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Os Transtornos Alimentares constituem uma verdadeira “epidemia” que assola sociedades industrializadas e desenvolvidas acometendo, sobretudo, adolescentes e adultos jovens.
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Ninguém se assusta ao ver uma adolescente magricela recusar uma mordida no sanduíche da amiga dizendo estar de regime. O uso indiscriminado de inibidores de apetite, geralmente anfetaminas, tampouco gera reprimendas mais intensas. Esses comportamentos, porém, podem ser um sinal de alerta para um problema mundial que atinge 1% da população feminina entre 18 e 40 anos podendo levar à morte.
Os Transtornos Alimentares constituem uma verdadeira epidemia presente em sociedades industrializadas e desenvolvidas acometendo, sobretudo, adolescentes e adultos jovens. Quais serão os sintomas dessa epidemia emocional? De modo geral, o pensamento falho e doentio das pessoas portadoras dessas patologias se caracteriza por ideia supervalorizada e obsessão pela perfeição do corpo. Na realidade, trata-se de uma epidemia de culto ao corpo que se multiplica em uma população patologicamente preocupada com a estética corporal e afetada por alterações psíquicas relacionadas ao esquema corporal. É assim que os Transtornos Alimentares vêem aumentando sua incidência perigosamente e começa a alarmar especialistas médicos, sociólogos, autoridades sanitárias.
A busca obsessiva pela perfeição do corpo tem várias formas de se manifestar e algumas delas diferem notavelmente entre si. Existem os Transtornos Alimentares mais tradicionais, que são a Anorexia e Bulimia, mas existem outros quadros que se estimulam e se desenvolvem na denominada cultura do esbelto.
Os portadores da doença além da obsessão pela forma física, distorcem a auto-imagem a ponto de se sentirem gordos mesmo estando com 38 kg. O resultado é a paulatina deterioração física e mental, inicialmente com sintomas leves, tais como queda dos cabelos, até complicações cardiovasculares, renais e endócrinas tão graves que podem levar a morte.
Os professores e os pais devem ter noção dos fatores de risco da Anorexia Nervosa e da Bulimia. Vejamos alguns fatores de risco que devem nortear uma hipótese de diagnóstico:
– Meninas adolescentes e adultas jovens de classe média e média-alta;
– Meninas que aspiraram trabalhar em atividades que enfatizam o estado de magreza do corpo (atores, modelos, bailarinas e desportistas);
– Ex-gordas ou com excesso de peso que se tornam obsessivas por práticas frequente de dietas;
– História familiar de transtorno obsessivo-compulsivo;
– Baixa autoestima;
– Expectativa de grandes desempenhos (feitos);
– Perfeccionismo, insegurança no relacionamento social;
– Dificuldade em identificar e expressar sentimentos.
Também podem ser traços característicos da personalidade propensa à Anorexia Nervosa a presença de preocupação e cautela em excesso, medo de mudanças, hipersensibilidade e gosto pela ordem. Como se vê, são traços compatíveis com o Espectro Obsessivo-Compulsivo. Para propensão à Bulimia os traços característicos da personalidade seriam a impulsividade, desorganização, preferência pelo novo, fácil desmotivação, extroversão, preocupação com modismos.
Os Transtornos Alimentares são significativamente agravados pela valorização desmedida que alguns sistemas culturais atribuem à estética corporal, impondo à pessoas mais vulneráveis a ideia de ser praticamente impossível conciliar a felicidade com uma discreta “barriguinha”. Em países desenvolvidos 93% das mulheres e 82 % dos homens entrevistados estão preocupados com sua aparência e trabalham para melhorá-la.
De um modo geral, desejar ter uma imagem corporal melhor não implica sofrer de algum transtorno emocional, obviamente, entretanto, desejar ardentemente ter uma imagem corporal perfeita aumenta muito as possibilidades de algum transtorno emocional.
É na adolescência, quando a personalidade ainda não está plenamente configurada, que este tipo de obsessão se converte em pesadelo, agravado pelos modelos de perfeição e beleza que os meios de comunicação enfaticamente transformam em verdades. Os jovens se sentem na obrigação de ter corpos perfeitos, obsessivamente saudáveis, ainda que para tal sacrifiquem sua saúde e bem estar.
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Há presença de depressão nos transtornos alimentares
Existem sólidas relações entre Transtornos Alimentares e Transtornos do Humor (ou afetivos), mais precisamente, Transtornos Depressivos. Descontando-se o aspecto glamouroso das fofocas da mídia sobre qual dos famosos tem anorexia ou bulimia, o problema é bastante concreto e, infelizmente, com potencial letal bastante considerável.
Há uma epidemia silenciosa de Transtornos Alimentares nos campi universitários e nos colégios recebendo bastante atenção de pesquisadores.
Pacientes com Anorexia Nervosa tem uma prevalência entre 52-98% de Transtornos do Humor no decorrer da vida. No momento da consulta médica 50% deles já apresenta algum Transtornos do Humor.
Quanto à Bulimia, os números são semelhantes, entre 25-80% de risco de depressão na vida e 40% de depressão na apresentação por ocasião da consulta médica. Ambos os transtornos aparecem geralmente na adolescência, assim como os do humor.
Entre os antidepressivos usados no tratamento dos Transtornos Alimentares, tem tido preferência os antidepressivos inibidores da recaptação da serotonina, similares à fluoxetina, porém, as doses utilizadas são muitas vezes maiores que aquelas propostas para pacientes com depressão.
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Transtornos Alimentares não são ocorrências recentes
Habermas descreveu um caso altamente sugestivo de Anorexia Nervosa em uma serva que viveu no ano de 895. A jovem Friderada, após apresentar um apetite voraz e descontrolado, para tentar diminuí-lo, buscou refúgio em um convento e nele, com o tempo, foi restringindo sua dieta ate passar a efetuar longos jejuns. Embora inicialmente ainda conseguisse manter suas obrigações conventuais, rapidamente seu quadro foi se deteriorando até a sua morte, por desnutrição.
No ano de 1694, Richard Morton é o primeiro a relatar a Anorexia Nervosa, descrevendo o tratamento de uma jovem mulher com recusa em alimentar-se e ausência de ciclos menstruais, que acabou morrendo de inanição com suas faculdades mentais básicas preservadas.
Em 1873, o francês Charles Laségue, descreve a anorexia nervosa como uma doença autônoma denominada por ele de anorexie histérique e descrevia o transtorno da seguinte maneira: “forma peculiar de doença que afeta principalmente mulheres jovens e caracteriza-se por emagrecimento extremo…”
Em 1874, William Gull descreve três meninas com quadro anoréxico restritivo denominando-o de apepsia histérica. Charcot detectou, por volta de 1889, que a idée fixe d obesité ou fobia de peso seria o elemento psicopatológico central que motivava a anorexia em mulheres.
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O que são Transtornos Alimentares?
Os Transtornos Alimentares são considerados desvios do comportamento alimentar que podem levar ao emagrecimento extremo (caquexia) ou à obesidade, entre outros problemas físicos e incapacidades. São transtornos caracterizados por uma perturbação persistente na alimentação ou no comportamento relacionado à alimentação que resulta no consumo ou na absorção alterada de alimentos e que compromete significativamente a saúde física ou o funcionamento psicossocial.
Os Transtornos Alimentares englobam:
– transtorno de ruminação,
– transtorno alimentar restritivo/evitativo,
– anorexia nervosa,
– bulimia nervosa,
– transtorno de compulsão alimentar
– pica.
Alguns pacientes com esses transtornos relatam sintomas semelhantes àqueles relatados por portadores dos transtornos por uso de substâncias, como por exemplo a fissura e comportamento compulsivo. Em ambos os grupos de transtornos, alimentares e de dependência, essa semelhança reflete o envolvimento dos mesmos sistemas neurais, incluindo o autocontrole e a recompensa.
Certo ou não, a obesidade não está incluída na classificação do DSM-5 como um transtorno mental. A obesidade resulta do excesso prolongado de ingestão energética em relação ao gasto energético e uma variedade de fatores (genéticos, fisiológicos, comportamentais e ambientais) contribui para o desenvolvimento desse estado.
Por outro lado, existem associações robustas entre obesidade e uma série de transtornos mentais, como por exemplo, o transtorno de compulsão alimentar, transtornos depressivo e bipolar, esquizofrenia. Os efeitos colaterais de alguns medicamentos psicotrópicos também podem contribuir para o desenvolvimento da obesidade. Em sentido contrário, a obesidade também pode ser um fator de risco para o desenvolvimento de transtornos mentais, como por exemplo o transtornos depressivos.
Vários estudos epidemiológicos demonstram um aumento na incidência de alguns Transtornos Alimentares concomitante à evolução do padrão de beleza feminina, em particular, ou em direção a um corpo cada vez mais magro de forma geral. A Anorexia e a Bulimia parecem ser mais prevalentes em países ocidentais e são claramente mais frequentes entre mulheres jovens, especialmente aquelas pertencentes aos estratos sociais mais elevados destas sociedades, o que fortalece sua conexão com fatores sócio-culturais.
É por isso que alguns pesquisadores entendem os Transtornos Alimentares como síndromes ligadas à cultura. As síndromes ligadas à cultura são constelações de sinais e sintomas que se restringem a determinadas culturas em função das características peculiares das mesmas.
De acordo com esta concepção, a pressão cultural para emagrecer é considerada um elemento fundamental da etiologia desses transtornos, os quais, juntamente com fatores biológicos, psicológicos e familiares acabam gerando uma preocupação excessiva com o corpo, um medo anormal de engordar e uma ansiedade marcantemente acompanhada de alterações do esquema corporal. Essas são, pois, as características da Bulimia e da Anorexia.
Alcoolrexia
Um novo tipo de comportamento está se tornando comum entre jovens e tem assustados os médicos. Homens e mulheres preocupados com o peso e em não engordar estão substituindo as refeições por bebidas alcoólicas. O problema da alcoolrexia atinge, na maioria dos casos, pessoas entre 18 e 25 anos e as bebidas destiladas são as mais consumidas por oferecerem uma sensação de saciedade, suprindo rapidamente o apetite.
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Aspectos neurológicos e sócio-culturais dos Transtornos Alimentares
Em nível pessoal e neurológico as condutas de alimentação estão normalmente reguladas por mecanismos automáticos no Sistema Nervoso Central (SNC). A sensação de fome tem origem dupla: tanto em estímulos metabólicos, quanto em receptores periféricos situados na boca e no tubo digestivo. Induz-se a sensação de apetite, a qual desencadeia atitude de alimentação. A sensação de saciedade faz cessar estímulos da fome e se detém o processo. As pessoas normais apresentam reações adaptadas aos estímulos de fome e de sede, desenvolvendo assim respostas corretas para a saciedade.
O hipotálamo é o sítio cerebral onde se situam os centros da fome e da saciedade, mas será no córtex cerebral o local onde se desenvolvem mecanismos mais complexos relacionados à alimentação.
Embora o processo da alimentação (fome, sede, saciedade) possa parecer fisiologicamente automático e elementar, eles não ocorrem apenas através dos fatores neurobiológicos que regulam a conduta alimentar. Eles também estão vinculados à experiências vivenciais prévias. Portanto, existem outros mecanismos mais complexos e relacionados com experiências psicológicas regulando o processo da alimentação. Seriam sentimentos de segurança, de bem estar e afeto que se experimentam a através do peito materno, antecedentes pessoais de carência extrema, etc.
As experiências sociais também se relacionam ao ato de comer, uma vez que o ato de comer tem um aspecto eminentemente social e cultural. Normalmente as características dos alimentos definem os diferentes grupos culturais. Assim é que se diz dieta mediterrânea, comida americana, italiana, indiana…, pratos típicos, menus tradicionais…., etc. O ato de comer sempre foi e continuará sendo um fenômeno de comunicação social e através da comida o grupo social se reúne e se identifica, de tal forma que na maioria das atitudes sociais a comida ocupa um lugar de destaque.
Devido aos aspectos atrelados ao comensalismo o processo natural de alimentar-se varia no tempo e na cultura. Em algumas ocasiões a causa dos Transtornos Alimentares pode ser física, decorrente de doenças que dificultam o processo da alimentação ou alteram o aproveitamento normal dos alimentos, outras vezes, entretanto, o processo da alimentação pode alterar-se por fatores sociais, tais como a religião, cultura, status, moda etc…
Alterações Cerebrais e Transtornos Alimentares
Os pacientes com Anorexia pura têm muitos aspectos clínicos comuns com os pacientes portadores de Bulimia, principalmente da Bulimia do tipo restritivo (de ingestão alimentar restrita). Alguns desses aspectos clínicos comuns às duas patologias seriam, por exemplo, a distorção da imagem corporal, alterações na percepção das sensações internas, fobia do ganho de peso, preocupação em manter um peso de corpo subnormal.
Estudos com tomografia por emissão de pósitrom (SPECT) mostraram haver um hipometabolismo (metabolismo abaixo do normal) em determinada região cerebral, mais precisamente na área frontal e parietal nos pacientes com Anorexia Nervosa. Esses estudos funcionais cerebrais mostram que estímulos visuais de alimentos de alto teor calórico aumentam o fluxo sanguíneo cerebral na região do giro do cíngulo e nas áreas para-límbicas de pacientes com Anorexia Nervosa. Os pacientes selecionados por Tetsuro Neruo foram divididos em três grupos: aqueles com Anorexia Nervosa, outros com com Bulimia e voluntários saudáveis. Todas as imagens foram submetidas à comparação com o espaço anatômico padrão do cérebro e alisadas a seguir. Após a análise estatística de cada imagem do cérebro, os relacionamentos entre imagens foram avaliados.
Esta análise das imagens do SPECT revelou que o fluxo do sangue da área frontal, principalmente na região do giro do cíngulo (bilateralmente), esteve diminuído significativamente no grupo de pacientes com Anorexia Nervosa, quando comparado com o grupo portador de Bulimia e com o grupo dos saudáveis.
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Fig.1 – A estatística paramétrica e mapeamento de áreas de diminuição do fluxo sanguíneo na Anorexia Nervosa Restritiva. A diminuiu do fluxo sanguíneo é bilateral e anterior, na região do Giro Cingulado (Zona 24 de Brodmann”s) e em partes das regiões frontais (partes das zonas 8, 9,10 e 32), quando comparados com os controles saudáveis. (P <0,001, medida = 550).
*- Naruo T, Nakabeppu Y, Deguchi D, Nagai N, Tsutsui J, Nakajo M, Nozoe SI – Decreases in blood perfusion of the anterior cingulate gyri in Anorexia Nervosa Restricters assessed by SPECT image analysis, BMC Psychiatry 2001, 1:2
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Dieta para emagrecer pode causar estresse
Uma pesquisa feita na Inglaterra a pedido de uma marca de iogurtes light aponta que o impacto da dieta para emagrecer pode ser parecido a outras situações consideradas estressantes. O quadro de estresse relacionado à dieta foi identificado em quase 50% das pessoas entrevistadas, a despeito dos diversos métodos para perder peso.
Muitas pessoas entrevistadas disseram sentir vontade de chorar, irritabilidade ou agitação enquanto estão tentando perder peso e uma em cada 10 apontou o regime como motivo de brigas com parentes ou amigos. Essas reações são identificadas pela medicina em pessoas que estão fazendo esforços para emagrecer, pois, “quando se restringe alimentos, pode-se ter reações como alterações de humor, depressão, irritabilidade, ficar pensando em comida, dificuldades para dormir”, conforme disse Christina Marcondes Morgan, psicóloga e doutora do programa de orientação e assistência ao paciente com transtornos alimentares da Unifesp.
Para evitar essas reações a recomendação é não fazer uma dieta de restrição calórica muito intensa. “É preciso aliar atividades físicas com alimentação balanceada.” Isso deve incluir alimentos considerados calóricos e que figuram na lista dos vilões da boa forma, como massas, pães e doces. “Sabe-se que a proibição é prejudicial e favorece compulsão e descontrole”, diz a especialista.
Por outro lado, estar acima do peso gera insatisfação com o próprio corpo, principalmente nas mulheres, já que 80% dizem não estar satisfeita com a silhueta, mesmo não estando fora do peso ideal. O padrão exigido não é não ser gordo, mas sim ser magro.
Segundo o levantamento, entre as mulheres que fizeram dieta, apenas um terço delas eliminou os quilos desejados e entre aquelas que perderam peso, apenas 27% continuou no peso conquistado, enquanto 54% dos homens mantiveram o peso atingido depois do regime. No Brasil mais de 50% das pessoas que fazem regime têm recaídas e não sustentam o novo peso a longo prazo.
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Os principais tipos de Transtornos Alimentares são a Anorexia Nervosa e a Bulimia Nervosa. Essas duas patologias são intimamente relacionadas por apresentarem alguns sintomas em comum. Um desses sintomas em comum é a idéia prevalente envolvendo a preocupação excessiva com o peso, a representação alterada da forma corporal e o medo patológico de engordar. Em ambos os quadros os pacientes estabelecem um julgamento de si mesmos indevidamente baseado na forma física, a qual frequentemente percebem de forma distorcida.
O impacto que os Transtornos Alimentares exercem sobre as mulheres é mais prevalente, embora a incidência masculina esteja aumentando assustadoramente. A Vigorexia, por exemplo, tem sido predominante nos homens, mas já se estão detectando casos de mulheres obcecadas pelo músculo, enquanto os Transtornos Dismórficos acometem igualmente ambos sexos.
Em uma combinação quase fisiológica entre a aspiração de ser admirada, tornar-se famosa, ficar rica e ter sucesso (nessa ordem), estimuladas ainda por profissionais da moda de gosto anatômico extremamente duvidoso, mocinhas deixam-se abater totalmente pela inanição…. e recebem aplausos por isso.
Nessa circunstância os pais não percebem que algo está errado, a paciente dissimula e minimiza a penúria orgânica em que se encontra e seu delírio dá-lhe a certeza de que, agindo assim, será ou já é a mais bonita entre as outras.
Escravizar-se pelo corpo perfeito é uma forma de tirania cultural que acomete principalmente os adolescentes e, segundo um estudo da Universidade Federal de São Paulo, envolvendo 133 praticantes de ginástica olímpica, nadadoras e garotas que fazem aulas de educação física entre 11 e 19 anos de idade mostrou resultados curiosos.
Entre os pesquisados, 74% das ginastas, 56% das nadadoras e 58% das demais confessaram o temor do aumento de peso. Não é a toa que elas comem menos do que deveriam – 41% das ginastas fazem dieta, por exemplo. No cardápio da maioria faltam cálcio e carboidratos. Dentre os pesquisados, 85% apresentam hipotensão, com pressão arterial menor que 90 mm Hg/60 mm Hg, provavelmente devido ao estado de depleção de volume.
A bradicardia (frequência cardíaca menor que 60 batimentos por minuto) está presente na maioria dos pacientes com anorexia e, segundo estudo recente, 48% daqueles que seguiam dietas extremamente rígidas e 25% dos que tinham sintomas purgativos apresentavam frequência cardíaca menor que 40 batimentos por minuto.
A bradicardia é consequência da diminuição do metabolismo basal determinado pela adaptação à privação de energia e é mediada pela diminuição dos níveis periféricos de catecolaminas e pela diminuição na taxa de conversão de tireoxina (hormônio da tireoide).
Em 1903 Pierre Janet relatou o caso de uma moça de 22 anos que apresentava repulsa e vergonha de seu corpo com constante desejo de emagrecer, quadro que denominou de anorexie mental. Em 1973 Hilde Bruch propôs a psicopatologia central da anorexia nervosa justificada por três áreas de perturbação do funcionamento psíquico:
1. – transtornos da imagem corporal;
2.- transtornos na percepção ou interpretação de estímulos corporais, como por exemplo reconhecimento da fome e;
3. – uma sensação paralisante de ineficiência que invade todo o pensamento e atividades da paciente.
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Os Transtornos Alimentares aumentaram de frequência e continuam acometendo preferentemente as mulheres?
Entre os séculos XVII e XIX a Anorexia Nervosa recebeu nomes de Anorexia Histérica, Apepsia Histérica e Compunção Nervosa, com inúmeras descrições científicas de autores famosos, como Morton (1689), Gull (1874) e Lassegue. Nestas épocas esse transtorno era considerado exclusivo de mulheres.
Em 1914 o doutor Simmonds descreveu este transtorno com o nome de Caquexia Hipofisária, ressaltando que era uma doença que acometia mulheres no pós-parto, as quais começavam a perder peso e acabavam morrendo. Em 1939, Otto Sheehan realizou o diagnóstico diferencial entre Caquexia Hipofisária, de origem eminentemente orgânica, e Anorexia Nervosa.
A partir de 1925 os padrões de beleza feminina deram uma guinada muito importante. Desapareceram totalmente do vestuário feminino os tais espartilhos usados por quase 4 séculos e a mulher começou a mostrar seu corpo de outra maneira. Neste ano aparecem pela primeira vez os figurinos de moda, nos quais se prega uma estilização progressiva. Essa mudança coincide com a incorporação da mulher ao esporte e começa a moda de mulheres delgadas.
Esta nova exibição do corpo feminino foi definitiva, contínua e progressiva, fazendo com que a mulher se preocupasse mais com sua estética corporal visível, a qual passa a ser objeto de observação e crítica sociais. Entretanto o modelo de beleza dos anos cinquenta, como fora Marilin Monroe ou Ava Gadner, continua sendo representado por uma mulher mais cheia de curvas e mais palpável, mas não gorda. E, a contar pelo entusiasmo que a imagem de Monroe provoca ainda hoje, há razões para crer-se que boa parcela da população masculina tem essa mesma preferência. Mas parece que as mulheres estão se importando cada vez menos com as preferências masculinas.
A partir dos anos 50 aumenta a preocupação com os Transtornos Alimentares. Começa o estudo das diferentes tendências de pensamento sobre esses transtornos, não só das idéias representadas pelos fatores biológicos e psicológicos, senão também dos elementos sociais e educativos que influenciavam a nova cultura da magreza.
O papel da mulher também passa a ser melhor analisado a partir dos anos 60, não só em relação à moda, mas também em relação à mudança social que se produz a partir de sua incorporação maciça no panorama ocupacional. Suspeita-se que dessa ocasião o surgimento de algumas dietas errôneas.
Para isso contribuíram alguns fatores da cultura da época, tais como, a ausência de uma pessoa que se responsabilize pelos horários familiares de comida (papel tradicionalmente atribuído à mãe), o desaparecimento do hábito de comer em família e supressão da merenda e da ceia.
Todas essas alterações da conduta alimentar sofreram ainda a influência dos diferentes estilos de vida que surgiam em consequência das jornadas prolongadas de trabalho (tanto para homens como para mulheres), das dificuldades para traslados dos bairros distantes para os centros de trabalho e do frenético ritmo urbano que propiciava a necessidade de se comer fora de casa.
Portanto, as facilidades para se alimentar mal, juntamente com a cultura do emagrecimento, podem ter favorecido o aumento dos Transtornos Alimentares. E eles se tornaram mais comuns entre as mulheres, talvez porque a cultura da magreza fosse mais forte entre elas. Uma das características da Anorexia e da Bulimia nervosas é o medo patológico e obsessivo de engordar, mais comum entre mulheres, juntamente com um peculiar transtorno do esquema corporal.
Obsera-se que vêm aumentando a incidência dos Transtornos Alimentares e com especial predileção pelo público feminino. As estatísticas apontam que 90% das pessoas portadoras de Transtornos Alimentares são mulheres e, entre elas, aquelas com idade entre 14 e 18 anos, embora, hoje em dia, cada vez mais essa idade venha decrescendo perigosamente para meninas menores de 12 anos.
Os padrões de beleza atuais e a rejeição social à obesidade feminina fazem com que as adolescentes sintam um impulso incontrolável de estar tão delgadas como as “top models” que a publicidade e os meios de comunicação apresentam diariamente no glamour da glória e do sucesso.
As mensagens educativas dirigidas às jovens estimulam, sobretudo, que estas sejam muito responsáveis para conseguir êxito na vida social, profissional e familiar. Portanto, seguindo essas regras, não é casual que o perfil da jovem anoréxica (ou anorética) seja preferentemente de uma menina responsável e estudiosa, que deseja realizar corretamente seu relacionamento social e que tenha um perfeccionismo exagerado.
Um dos requisitos para se ter êxito e aceitação social é ter um físico apropriado, portanto, pelos valores culturais (das top models) é estar magra. A perda de peso, condição para se estar magra, pode realizar-se com vontade e esforço, portanto, é aqui que a jovem pode começar a ser responsável, meritosa, participativa e, incrivelmente magra.
Nos países industrializados, aos 15 anos de idade uma a cada quatro meninas fazem regime para emagrecer, sem que, em quase nenhum caso, se constatem problemas de peso acima de uma faixa de normalidade. Respondendo a pergunta se “você se vê gorda, mesmo que os outros te vejam magra?“, 58 % das meninas de 15 anos contestaram afirmativamente a opinião dos outros que as consideravam normais, magras ou não gordas. Seria esse um indício de Distorção do Esquema Corporal?
É muito curioso observar que as lésbicas têm um índice de Transtornos Alimentares tão baixo quanto dos meninos, enquanto os meninos homossexuais têm este índice próximo ao das meninas. Não obstante, existe um fundo de perfeccionismo corporal latente, tanto em meninos como em meninas, mas os homens têm alguns modelos mais masculinizados, não tão delgados. É neste ponto que surge, atualmente, uma nova doença chamada Vigorexia, que consiste em obsessão para atividade física exagerada nos meninos, especialmente em academias.
Nesses casos, mais ou menos como acontece na Anorexia das mulheres, pode haver também alguma alteração no esquema corporal, de tal forma que, apesar de sua evidente massa muscular, eles se olham no espelho e se vêm enfraquecidos.
O impacto entre a população adolescente de programas de TV, sobretudo das novelas para jovens e dos vídeos musicais, influi fortemente nestas tendências supermusculares. Por outro lado, ao contrário do que podem pensar muitos, a Anorexia e a Bulimia nervosas não são doenças de meninas tontas que desejam ser magras. Esses Transtornos Alimentares acometem pessoas com perturbações emocionais e que precisam muita ajuda.
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Base da Bibliografia
Habermas T. – Friderada: a Case of Miraculous Fasting . Int J Eat Disord 5: 555-62, 1986. Habermas T. – The Psychiatric History of Anorexia Nervosa and Bulimia Nervosa: Weight Concerns and Bulimic Symptoms in early case Reports. Int J Eat Disord 8: 259-73, 1989.
Pearce JMS – Richard Morton: Origins of Anorexia nervosa – European Neurology 2004;52:191-192
Cordás TA – Classification and diagnosis of eating disorders. Rev. psiquiatr. clín.2004, vol. 31, no. 4 [cited 2008-01-01], pp. 154-157.
Lask B, Gordon I, Christie D, Frampton I, Chowdhury U, Watkins B. – Functional neuroimaging in early-onset anorexia nervosa., Department of Child and Adolescent Psychiatry, St. George”s Hospital Medical School, London, United Kingdom.
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para referir:
Ballone GJ – Transtornos Alimentares. in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net, 2019
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