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As Ideias Obsessivas (ruminantes) por definição são consideradas alterações do conteúdo do pensamento. São pensamentos que se intrometem indesejavelmente na consciência, insistentes e repetitivos. São reconhecidas pela pessoa como incômodas e absurdas
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– Doutor, às vezes acho que estou ficando louco(a), tamanho absurdo que me vem à cabeça. Tenho medo de perder o controle.
Essa dúvida acomete grande número de pessoas que relutam até em contar a natureza de seus pensamentos tão estranhos que eles parecem. Existe uma fórmula muito simples capaz de tranquilizar a maioria das pessoas: “quem tem medo de ficar louco é porque não está louco”.
As ideias absurdas que vêm à cabeça são chamadas ideias obsessivas e, em um grau maior ou menor, todos nós as percebemos alguma vez na vida. Durante períodos em que experimentamos algum estado emocional mais alterado essas ideias obsessivas podem aumentar muito.
Para saber se essas ideias recorrentes e absurdas devem ser objeto de tratamento médico leva-se em conta o grau de comprometimento que elas determinam na qualidade de vida da pessoa; interferência nas atividades cotidianas, produção de ansiedade importante, etc.
A simples ocorrência esporádica ou durante um período da vida da pessoa tais ideias obsessivas não caracteriza um Transtorno Obsessivo-compulsivo. Trata-se, na maioria das vezes, de um sintoma indicativo de algum outro estado emocional alterado, tal como ansiedade, depressão, estresse pós-traumático, etc.
As Ideias Obsessivas por definição são consideradas alterações do pensamento, mais precisamente do conteúdo do pensamento. São pensamentos que se intrometem indesejavelmente na consciência, aparecem de maneira insistente e repetitiva e são reconhecidas pela pessoa como incômodas e absurdas. Portanto, para que sejam Ideias Obsessivas é necessário serem involuntárias, persistentes, repetitivas e, finalmente, reconhecidas como absurdas pela própria pessoa, ou seja, ela deve ter crítica sobre o conteúdo ilógico de tais pensamentos.
Por definição, o pensamento obsessivo aparece na consciência persistentemente e implicam em grande dificuldade de afastar-se dele por esforços voluntários, consequentemente, dificultam o curso normal dos outros pensamentos, mesmo que a pessoa se dê conta de sua falta de fundamento e de lógica.
Essas Ideias Obsessivas estão tão enraizadas na consciência que não podem ser removidas simplesmente por um aconselhamento razoável, nem por livre decisão do paciente. Elas parecem ter existência própria e emancipada da vontade. Por não comprometerem o juízo crítico, os pacientes têm a exata noção do absurdo de seu conteúdo mental. Como foi dito, em maior ou menor grau as Ideias Obsessivas ocorrem em todas as pessoas, notadamente quando crianças.
As Ideias Obsessivas mais leves podem aparecer, por exemplo, como uma música conhecida que “não sai da cabeça“, ou a ideia de que pode haver um bicho debaixo da cama, ou que o gás do fogão pode estar aberto apesar da lógica sugerir estar fechado. Em crianças aparecem como certo impedimento em pisar nos riscos da calçada, uma obrigatoriedade em contar as árvores da rua ou os carros que passam, etc. Estas ideias obrigatórias, quando exageradas geram significativa ansiedade ou sofrimento.
Outras vezes as Ideias Obsessivas podem ser mais incômodas além de absurdas, como o medo de perder o controle e ter algum eventual impulso suicida, como por exemplo, saltar da janela de edifícios, ou ser acometido subitamente por impulsos de agressão e ferir pessoas. Neste último caso a obsessão está justamente em acreditar que, diante de um mal estar súbito, perder o controle e executar impulsivamente aquilo que sugere tais idéias intrusas.
Algumas Ideias Obsessivas são mais bizarras ainda, assustando muito a pessoa que as experimenta. Há casos de pessoas que se sentem extremamente desconfortáveis quando estão próximas de objetos pontiagudos (facas, foices, tesouras, etc.), devido a ideia indesejável de que podem, repentinamente e misteriosamente, descontrolar-se e matar alguém ou ferir-se a si próprias.
Um paciente abreviou suas férias, assustado, porque ficava o tempo todo incomodado pensando que poderia descontrolar-se e se atirar da janela do apartamento onde se hospedara. É muito importante ressaltar que a ansiedade da pessoa com Ideias Obsessivas aumenta na proporção em que tem crítica sobre o absurdo de suas ideias e, mesmo assim, não consegue deixar de pensá-las. Desta feita, as Ideias Obsessivas são processos mentais de natureza forçada, involuntárias, impostas ao psiquismo, incômodas, as quais entram na mente contra uma resistência consciente da pessoa.
O pensamento obsessivo tem roteiro ou tema variadíssimo, de pessoa para pessoa, sendo desde discretamente absurdos aos mais bizarros. Há pessoas que apresentam ideias invasivas de estarem mortas ou com partes de seu corpo mortas, outras pensam que seus cérebros podem começar a não obedecer a seus desejos e assim por diante.
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Algumas Ideias Obsessivas, principalmente aquelas consequentes aos estados depressivos (geralmente graves), podem refletir um componente psicodinâmico muito importante, como por exemplo, podem representar a manifestação simbólica de algum sentimento de culpa antigo.
Alguns exemplos de ideias obsessivas absurdas:
– Às vezes acho que meu cérebro pode “se rebelar” e não obedecer ao que estou querendo que ele faça.
– Aquilo que estou fazendo não sou eu, mas meu cérebro.
– Posso perder o controle e ferir pessoas queridas.
– Se eu for um cachorro e não uma pessoa?
– Depois de ouvir um apresentador falar “não cobice o que não é seu” começo pensar se eu não roubei coisas dos outros. Será que não roubei o carro de minha vizinha?
– Tudo o que eu vejo, penso que eu poderia estar comendo: “vejo o sofá e me imagino comendo-o”.
– Acho que estou morto “por dentro”, estou vivo só por fora.
– Eu não sou quem eu acho que sou.
– Tenho alguma coisa diferente em mim que afasta todo mundo.
– Será que aquilo que vejo é mesmo aquilo que existe?
– Aquilo que fizeram comigo quando eu trabalhava no escritório X há 5 anos está sendo objeto de anedotas entre meus colegas.
– Meus colegas tentam me testar moralmente para ver se eu consigo me conter e não fazer “nada de errado”.
– Os números sempre querem dizer alguma coisa.
Dúvida patológica, geralmente com compulsão
Um padrão muito comum de idéias ruminante a obsessão de dúvida, seguida de uma compulsão por ficar verificando. Isso é a psicofisiologia do TOC. A obsessão costuma implicar algum perigo de violência (p. ex., esquecer de desligar o fogão ou de trancar uma porta). A verificação pode envolver múltiplas viagens de volta para casa para verificar o fogão, por exemplo. Esses indivíduos têm dúvidas obsessivas sobre si mesmos e sempre se sentem culpados achando que esqueceram ou cometeram algo.
Pensamentos intrusivos, sem compulsão.
No terceiro padrão mais comum, há pensamentos obsessivos intrusivos sem uma compulsão. Tais obses- sões costumam ser pensamentos repetitivos de um ato agressivo ou sexual repreensível para o paciente. Os pacientes obcecados com pensamentos de atos sexuais ou agressivos podem se reportar à po- lícia ou se confessar a um padre. As ideias suicidas também podem ser obsessivas, mas uma a
cídio deve sempre ser feita.
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para referir:
Ballone GJ – Ideias ruminantes absurdas. in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net, 2020
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