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Karl Jaspers define o Delírio com sendo um juízo patologicamente falseado da realidade e que apresenta três características:

1. Uma convicção subjetivamente irremovível e uma crença absolutamente inabalável;
2. Impenetrabilidade e incompreensibilidade psicológica para o indivíduo normal, bem como, impossibilidade de sujeitar-se às influências de correções quaisquer, seja através da experiência ou da argumentação lógica e;
3. Impossibilidade de conteúdo (da realidade) .

Esta tríade proposta por Karl Jaspers é aceita pela psicopatologia clássica, notadamente pela tendência organodinâmica. É contestada, principalmente os itens 2 e 3, por autores psicodinâmicos, mais por uma questão de nosografia que de fenomenologia.

Segundo Kraepelin, “Delírios são idéias morbidamente falseadas que não são acessíveis à correção por meio do argumento“. Bleuler, por sua vez, dizia que ” Idéias delirantes são representações inexatas que se formaram não por uma causal insuficiência da lógica, mas por uma necessidade interior.  Não há necessidades senão afetivas“, determinava ele.

Ideia Delirante, ou Delírio, espelha uma verdadeira mutação na relação eu-mundo e se acompanha de uma mudança nas convicções e na significação da realidade . O delirante encontra-se imerso numa nova realidade de forma à desorganizar a sua própria identidade e se desorganiza pela ruptura entre o sujeito e o objeto, entre o interno e o externo, ou seja, entre o eu e o mundo.

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