Gravidez na Adolescência

[et_pb_section fb_built=”1″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_row column_structure=”2_5,3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]

Geralmente há uma defasagem entre a maturidade biológica, que habilita qualquer ser humano púbere a praticar o sexo, e a maturidade psicológica e social, cada vez mais tardia. 

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”3_5,2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]

A gravidez precoce é uma das ocorrências mais preocupantes relacionadas à sexualidade da adolescência, trazendo sérias consequências para a vida de adolescentes envolvidos, dos filhos que nascerão e de suas famílias.

A gravidez na adolescência é objeto de pesquisas no mundo inteiro. O tema já foi considerado o primeiro lugar entre os problemas de saúde   pública norte-americana na década de 1980. Lá, parece que nos anos 90 as taxas de gravidez em adolescentes diminuíram. Esses números americanos sugerem que aos 20 anos, 40% das mulheres brancas e 64% de mulheres negras terão experimentado ao menos 1 gravidez nos EUA.

Segundo o quinto relatório anual do State of The Word’s Mothers, entretanto, 1/4 de todos os nascimentos do mundo são de mulheres com menos de 20 anos em mais de 90% são em países em desenvolvimento. Essa porcentagem varia entre 8% na Ásia até 55% na África. – Alves ED, Viegas Muniz MC, Teles CCGD. Estudos Sobre Gravidez na Adolescência: a Constatação de um Problema Social. Journal of Health Sciences. v. 12, n. 3, 2010.

Pesquisa realizada no Ceará em 2014 mostrou que entre as gestantes adolescentes, 4,4% tinha 13 anos, 8,88% 14 anos, 15,55% 15 anos, 17,77% 16 anos, 15,55% 17 anos, 15,55% 18 anos e 22,2% 19 anos. O nível de escolaridade evidenciou que 44,5% das gestantes tinha o ensino fundamental incompleto, 26,6% o ensino médio incompleto, 22,2% ensino médio completo e 6,66% ensino fundamental completo, 88,8% não tinha função remunerada e apenas 11,1% exercia atividade remunerada. Em sua maioria, 82,2% estava vivenciando a primeira gestação, 11,1% a segunda gestação e 4,44% a terceira. Andrade ACM et cols. Perfil das gestantes adolescentes internadas em enfermaria de alto risco em hospital de ensino. SANARE, Sobral, V.13, n.2, p.98-102, jun./dez. – 2014

São interessantes os dados de um levantamento para tese de mestrado de 2015 realizado em Goiás (Barbosa, 2015). O trabalho mostrou que a média de idade de adolescentes grávidas foi de 17,3 anos, com média de renda familiar de 01 a 03 salários mínimos, 45,3% das adolescentes possuíam ensino médio incompleto e 53,5% estudavam quando engravidaram, sendo que 64,8% abandonaram os estudos durante a gravidez.

A menarca nessas adolescentes ocorreu entre 11 e 13 anos. O motivo principal para o primeiro ato sexual foi o sentimento pelo parceiro e a quantidade de parceiros variou de 1 a 5. A expressiva maioria das estudadas (99,4%) conhecia algum contraceptivo e também a maioria confirmou que a história se repete, ou seja, 75,9% mencionaram ter familiares de primeiro grau que tiveram filhos antes dos 20 anos.

O comportamento e apoio humanitário felizmente esteve presente na maioria das adolescentes, que recebeu apoio da família (85,9%), do pai do bebê (82,4%) e da família paterna (75,3%) desde o início da gestação.

A maior parte dessas adolescentes (75,9%) ainda mantém relacionamento amoroso com o pai do bebê e 69,4% das gestações foram inesperadas, 61,8% desses partos foram normais, 33,5% foram cesáreas e 4,7% abortamentos espontâneos. Barbosa JR. Gravidez na adolescência: perfil epidemiológico, fatores predisponentes e repercussões perinatais em uma maternidade pública de Goiânia. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Goiás, 9-Fev-2015.

Estudo mais completo em capitais do Sul e Sudeste do Brasil mostrou que a cidade de Pelotas-RS foi o local com maior prevalência de partos na adolescência, perfazendo 21,4% do total de nascimentos no hospital participante da pesquisa, seguido por Florianópolis-SC, 16,2% e João Pessoa-PB, 12,9%. A idade predominante foi de 15 a 19 anos, no entanto, foram entrevistadas puérperas com 12 anos de idade nas três cidades participantes do estudo. Com relação ao estado civil, a maioria era casada ou vivia com seus companheiros no momento da entrevista, sendo que estar morando com um parceiro ou casada é fator de risco para a repetição da gravidez na adolescência.

Quanto à escolaridade, 64,6% possuía de zero a oito anos de estudo, correspondendo ao ensino fundamental. A maioria das adolescentes investigadas, portanto, apresentava baixa escolaridade, considerando que nessa faixa etária predominante (15-19 anos) deveriam estar cursando o ensino médio. Além disso, do total de entrevistadas, dois terços referiram ter abandonado a escola, sendo semelhante a outros estudos. Ao serem questionadas sobre o motivo de não estar estudando, a gestação atual foi apontada como a causa principal do abandono escolar em 40,1% das entrevistadas, seguido de 20,8% pela vontade própria, 11% por motivos familiares e 9,4% porque já tinham terminado o ensino médio. Fernandes RMF et. cols. Características do pré-natal de adolescentes em capitais das regiões Sul e Nordeste do Brasil. Texto contexto – enferm. vol.24 no.1 Florianópolis Jan./Mar. 2015

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]


Igualdade?
A sexualidade é tratada de forma diferente para meninos e meninas. A média da idade de iniciação sexual é menor para os meninos. Os meninos são estimulados a serem fortes e viris, a reforçar a sua masculinidade e iniciar suas relações sexuais precocemente.

Já, para as meninas, o incentivo é que as mesmas atrasem ao máximo a sua primeira relação sexual e que preferencialmente se casem virgens.

Na prática, porém, as expectativas sociais entram em choque com crenças dos adolescentes e as dinâmicas estabelecidas nas relações com os pares resultam em meninas que sofrem pressão de seus namorados para iniciar sua vida sexual. Elas acabam cedendo, com receio de que os meninos procurem outras parceiras com as quais possam satisfazer suas “necessidades”.

Esse panorama sociocultural faz com que as meninas considerem praticamente inevitável que a relação sexual ocorra antes do casamento. Os meninos, por sua vez e nas relações de namoro, esperam que suas parceiras sejam fiéis, sendo esse aspecto mais importante do que a virgindade.

Por outro  lado, alguns meninos assumem que muitas vezes se sentem pressionados para se relacionarem sexualmente mesmo não sentindo atração, vontade ou preparo. Relatam que a virgindade e dizer “não” a uma oportunidade de relação sexual são percebidos como fraquezas por seus pares. 

Tanto os meninos quanto as meninas admitem acreditar que os homens estão sempre dispostos para o sexo e que aqueles que permanecem virgens seriam suspeitos de ter algum “problema”.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”3_5,2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]

Valores e juízos
O comportamento sexual do adolescente é classificado de acordo com o grau de seriedade. Vai desde o “ficar” até o namorar. “Ficar” é um tipo de relacionamento íntimo sem compromisso de fidelidade entre os parceiros. Em um ambiente social (festa, barzinho, boate) dois jovens sentem-se atraídos, dançam conversam e resolvem ficar juntos aquela noite. Nessa relação podem acontecer beijos, abraços, colar de corpos e até uma relação sexual completa, desde que ambos queiram.

Esse relacionamento é inteiramente descompromissado, sendo possível que esses jovens se encontrem novamente ou não aconteça mais nada entre eles.

Em bom número de vezes o casal começa “ficando” e evoluem para o namoro. No namoro a fidelidade é considerada muito importante. O namoro estabelece uma relação verdadeira com um parceiro sexual. Na puberdade, o interesse sexual coincide com a vontade de namorar e, segundo pesquisas, esse despertar sexual tem surgido cada vez mais cedo entre os adolescentes.

O adolescente, impulsionado pela força de seus instintos, juntamente com a necessidade de provar a si mesmo sua virilidade e sua independente determinação em conquistar outra pessoa do sexo oposto, contraria com facilidade as normas tradicionais e os aconselhamentos familiares e começa, avidamente, o exercício de sua sexualidade.

Há uma corrente bizarra de pensamento que pretende associar progresso, modernidade, permissividade e liberalidade, tudo isso em meio à um caldo daquilo que seria o mais desejável e melhor para o ser humano. Quem porventura ousar se contrapor à esse esquema, corre o risco de ser rotulado de retrógrado, um dos mais pejorativos adjetivos de nossa cultura “progressista”.

As pessoas sensatas e consequentes silenciam diante da ameaça de serem tidas por preconceituosas, interessando à cultua modernóide desenvolver uma cegueira cultural por conta de um preconceito ainda maior e que não se percebe: a ideia de que as pessoas cautelosas e sensatas, os chamados “conservadores”, uma espécie acanhada de atravancador do progresso, uma mentalidade fossilizada e contrária à felicidade geral. “Conservador”, tanto quanto “Tradicional” também são expressões absolutamente tidas como pejorativas, inexplicavelmente.

As atitudes das pessoas são, inegavelmente, estimuladas e condicionadas tanto pela família quanto pela sociedade. E a sociedade tem passado por profundas mudanças em sua estrutura, inclusive aceitando “goela abaixo” a sexualidade na adolescência e, consequentemente, banalizando totalmente a gravidez na adolescência.

Portanto, à medida em que os tabus, inibições, tradições e comportamentos conservadores estão diminuindo, a atividade sexual e a gravidez na infância e juventude vai aumentando. Nesses aspecto, entende-se que o comportamento sexual da pessoa depende não apenas do desenvolvimento psicobiológico em que se encontra, como também do contexto familiar e social em que vive. Na atualidade, a sociedade tem fornecido mensagens que deixam dúvidas em relação à época mais adequada para o início das relações sexuais.

Em geral, culturalmente a atividade sexual na adolescência é vista como um fato natural, largamente divulgado pela mídia, que estimula a aceitação social de adolescentes sexualmente ativos e, como decorrência, da gravidez independentemente de alguma união estável. As considerações mais éticas, comportamentais e de valoração são prontamente consideradas “machistas”, signifique o que significar essa palavra.

Outro aspecto relevante a ser considerado é a defasagem entre a maturidade biológica, que coloca qualquer ser humano púbere como sendo capaz de praticar o coito e a maturidade psicológica e social que cada vez mais tardiamente acontece.

Perante este quadro, os jovens se encontram perdidos, sem um parâmetro social claro de comportamento sexual e com uma urgência biológica a ser saciada em idade precoce. Infelizmente o apelo liberal extremado acabou por anular totalmente a perspectiva do “adequado”: situação adequada, condição adequada, parceiro adequado, idade adequada, maturidade adequada e assim por diante.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]

Insegurança da grávida
Normalmente, as pessoas de perfil afetivo com tendência depressiva costumam não acreditar serem suficientemente boas, suficientemente organizadas, suficientemente ricas ou suficientemente suportadas. As inseguranças, nessas questões de autoestima, são normais e fisiológicas.

Da mesma forma, muitas mulheres grávidas não acreditam que serão capazes de ser boas mães. Em algumas adolescentes grávidas, a puerilidade fisiológica próprio da faixa etária é prontamente substituído por esse complexo de mãe incompetente.

O trabalho de parto exerce certo terror à muitas adolescentes, sobretudo porque é amplamente desconhecido. A melhor forma de ultrapassar o medo é falar abertamente sobre o assunto. Compartilhar ideias com outras mulheres que sentem a mesma coisa pode ser uma ajuda preciosa.

Durante a gravidez, a mulher pode sentir dificuldades na concentração ou na articulação de palavras simples. O esquecimento passa também a ser frequente. Estes fenômenos podem ser alarmantes, sobretudo para as mulheres que não estão prevenidas. No entanto, todas estas alterações regridem depois do parto.

Geralmente a adolescente grávida, sob o pretexto de ser muito jovem, passa a ser rodeada de conselhos, críticas, sugestões e advertências. Todos parecem ter algo a dizer; alguns amigos querem contribuir para o crescimento do filho, professores e parentes procedem com críticas amargas e dissimuladas, familiares mais próximos com veementes censuras… e assim por diante.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”2_5,3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]

A atenção que se dá à grávida
Embora possa ser agradável receber alguma atenção, além de parecer muito bem intencionado, muitas vezes o excesso de palpites e recomendações à adolescente gestante pode ser perturbador. A emotividade subjacente neste período de gravidez torna a mulher hipersensível a algumas sugestões, nomeadamente, no que se refere à sua própria saúde ou à do seu bebê. Além de deixar a grávida mais confusa, pode realçar o sentimento de incompetência.

Por outro lado, não é raro que essa atenção pode fazer a grávida adolescente experimentar algumas sensações de ser especial e isso pode aliviar a eventual depressão pela qual esteja passando. Quando a gravidez se torna óbvia e irreversível, a mulher passa a ter um estatuto que lhe confere alguns privilégios; nas filas em supermercados, lugares reservados nos transportes públicos, etc.

Entrevistas com adolescentes grávidas mostram que elas apresentam um ponto em comum: a fragilidade no processo de formação de sua identidade. Algumas delas não conseguiram criar vínculos com o mundo do trabalho e tiveram vários empregos em um curto período de tempo. Outras não enxergam perspectivas nos estudos. Muitas vezes elas demonstram um comportamento mais infantil do que o esperado para sua idade e não aceitam as responsabilidades. Por isso, sentem que não encontram seu espaço no mundo.

Para essas meninas, a gravidez tem uma dupla função. “Além de servir como justificativa para a inadequação, a barriga traz um certo poder e até status dentro da família. Preenche o vazio que elas sentem por causa da crise de identidade”, afirma Raquel.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]

Atividade Sexual na Adolescência
Segundo a Organização Mundial de Saúde, durante a adolescência (de 10 a 19 anos) a cognição e a tomada de decisão ainda estão em desenvolvimento, o que deixaria os jovens mais vulneráveis para o envolvimento em comportamentos de risco, entre eles, os comportamentos sexuais de risco. Entre as possíveis consequências de uma vida sexualmente ativa, destacam-se a gravidez e a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, entre elas o HIV (AIDS).

O uso de contraceptivos, em especial o preservativo, é considerado uma das mais eficazes formas de proteção para evitar os riscos de uma vida sexualmente ativa, no entanto, ter um alto conhecimento com relação aos métodos contraceptivos não garante o uso destes métodos pelos adolescentes em suas relações sexuais – Tronco CB, Dell’Aglio DD. Caracterização do Comportamento Sexual de Adolescentes: Iniciação Sexual e Gênero. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 5 (2), jul – dez, 2012, 254-269.

Em um estudo desenvolvido no Rio de Janeiro, a maioria das meninas indicou o namorado como primeiro parceiro sexual (90,7%), enquanto que apenas 33,3% dos meninos tiveram sua primeira relação sexual com uma namorada. Para os meninos, a parceira na primeira relação sexual foi, em geral, uma amiga (55,5%), enquanto que para as meninas, a primeira relação ocorreu com um amigo em apenas 9,3% dos casos – Taquette SR, Vilhena MM, Paula MC. Doenças sexualmente transmissíveis e gênero: Um estudo transversal com adolescentes do Rio de Janeiro. Cadernos de Saúde Pública, 20(1), 2004, 282-290.

Mais da metade dos jovens brasileiros entre 15 e 19 anos já tiveram relações sexuais pelo menos uma vez na vida e a média de idade na primeira relação tem sido de 14,9 anos.

Quanto mais cedo ocorre a primeira relação, menores as chances dos jovens utilizarem algum método contraceptivo.

Esse panorama sociocultural faz com que as meninas considerem praticamente inevitável que a relação sexual ocorra antes do casamento. Os meninos, por sua vez e nas relações de namoro, esperam que suas parceiras sejam fiéis, sendo esse aspecto mais importante do que a virgindade. Estes ainda assumem que muitas vezes se sentem pressionados para se relacionarem sexualmente mesmo não sentindo atração, vontade ou preparo. Relatam que a virgindade e dizer “não” a uma oportunidade de relação sexual são percebidos como fraquezas por seus pares. Tanto os meninos quanto as meninas admitem acreditar que os homens estão sempre dispostos para o sexo e que aqueles que permanecem virgens seriam suspeitos de ter algum “problema”.

Percentuais do Tipo de Parceiro na Primeira Relação, por Sexo
Meninos Meninas Total
Namorado(a) 43,4 83,9 67,0
Amigo(a) 20,0 5,4 12,6
Vizinho(a) 24,1 1,3 12,6
Parentes 4,8 0,0 2,4
Outros 7,6 3,4 5,4

[/et_pb_text][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” text_font_size=”11px”]

Fonte: Tronco CB, Dell’Aglio DD. Caracterização do Comportamento Sexual de Adolescentes: Iniciação Sexual e Gênero. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 5 (2), jul – dez, 2012, 254-269.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”3_5,2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]

Adolescência e Gravidez
A adolescência implica num período de mudanças físicas e emocionais considerado por alguns um momento de conflitivo ou de crise. Não podemos descrever a adolescência como simples adaptação às transformações corporais, mas como um importante período no ciclo existencial da pessoa, uma tomada de posição social, familiar, sexual e entre o grupo.

A puberdade, que marca o início da vida reprodutiva, é caracterizada pelas mudanças fisiológicas corporais e psicológicas da adolescência. Uma gravidez na adolescência provoca mudanças maiores ainda na transformação que já vinha ocorrendo de forma natural. Neste caso, muitas vezes a adolescente precisaria de um importante apoio do mundo adulto para saber lidar com esta nova situação.

Porque a adolescente fica grávida é uma questão muito incômoda aos pesquisadores. Possivelmente porque a utilização de métodos anticoncepcionais não ocorre de modo eficaz na adolescência, inclusive devido a fatores psicológicos inerentes à este período. A adolescente nega a possibilidade de engravidar e essa negação é tanto maior quanto menor a faixa etária.

Percentuais dos Motivos para Não Utilizar Camisinha por Sexo
Meninos Meninas Total
Usa anticoncepcional 15,1 65,4 41,6
Não gosta 34,2 29,6 31,8
Confia no parceiro(a) 27,4 29,6 28,6
Não tinha na hora 31,5 11,1 20,8
Machuca/incomoda 12,3 21,0 16,9
Não lembrou 19,2 9,9 14,3
Estava sob efeito álcool 5,5 2,5 3,9
Não tinha $ para comprar 6,8 1,2 3,9
Parceiro(a) não aceita 2,7 1,2 1,9
Não acha importante 1,4 1,2 1,3
Estava sob drogas 1,4 0 0,6
Outro 6,8 8,6 7,7
Fonte: Tronco CB, Dell’Aglio DD. Caracterização do Comportamento Sexual de Adolescentes: Iniciação Sexual e Gênero. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 5 (2), jul – dez, 2012, 254-269.

De qualquer forma, o que parece ser quase consensual entre os pesquisadores, é que as facilidades de acesso à informação sexual não tem garantido maior proteção contra doenças sexualmente transmissíveis e nem contra a gravidez nas adolescentes.

A atividade sexual da adolescente é, geralmente, eventual, justificando para muitas a falta de uso rotineiro de anticoncepcionais. A grande maioria delas também não assume diante da família a sua sexualidade, nem a posse do anticoncepcional ou camisinha, o que denunciaria uma vida sexual ativa.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]

Sensibilidade emocional e gravidez
Se existe algum período da gravidez onde possa ser observada um melhor desempenho emocional, essa época é entre a 17a. e 20a. semanas de gestação. Isso parece estar relacionado à produção hormonal pela placenta.

No início da gravidez, o sistema endócrino da mulher trabalha ativamente para promover o crescimento uterino e do bebê. No entanto, passado algum tempo, a placenta torna-se a principal responsável pela produção hormonal. Este fato explica, em parte e como vimos acima, as sensações de melhora física, pois, a produção placentária não tem tantos efeitos secundários quanto a produção endócrina fora da placenta.

Mesmo assim, as reações emotivas da grávida tornam-se mais intensas e muitas delas ficam surpreendidas com sua labilidade emocional, onde até um simples anúncio televisivo pode fazê-las chorar. Além desses determinantes biológicos e hormonais, a grávida adolescente teria ainda razões de ordem existencial para alimentar sua extrema labilidade afetiva.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”2_5,3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]

Porque elas não usam anticoncepcional?
Com intuito de compreender o que leva as adolescentes a gravidez não planejada Maria Regina Bernardo da Silva e colaboradores realizaram um trabalho com o título “Por que elas não usam? – um estudo sobre a não adesão das adolescentes aos métodos contraceptivos e suas repercussões“.

A coleta de informações foi realizada com 13 gestantes adolescentes menores de 19 anos. As adolescentes entrevistadas eram gestantes, pardas, solteiras, tem baixa escolaridade, moram com os pais e vivem com apenas 1 salário mínimo. Tiveram sua menarca entre 12 e 14 anos, com relação ao início da atividade sexual, 76,92% iniciaram entre 13 e 15 anos de idade, 46,15% relataram usar camisinha de vez em quando, 38,46% relataram ter recebido orientação sexual através dos amigos, todas estavam fazendo pré-natal, sendo que 61,53% deram início no 1º trimestre de gestação e 61,53% tinham parceiro fixo.

Apresentam conhecimento superficial acerca da utilização dos métodos contraceptivos, utilizam pouco ou quase nenhum método, informam efeitos colaterais, objeção do parceiro no uso da camisinha e banalização do uso dos métodos contraceptivos para prevenir gravidez e DST’s.

A conclusão foi que as adolescentes sabem da existência dos métodos, mas isso não é suficiente para que o comportamento de risco cesse, elas não conhecem o próprio corpo e ignoram a possibilidade de engravidar ou contrair uma doença. 

[/et_pb_text][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” text_font_size=”11px”]

Silva MRB. Por que elas não usam?:um estudo sobre a não adesão das adolescentes aos métodos contraceptivos e suas repercussões: Saúde em Redes v. 1, n. 4 (2015).

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]

A grávida
Uma vez constatada a gravidez, se a família da adolescente for capaz de acolher o novo fato com harmonia, respeito e colaboração, esta gravidez tem maior probabilidade de ser levada a termo normalmente e sem grandes transtornos.

Porém, havendo rejeição, conflitos, traumas de relacionamento, punições atrozes e incompreensão, a adolescente poderá sentir-se profundamente só nesta experiência difícil e desconhecida, poderá correr o risco de procurar abortar, sair de casa, submeter-se a toda sorte de atitudes que, acredita, “resolverão” seu problema.

O bem-estar afetivo da adolescente grávida é muito importante para si própria, para o desenvolvimento da gravidez e para a vida do bebê. A adolescente grávida, principalmente se solteira e não planejada, precisa encarar sua gravidez a partir do valor da vida que nela habita, precisa sentir segurança e apoio necessários para seu conforto afetivo, precisa dispor bastante de um diálogo esclarecedor e, finalmente, da presença constante de amor e solidariedade que a ajude nos altos e baixos emocionais, comuns na gravidez, até o nascimento de seu bebê.

Mesmo diante de casamentos ocorridos na adolescência de forma planejada e com gravidez também planejada, por mais preparado que esteja o casal, a adolescente não deixará de enfrentar a somatória das mudanças físicas e psíquicas decorrentes da gravidez e da adolescência.

Com propósito de determinar a prevalência de depressão, ansiedade e ideação suicida em adolescentes grávidas, Freitas e Botega encontraram 23% de casos de depressão, 21% de ansiedade e, entre elas, 16% de casos com ideação suicida, independente do trimestre da gravidez.

As tentativas de suicídio ocorram em 13% das adolescentes grávidas. A severidade dessas tentativas de suicídio teve associação significativa com o grau da depressão, bem como com o estado civil da pacientes, sendo mais comum entre as solteira e sem namorado – Freitas GVS, Botega NJ. Gravidez na adolescência: prevalência de depressão, ansiedade e ideação suicida. Rev. Assoc. Med. Bras. vol.48 no.3 São Paulo July/Sept. 2002.

A gravidez na adolescência é, portanto, um problema que deve ser levado muito a sério e não deve ser subestimado, assim como deve ser levado a sério o próprio processo do parto. Este pode ser dificultado por problemas anatômicos e comuns da adolescente, tais como o tamanho e conformidade da pelve, a elasticidade dos músculos uterinos, os temores, desinformação e fantasias da mãe ex-criança, além dos importantíssimos elementos psicológicos e afetivos possivelmente presentes.

A gravidez na adolescência se associa a um risco suicida elevado, tanto durante a gestação, quanto no pós-parto, paralelamente a uma maior incidência de depressão. Contribui também para isso uma percepção negativa de apoio social. Além disso, são frequentes os registros de abusos físico e sexual nessa população, agravando a presença de ideação suicida, de tentativas de suicídio e sintomatologia depressiva até no primeiro ano após o parto.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”3_5,2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]

O Parto
As piores complicações do parto tendem a acometer meninas com menos de 15 anos e serão piores ainda em menores de 13 anos. A mãe adolescente tem maior morbidade e mortalidade por complicações da gravidez, do parto e do puerpério. A taxa de mortalidade é 2 vezes maior que entre gestantes adultas.

Em 2000, segundo Raquel Foresti, foram realizados 689 mil partos de adolescentes no Brasil, o equivalente a 30% do total dos partos do país. Hoje são mais de 700 mil partos de adolescentes por ano. O número é um golpe contra as várias iniciativas voltadas para a prevenção da gravidez na adolescência – Foresti RGR. Gravidez na adolescência: um estudo exploratório sobre o início da experiência da gravidez. Interface (Botucatu) vol.5 n.9 Botucatu Aug. 2001.

A incidência de recém nascidos de mães adolescentes com baixo peso é maior que em recém nascidos de mães adultas e a taxa de morte neonatal pode ser 3 vezes maior. Entre adolescentes com 17 anos ou menos, 14% dos nascidos são prematuros, enquanto entre as mulheres de 25 a 29 anos é de 6%. A mãe adolescente também apresenta com maior freqüência sintomas depressivos no pós-parto.

A mortalidade materna e perinatal é maior na gravidez na adolescência. No Brasil, grande parte das mortes na adolescência estão relacionadas à complicações da gravidez, parto e puerpério. Isso levanta a possibilidade da gravidez na adolescência ser considerada “de risco. Esta gestação constitui um fator de risco por afetar tanto os aspectos físicos como psicológicos das mães e dos conceptos.

Complicações mais frequentes da gravidez e parto na adolescência são:
1- toxemia gravídica, que é uma doença hipertensiva da gravidez com fortes possibilidades de convulsões;
2 – maior índice de cesarianas;
3 – desproporção céfalo-pélvica, que é uma desproporção entre o tamanho da cabeça do feto e a pelve da mãe;
4 – síndromes hemorrágicas, chamada de coagulação vascular disseminada;
5 – lacerações perineais, envolvendo vagina e, às vezes do ânus;
6 – amniorrexe prematura, que é ruptura precoce da bolsa e;
7 – prematuridade fetal.

Outros ainda adicionam à estas complicações: anemia materna, trabalho de parto prolongado, infecções urogenitais, abortamento, apresentações anômalas, baixo peso da criança ao nascer, malformações fetais, asfixia perinatal e icterícia neonatal.

Depois do parto Anne Lise Scappaticci,  psicanalista e autora de pesquisa sobre jovens mães, concluiu que as adolescentes oferecem mais o seio para amamentação e estimulam mais os bebês que mães adultas, favorecendo assim uma melhor interação com a criança. Scappaticci ALSS. Interação precoce mãe – bebê: um estudo comparativo entre mães adolescentes e mães adultas. 2006. 156 f. Tese (Doutorado em Psicologia) – Universidade Federal de São Paulo, São Paulo, 2006

Essa pesquisa, entretanto, contradiz boa parte da literatura científica, a qual sugere maior risco de não atender as necessidades de seus filhos por parte das mães adolescentes. A pesquisa de Anne Lise mostrou que as adolescentes interagiram mais e por mais tempo com seus bebês em dois, dos seis aspectos analisados: “oferecer o seio” e “estimular o bebê”. Foi considerado estimular o bebê o ato de tocar, acariciar, afagar, beijar, acalentar e esfregar.

Das adolescentes, 23,69% estavam no grupo que mais oferecia o seio para o bebê, enquanto 60,7% das 28 adultas, estavam no grupo que oferecia menos. Quando se trata do critério “mãe estimula o bebê”, o resultado é igual: novamente as mais jovens estimulavam mais seus bebês.

Quando o quesito era estimulação dos recém-nascidos, houve maior freqüência entre as mães adolescentes. Naquelas cujo bebê era o primeiro filho, 78% acariciavam, beijavam e embalavam mais a criança. Já as mães adultas, indiferente de ser o primeiro filho ou não, estimulavam pouco os recém-nascidos.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]

Em brilhante artigo Andréa Hercowitz diz, sobre fatores de risco na gravidez na adolescência, que o atual contexto sociocultural é mais liberal e permissivo que outrora. Pesquisa realizada pela Unesco, junto com o Ministério da Saúde, no ano de 2001, mostra, por exemplo, que na década de 90 um entre cada quatro adolescentes tinha permissão para manter relações sexuais dentro da própria casa. Em 2001, esse número quase dobrou.

O início da puberdade e a menarca vêm ocorrendo cada vez mais cedo, além de a iniciação sexual ser cada vez mais precoce. Em 1997, a média de idade da primeira relação sexual entre os meninos era de 16 anos e entre as meninas de 19 anos. Em 2001, essa média baixou para 14 e 15 anos, respectivamente.

A baixa escolaridade e o abandono escolar são frequentemente citados como fatores predisponentes da gravidez. No Brasil, segundo pesquisa realizada em 1998, metade das adolescentes sem estudo já eram mães, o que só ocorreu com 4,2% das que tinham de 9 a 11 anos de estudo.

Sabe-se, também, que meninas provenientes de famílias de baixa renda são mais suscetíveis à gravidez precoce. A mesma pesquisa refere que as meninas que recebem menos de um salário mínimo têm fecundidade de 128/1000 e as que possuem renda igual ou superior a dez salários mínimos têm fecundidade de 13/1000.

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”4_4″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]

Aspectos psicossociais
Inegavelmente a gravidez precoce e indesejada leva à algum prejuízo no projeto de vida e, por vezes, na própria vida. Há, concomitantemente, possíveis outros riscos relacionados à sexualidade e gravidez precoces, ao aborto e à doenças sexualmente transmissíveis, entre as quais AIDS.

As taxas de gravidez e infecções sexualmente transmissíveis na adolescência são indicativos da freqüência com que a atividade sexual (desprotegida) ocorre nessa faixa etária. Talvez possam ser considerados aspectos sociais ou mesmo biopsicossociais de alguns fatores de risco para gravidez na adolescência:

– antecipação da menarca
– educação sexual ausente ou inadequada
– atividade sexual precoce
– desejo de gravidez
– dificuldade para práticas anticoncepcionais
– problemas psicológicos e emocionais
– mudanças dos valores sociais
– migração mal sucedida
– pobreza
– baixa escolaridade
– ausência de projeto de vida

As complicações psicossociais relacionadas à gravidez na adolescência são, em geral, mais importantes que as complicações biológicas. Os fatos que devem ser levados em consideração, inclusive pela equipe que faz o pré-natal seriam, por exemplo, o abandono do lar dos pais, o abandono pelo pai da criança, a opressão e discriminação social, a interrupção dos estudos e suas consequências futuras, tais como os empregos menos remunerados, a dependência financeira dos pais por mais tempo.

Os casamentos ou coabitação precoces, motivados exclusivamente pela gravidez, tem levado a uma maior taxa de separações. Alguns autores afirmam que as uniões contraídas antes dos 20 anos terminam em separação 3 a 4 vezes mais que nas uniões contraídas após os 20 anos 2.

Os filhos de mães adolescentes, segundo Pereira e Gasparin, tendem a sofrer mais a negligência materna, têm maior risco de serem adotados, são internados em hospitais mais vezes, e sofrem mais acidentes que filhos de mães adultas. Revela ainda que eles têm um risco aumentado para ter atraso de desenvolvimento, dificuldades acadêmicas, desordens de comportamento, abuso de drogas, e se tornarem também pais adolescentes. Pereira AV, Gasparin FV. Gestação na adolescência: a importância da nutrição. Iniciação Científica CESUMAR – Edição Especial. Junho 2006, v. 08, n.01, p.11-15

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”1_2,1_2″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]

A Gravidez É MESMO indesejada?
Como entender a garota que tem bom conhecimento da sexualidade, conhece os métodos anticoncepcionais, tem acesso a eles, não quer engravidar e, apesar disso tudo, engravida? Que força “do mal” é esta que, contrária à todas possibilidades, fez vingar uma gravidez?

Embora não seja a regra, tem sido comum encontrar adolescentes felizes, depois do susto do resultado positivo do exame de gravidez, dizendo que a criança é bem vinda e que, apesar de seu pai ter ficado muito bravo, todos já estão festejando a vinda do mais novo membro à família.

Na opinião dessas jovens quase deslumbradas com a gravidez (muitas dissimulando, como se estivesse tristes), a pílula falhou, a tabelinha falhou, a camisinha rasgou… ou coisas assim, mas de qualquer forma parece ter sido alguma coisa “completamente” acidental, emancipada da vontade. Será mesmo que não havia nenhuma vontadezinha, ainda que inconsciente, de engravidar? Ou engravidar exatamente desse determinado rapaz?

Algumas adolescentes grávidas, entretanto, continuam dizendo, depois do exame positivo, que não queriam e não querem ter o filho, que não se veem criando uma criança. Estará esta jovem mãe pronta para assumir a função materna?

O drama da gravidez em adolescentes não é monopólio das meninas. Muitas vezes o rapaz também participa. Afinal, sem sua participação não haveria a concepção. Infelizmente, os rapazes, principalmente aqueles que apenas “ficam”,

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_2″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]

dificilmente vão sentir como sendo também sua a responsabilidade sobre aquela gravidez. Normalmente os rapazes têm uma visão um tanto minimizada da gravidez imposta à menina.

A gravidez acaba tendo como consequência uma grande mudança de rumo da vida da adolescente, como por exemplo, uma gigantesca transformação em seu corpo, a necessidade de um acompanhamento pré-natal, o parto, abandonar os estudos, os cuidados com o bebê por uns seis ou sete anos e assim por diante.

Sobre as razões pelas quais adolescentes engravidam, pesquisadores concluíram, por aplicação do método fenomenológico, que a gravidez na adolescência não é planejada mas pode ser desejada. Constataram ainda que o uso de contraceptivos é influenciado pela informação e que existem em muitas jovens uma expectativa de mudança de vida associada à gravidez.

Em nosso meio a questão da gravidez na adolescência continua desafiando teorias sociológicas. Pesquisa realizada na obstetrícia do Hospital São Paulo mostrou que, apesar de receber informações sobre métodos anticoncepcionais durante o pré-natal e depois do parto, muitas adolescentes engravidam mais de uma vez.

Apesar da orientação sobre métodos anticoncepcionais, as adolescentes continuam engravidando, talvez por não terem grandes perspectivas de vida ou simplesmente por emoção. Entre as adolescentes que tiveram três gestações, foi comum cada filho ser de um pai diferente, ou seja, em cada relacionamento, repetiu-se a vontade de ter um filho com o parceiro. Berlofi LM e cols. Prevenção da reincidência de gravidez em adolescentes: efeitos de um Programa de Planejamento Familiar. Acta Paul Enferm 2006;19(2):196-200

[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”2_3,1_3″ _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″][et_pb_column type=”2_3″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]

para referir:
Ballone GJ – Gravidez na Adolescência – in. PsiqWeb, Internet, disponível em http://www.psiqweb.net, revisto em 2015.

[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_3″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]