersexualidade e atividade neuronal

Sistema Têmporo-límbico e Hipotálamo
Estudos pré-clínicos em animais têm demonstrado uma mediação de sintomas hipersexuais pelo Sistema Temporo-límbico. Têm sido desencadeadas ereções em primatas por estimulação direta do Sistema Límbico. A hipersexualidade tem sido documentada em ratos depois de crises límbicas crônica e artificialmente induzidas. Verificou-se que lesões bilaterais dos lobos temporais resultam na síndrome de Klüver-Bucy, caracterizada por comportamento hiper­sexual e outros desequilíbrios do comportamento social. Lesões específicas do Sistema Límbico, como lesões da área septal, também têm demonstrado levar a aumento do comportamento sexual.

Estudos de estimulação elétrica têm confirmado que estruturas límbicas, particularmente a área septal, associam-se a intenso prazer. A síndrome de Klüver-Bucy tem sido relatada no homem (Duggal). Nela, contudo, podem ocorrer alterações da preferência sexual mais comumente do que hipersexualidade isolada. Relata-se hipersexualidade depois de tumores do lobo temporal, de lesão septal ou de AVC do lobo temporal. Relatou-se erotomania em pacientes com disfunção frontal e temporal.

Sexualidade e Lobo Frontal
A relação entre disritmia cerebral e transtornos sexuais tem sido estudada há muito tempo. Muitos estudos verificaram uma associação entre Epilepsia do Lobo Temporal e hipoatividade sexual, enquanto foi menos comumente relatada uma associação da disritmia cerebral com a hiperatividade sexual ou parafilia. Todavia, em vários casos mais antigos, notaram-se parafilias em pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal e um estudo antigo de pacientes com Epilepsia do Lobo Temporal verificou que as parafilias associavam-se a lesão do lobo temporal.

Demerdash e cols. verificaram que, em mulheres com Epilepsia do Lobo Temporal, eram comuns a hipossexualidade e o exibicionismo, associando-se a anormalidades eletroencefalográficas do lobo temporal (Demerdash). Também pode ser visto aumento do comportamento sexual logo depois da convulsão, sugerindo a desinibição de outras estruturas na Epilepsia do Lobo Temporal.

Mas, se existe alguma dificuldade em associar disritmia cerebral e alterações sexuais, o inverso é verdadeiro, ou seja, pacientes com parafilias e alterações da sexualidade podem apresentar anormalidades do lobo temporal. Alguns estudos no travestismo relacionam essa parafilia a um aumento das anormalidades do lobo temporal no eletroencefalograma.

Uma série de estudos com tomografia computadorizada sugeriu anormalidades do lobo temporal no sadismo sexual e nas agressões sexuais, mas não na pedofilia e no exibicionismo. Raine analisou estudos de imagens estruturais e funcionais do cérebro em agressores sexuais e sugeriu que as agressões violentas podem associar-se à disfunção frontal, enquanto as agressões sexuais podem associar-se à disfunção temporal (Raine).

No contexto sexual-cerebral, é interessante observar que pacientes com sintomas hipersexuais são relacionados dinamicamente como tendo história de abuso sexual na infância mas, na ausência de estudos mais acurados, qualquer ligação causal entre esses dois fatos deve permanecer apenas na esfera especulativa.

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Complicações Clínicas

As pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo podem desenvolver complicações clínicas em decorrência direta de seu comportamento sexual. As complicações, em potencial, incluem lesões genitais (contusões) e doenças sexualmente transmissíveis (hepatite B, herpes simples, AIDS, entre outras).

Podem ocorrer lesões físicas nos comportamentos sexuais de alto risco ou na atividade sadomasoquista. Nas mulheres, podem ocorrer gestações não desejadas e complicações de aborto. Alguns pacientes podem ser submetidos a cirurgias desnecessárias, particularmente cirurgia plástica, para aumentar o apelo sexual (implantes de mama, transplantes capilares e lipoaspiração).

Existem poucos estudos sobre a psicobiologia da hipersexualidade. Todavia, a literatura realmente sugere a possibilidade de uma neurobiologia para a hipersexualidade. Há evidências de diferentes sistemas cerebrais que podem desempenhar um papel neste transtorno.

Lesões frontais, por exemplo, podem ser acompanhadas por desinibição, por resposta hipersexual impulsiva, enquanto lesões estriatais podem ser acompanhadas por desencadeamento repetitivo de padrões de resposta gerados internamente. Lesões límbicas temporais podem ser acompanhadas por desequilíbrios do próprio apetite sexual, inclusive alteração do direcionamento do impulso sexual.

Complicações Sociais

As pessoas com Comportamento Sexual Compulsivo podem ser responsáveis por algumas complicações sociais sérias. Desafetos com amigos e familiares, envolvimentos policiais, perda de empregos, perda da reputação moral e toda sorte de desadaptação social e familiar em decorrência direta de investidas, assédios e relacionamentos sexuais.

Os valores mais permissivos da sociedade moderna favorecem, sobremaneira, o desempenho sexual dos portadores de Comportamento Sexual Compulsivo. Essas pessoas não titubeiam em ceder às facilidades sexuais atuais e não costumam estabelecer limites para sua atividade, podendo envolver-se com menores de idade, prostitutas, homossexuais, enfim, expondo-se a um risco social muito grande.

Complicações Familiares

Os portadores de Comportamento Sexual Compulsivo costumam ser cônjuges complicados. Primeiramente devido ao apetite sexual maior que do(a) parceiro(a), submetendo este(a) à uma atividade nem sempre prazerosa ou desejada. Em segundo, devido às maiores probabilidades à infidelidade e, em terceiro, devido maiores possibilidades de envolvimentos sexuais com amigos ou familiares, aumentando mais ainda o constrangimento.

Complicações Pessoais

O Comportamento Sexual Compulsivo poderá ser egosintônico, como vimos, na eventualidade da pessoa estar consoante ao seu comportamento ou, egodistônico, caso discorde de suas atitudes e se recrimine de sua conduta sexual. Essa situação, entretanto, não é fixa e definitiva, isto é, poderá ser egosintônico numa fase da vida ou num momento e egodistônico em outro.

Nas fases mais precoces da vida (adolescente ou adulto jovem), normalmente a pessoa mantém-se de forma egosintônica, com autoestima elevada devido à aceitação cultura de sua performance e devido ao próprio prazer (mais ou menos inconsequente) que essa hiperatividade resulta.

Em fases mais tardias a tendência é haver um sentimento egodistônico retroativo, ou seja, com arrependimentos sobre a conduta anterior, lamentações sobre eventuais condições melhores de vida caso fosse mais comedido sexualmente e coisas assim.

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para referir:
Ballone GJ – Sexo compulsivo in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net, 2019

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