A Doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência na velhice. Caracteriza-se pela perda da memória associada à deterioração das funções intelectuais, emocionais e cognitivas. Ocorre entre homens e mulheres na mesma proporção sendo que incide em 8% da população de idosos. Pode ter inicio ao redor dos 50 anos mas é mais freqüente em idades mais avançadas. É uma doença de caráter progressivo.
É devida à disfunção das células nervosas, de causa ainda desconhecida, que provoca a diminuição de um hormônio de grande importância na função cerebral (acetilcolina) . Sabe-se que se trata de doença com caraterísticas hereditárias, sendo freqüente em pessoas da mesma família.
O inicio da doença é discreto, com esquecimentos, confusão com datas, dificuldade para saber dia, mês, ano. É muito característica a dificuldade em memorizar fatos recentes. Evolui progressivamente com o aparecimento de dificuldade para realizar pequenas tarefas domesticas, como realizar compras, cozinhar, etc. A pessoa passa a ter dificuldade na fala e não consegue manter raciocínio lógico. Há diminuição na concentração e na atenção. Há afastamento social. A desorientação no tempo e no espaço tende a piorar progressivamente. Há perda da capacidade de fazer cálculos, da leitura e da escrita. O humor se torna variável, com momentos de raiva, choro, depressão e agressividade. Evolui para dificuldade em se
alimentar, e também de fazer a higiene pessoal.
O diagnóstico é de exclusão com outras demências (aterosclerótica, por ex), com manifestações de certas intoxicações (por drogas tipo tranquilizantes, alcoolismo, etc) , com certas infecções (encefalites), e com sequela de traumatismo de crânio. Os mais modernos exames que estudam o sistema nervoso, como a tomografia cerebral ou a ressonância nuclear magnética, se mostram normais ou com alterações próprias para a idade.
Não deve ser confundida com as alterações de memória (“lapsos de memória”) muito comuns em qualquer idade e que se acentuam na velhice , ou com estados de emoção ou depressivo e também com a intoxicação pelo uso excessivo de medicamentos tranquilizantes. Estes “lapsos de memória” são processos benignos e nunca são acompanhados de outras alterações como ocorre na Doença de Alzheimer.
Não há cura para a doença, não havendo tratamento específico. O F.D.A. norte-americano liberou duas substâncias que possuem algum efeito sobre os sintomas da doença em sua fase inicial: a tacrina e o hidroclorido de donepezil. Estas substâncias devem ser administradas com cautela pois podem levar a problemas digestivos e hepáticos. O tratamento se baseia em medicamentos sintomáticos, atividades físicas e mentais, sendo fundamental a constante estimulação da pessoa doente. Estes cuidados podem retardar a evolução da doença. Neste processo a participação da família é fundamental e deve começar pela compreensão da doença. A manutenção da dignidade e do auto respeito deve ser uma constante.
O paciente deve ser estimulado a manter atividades, como exercícios físicos, afazeres domésticos, e se
possível, participação de atividades sociais com outras pessoas. Os exercícios de memória devem ser estimulados. Nas situações de ansiedade ou agitação devem ser utilizados tranqüilizante suaves.