[et_pb_section fb_built=”1″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_row column_structure=”2_5,3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
Delirium é um estado neuropsíquico alterado, de natureza orgânica, geralmente de início abrupto e caracterizado por severo prejuízo cognitivo, estado confusional e hipo ou hiper atividade psicomotora. É um quadro grave, porém, possivelmente reversível.
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”3_5,2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
O Delirium é uma síndrome que tem como evento central um prejuízo da consciência, acompanhada de comprometimento cognitivo e comportamental variável e flutuante. Para o diagnóstico deve-se ter em mente que essas alterações não podem ser uma consequência de alguma demência já instalada ou em evolução. Para a diferenciar a Demência do Delirium vale lembrar que o último tem início abrupto como consequência de situações clínicas diversas, enquanto a outra é um processo degenerativo mais lento e progressivo.
Trata-se, o Delirium, de uma emergência médica verdadeira, comumente interpretado erroneamente como alguma Demência ou como alguma psicose funcional. Esse erro este é capaz de obscurecer o diagnóstico do Delirium e, consequentemente, de algum sério distúrbio físico ou tóxico subjacente.
O Delirium, resulta de um sério problema orgânico de consequência neuropsíquica significativa. Ele ocorre mais frequentemente em pacientes mais idosos, em geral hospitalizados. Devido ao seu potencial e grave risco o Delirium deve merecer uma atenção clínica pronta e eficaz. Geralmente, através de tratamento adequado o Delirium pode ser reversível.
De fato o Delirium é uma consequência fisiopatológica direta de alguma condição clínica e orgânica, em geral alguma intoxicação ou abstinência de substância, às vezes do uso de medicamento ou exposição à toxinas, ou ainda de uma combinação desses fatores. Por isso a abordagem do Delirium não deve, absolutamente, ser monopólio da psiquiatria, mas de equipe médica multiclínica. Segundo Inouye, o Delirium ocorre entre 10 e 60% dos idosos hospitalizados e não é diagnosticado corretamente em 32 a 66% dos casos.
Características Neuropsíquicas
O Delirium pode ser considerado uma síndrome de disfunção cerebral generalizada. Os avanços em neuropsiquiatria têm revelado algumas importantes diferenças entre as várias regiões do cérebro, incluindo as diferenças entre os hemisférios, as quais podem justificar a constelação dos sintomas entre os diferentes transtornos psiquiátricos.
Diferentes vias neuronais estão envolvidas na depressão, no transtorno obsessivo-compulsivo, etc. Trzepacz propõe a ideia de que o Delirium envolve vias neuronais particulares e sua lateralização no hemisfério direito pode ser relevante. Os estudos de neuroimagem estruturais e funcionais, bem como os estudos neuropsicológicos recentes endossam esta lateralização.
O córtex pré-frontal direito, o tálamo anterior direito e o córtex têmporo-parietal basilar direito podem ter um papel significativo no desenvolvimento do Delirium decorrente de etiologias variadas. Esta via neuronal particular final pode ser a responsável por determinados sintomas do Delirium, tais como a desorientação, o déficit cognitivo, as alterações do ciclo sono-vigília, o pensamento desorganizado e as alterações da linguagem. Outros sintomas, como é o caso das alucinações, ilusões e labilidade afetiva podem depender da causa do Delirium. Um desequilíbrio nos sistemas colinérgico e dopaminérgico geralmente também está implicado no desenvolvimento do Delirium.
O Delirium costuma se desenvolver agudamente, geralmente em horas ou poucos dias, tendendo a flutuar de intensidade ao longo do período. A alteração da consciência no Delirium se manifesta por uma significativa redução da clareza da consciência em relação ao ambiente. Está seriamente prejudicada a capacidade para focalizar, manter ou deslocar a atenção.
Durante o exame clínico do paciente com Delirium, tendo em vista a atenção do paciente estar totalmente dispersa, há necessidade das perguntas serem repetidas várias vezes em alto e bom som. Pode ser muito difícil engajar o paciente numa conversação normal.
Se a atenção e consciência estão alteradas, há também uma alteração concomitante na cognição, a qual pode incluir o comprometimento da memória, desorientação ou perturbação da linguagem, assim como pode desenvolver-se uma perturbação da percepção.
O comprometimento da memória é evidente no Delirium, acometendo com maior frequência a memória recente. Neste caso a semiologia consta em pedir que o paciente memorize vários objetos sem relação entre si ou uma frase curta e os repita após alguns minutos de distração.
A desorientação habitualmente se manifesta por desorientação temporal, quando então o paciente confunde a manhã, a tarde e a noite, ou espacial, com dificuldades dele saber se esta em casa, no hospital, etc. No Delirium leve, a desorientação temporal pode ser o primeiro sintoma a aparecer. Nestes casos é comum as confabulações.
A perturbação na linguagem pode se evidenciar com disnomia, isto é, um prejuízo na capacidade de nomear objetos, ou disgrafia, o prejuízo na capacidade de escrever. Em alguns casos, o discurso é dispersivo e irrelevante, outras vezes é compulsivo e incoerente, com mudanças imprevisíveis de assunto.
As perturbações na cognição podem incluir interpretações errôneas da realidade, ilusões ou alucinações. Essas alterações da sensopercepção podem fazer com que qualquer som seja interpretado como um tiro, as dobras nas roupas podem parecer-lhe objetos animados, o paciente pode ainda ver um grupo de pessoas pairando sobre a cama (oniroide). A flutuação do quadro, relatado acima, faz com que o paciente se mostre coerente durante o dia mas, à noite, insiste em voltar à casa dos pais já falecidos.
O Delirium frequentemente está associado a uma perturbação do sono, a qual pode incluir sonolência diurna ou agitação noturna, caracterizando assim uma inversão do ciclo de sono-vigília. O Delirium também é frequentemente acompanhado por alteração psicomotora, com inquietação ou hiperatividade. Esse aumento da atividade psicomotora pode incluir o ato de tatear ou manusear as roupas de cama e tentar sair da cama quando isto é inseguro, retirada do equipo de soro, etc.
Há ainda a possibilidade do paciente apresentar redução da atividade psicomotora, com lentidão e letargia que se aproxima do estupor catatônico. Assim sendo, a atividade psicomotora poderá oscilar de um extremo a outro no decorrer do dia mas, a maioria dos casos costumam ser do tipo misto (46%), enquanto apenas 24% são hipoativos e 30% hiperativos. A incidência difere entre os três subtipos motores, sendo mais frequente o Delirium misto em todas as pesquisas (Okeeffe).
Na esfera emocional o paciente pode apresentar excesso de ansiedade, de medo, depressão, irritabilidade, raiva, euforia e apatia. Podem ocorrer rápidas e imprevisíveis mudanças de um estado emocional para outro. O medo frequentemente acompanha as alucinações ameaçadoras ou os delírios. Pode haver ferimentos por quedas do leito ou por tentativas de escapar das falsas ameaças.
O estado emocional perturbado dos pacientes com Delirium também pode se manifestar por comportamentos esdrúxulos, como por exemplo, chamados continuados, gritos, palavrões, gemidos, resmungos ou outros sons. Esses comportamentos são especialmente prevalentes à noite e sob condições nas quais a estimulação e os indicadores ambientais estão mais ausentes.
Aproximadamente 37% dos pacientes com Delirium manifestavam déficit cognitivo no período da tarde e noite, 47% dos pacientes tiveram o Delirium da manhã. Os pacientes com Delirium apresentaram uma grande variedade de sintomas psiquiátricos.
No Delirium a integração da consciência está prejudicada
Mais da metade dos pacientes apresentam ansiedade, retardo psicomotor, irritabilidade. hipo ou hiperatividade. A maioria dos pacientes foi classificada como tendo o Delirium com alterações emocionais pronunciadas e 43% com sintomas psicóticos pronunciados. O estudo de Sardemberg mostra que os pacientes com Delirium têm perfis clínicos muito diferentes. Isto pôde indicar uma necessidade para estratégias diferentes do tratamento para pacientes com os tipos diferentes de Delirium.
As crianças podem ser mais suscetíveis ao Delirium do que os adultos, especialmente quando relacionado a doenças febris e a determinados medicamentos, como por exemplo, os anticolinérgicos. Em crianças, o Delirium pode ser confundido com um comportamento não-cooperativo, e a obtenção de sinais cognitivos distintivos pode ser difícil. Se a criança não consegue ser acalmada por figuras familiares, isto pode ser sugestivo de Delirium.
[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
O Delirium também é conhecido como Estado Confusional Agudo. É uma alteração cognitiva com início agudo, curso flutuante, distúrbios da consciência, atenção, orientação, memória, pensamento, percepção e comportamento. É uma condição bastante comum entre pacientes hospitalizados e acomete, principalmente idosos e debilitados. Trata-se de emergência médica, já sendo comprovadas maiores taxas de mortalidade, maior tempo de internação e maiores índices de institucionalização quando do episódio de delirium (Francis).
Segundo o DSM-5 (Classificação de Doenças Mentais da Associação de Psiquiatria Americana) a característica essencial do Delirium é uma perturbação da atenção ou da consciência, acompanhada de uma mudança na cognição basal da pessoa, onde se exclui um transtorno neurocognitivo preexistente.
A perturbação da atenção é manifestada por capacidade reduzida de direcionar, focalizar, manter e mudar a atenção. Perguntas têm de ser repetidas, uma vez que a atenção do indivíduo é vaga, ou a pessoa pode perseverar em uma resposta a uma pergunta anterior e não mudar a atenção de forma adequada (Élie). O indivíduo é facilmente distraído por estímulos irrelevantes. A perturbação na consciência é manifestada por uma orientação reduzida ao ambiente ou, por vezes, até para si mesmo (Angles).
Delirium é uma perturbação da atenção ou da consciência e resulta em verdadeiro estado confusional
A perturbação aparece durante curto período de tempo, em geral de horas a alguns dias, com tendência a oscilar ao longo do dia, com piora ao entardecer e à noite, quando diminuem os estímulos externos de orientação. Há evidências de que a perturbação seja uma consequência de alguma condição médica subjacente, intoxicação ou abstinência de substância, uso de medicamento ou exposição a toxina, ou ainda, que seja uma combinação desses fatores.
A incidência do Delirium aumenta com a idade, aumenta também caso haja algum déficit cognitivo prévio, assim como alguma fragilidade, gravidade da doença de base ou comorbidades. Os serviços de emergência e cuidados intensivos, bem como setores de pós-operatório apresentam as maiores taxas de Delirium. Entretanto, apesar de ser muito comum o Delirium é uma condição médica de emergência muito pouco diagnosticada, embora apresente prevalência de 10 a 16% já na admissão desses serviços de urgência (Pisani).
Pacientes internados em unidade de terapia intensiva desenvolvem a condição para apresentar Delirium em 70 a 87% dos casos. Já as taxas de mortalidade em pacientes internados com Delirium variam de 22 a 76%, podendo ser comparadas às taxas de mortalidade dos casos de infarte agudo do muicárdio ou de septissemia.
Uma das diferenças entre Demência e Delirium é que na Demência as alterações ocorrem em semanas a meses e no Delirium em horas ou pouco dias. Logo, é fundamental o conhecimento do nível cognitivo prévio do paciente.
O déficit de atenção no Delirium é reconhecido pela dificuldade em focar e manter a atenção. O paciente distrai-se facilmente, tem dificuldade em manter diálogo ou seguir comandos, e não raro, repete respostas das perguntas já realizadas. Muitas vezes ele dá respostas sem relação com a pergunta, parecendo ter necessidade de preencher a expectativa do outro dizendo qualquer coisa.
Desorganização do pensamento, outra característica do delirium, costuma se evidenciar pelo discurso desorganizado ou incoerente e fluxo ilógico de ideias.
[/et_pb_text][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
O Delirium está associado a alguma causa orgânica. Acomete com frequências pacientes internados em UTI, idosos com quadros infecciosos, dependentes abstinentes, traumatismos cranianos, desequilíbrios de sais, intoxicações agudas…
[/et_pb_text][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” text_font_size=”13px”]
Características de sintomas do Delirium
Distúrbios da consciência: redução da clareza da consciência quanto ao ambiente, com diminuição da capacidade de focar, mudar ou manter a atenção.
Distúrbios da percepção: desorientação quanto ao tempo e espaço, porém raramente ocorre perda do reconhecimento de si. Há a tendência de confundir o novo com o familiar, por exemplo, o quarto do hospital com o próprio quarto.
Ilusões, ou seja, erro de interpretação de estímulos sensoriais, por exemplo, a cortina balançando pode ser confundida com um ladrão.
Alucinações, ou seja, percepções sem estímulo sensório relevante (desde simples formas geométricas até padrões visuais e sonoros complexos).
Distúrbios do pensamento: a capacidade para registrar, reter e evocar informações pode estar afetada, bem como a capacidade de aprender.
Distúrbios do humor: anormalidades na regulação do humor, como raiva, irritação e medo infundados, bem como apatia, depressão e euforia.
Distúrbios da atividade psicomotora: asterixia, que é a incapacidade para manter uma postura fixa. Sendo bilateral é quase patognomônico. Tremor, falta de coordenação, incontinência urinária.
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”2_5,3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]
Medicações associadas ao desenvolvimento de Delirium
– Anticolinérgicos: anti-histamínicos, atropina, hioscina, difenidramina, tricíclicos.
– Antimicrobianos: quinolonas, aciclovir, macrolídeos, sulfonamidas, cefalosporinas, aminoglicosídeos, anfotericina.
– Analgésicos: opióides, AINE´s
– Corticosteróides
– Agonistas dopaminérgicos: levodopa, pramipexol, bromocriptina, amantadina
– Anticonvulsivantes: ácido valpróico, fenitoína, carbamazepina
– Antidepressivos: mirtazapina, inibidores de recaptação de serotonina, tricíclicos
– Sedativos: benzodiazepínicos, barbitúricos – Relaxantes musculares
– Cardiovasculares: antiarrítmicos, betabloqueadores, metildopa, clonidina, diuréticos, digitálicos
– Gastrointestinais: bloqueadores H2, metoclopramida, loperamida, antiespasmódicos
– Outros: fitoterápicos, lítio, donepezil, fenotiazinas.
Substâncias que podem causar Delirium por intoxicação aguda
Álcool
Opióides
Anfetaminas
Fenciclidina e relacionadas
Canabinóides
Sedativos
Cocaína
Hipnóticos e ansiolíticos
Alucinógenos
Outras substâncias inalantes
Substâncias que podem causar Delirium por abstinência
Álcool (Delirium Tremens)
Anfetaminas e relacionadas
Sedativos
Hipnóticos e ansiolíticos
outras substâncias
Delirium com outras denominações
Psicose de unidade de tratamento intensivo
Estado confusional agudo
Insuficiência cerebral aguda
Encefalite
Encefalopatia
Estado metabólico tóxico
Toxicidade do sistema nervoso central
Encefalite paraneoplásica límbica
Confusão noturna (sundowning)
Insuficiência cerebral
Síndrome encefálica orgânica
[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]
Causas
O Delirium pode ser associado, fisiologicamente, ao metabolismo cerebral diminuído e a uma deficiência colinérgica. Estes déficits podem ocorrer também na doença de Alzheimer, a mais comum das Demências. Alguns autores ressaltam que as semelhanças clínicas, metabólicas e farmacológicas entre o Delirium e a Demência sugerem que, tanto o Delirium quanto a Demência, sejam decorrentes de algum tipo de insuficiência cerebral.
Para o diagnóstico de Delirium Devido a uma Condição Médica Geral, deve haver evidências clínicas de que a alteração cognitiva seja consequência direta de uma condição médica. Para isso há necessidade de uma avaliação clínica cuidadosa e abrangente de múltiplos fatores possivelmente etiológicos. Essa classificação é paradoxal, já que por definição Delirium implica em complicação neuro-cognitiva de alguma situação orgânica.
O Delirium pode estar associado com muitas condições médicas distintas, cada qual com exames físicos e achados laboratoriais característicos. Nas doenças sistêmicas, geralmente os sinais neurológicos não costumam ser focais, ou seja, não são específicos de alguma área cerebral definida. Nesses casos, por exemplo, várias formas de tremores podem estar presentes. A asterixia, que é um movimento de agitar as mãos hiperestendidas, foi originalmente descrita no Delirium da encefalopatia por insuficiência hepática, embora possa ser encontrada também em outras causas orgânicas e metabólicas de Delirium.
Sinais de hiperatividade autonômica, ou seja, do Sistema Nervoso Autônomo, como por exemplo taquicardia, sudorese, rubor facial, pupilas dilatadas e oscilações da pressão sanguínea podem ocorrer com frequência. Achados laboratoriais característicos das condições clínicas, das intoxicações ou dos estados de abstinência costumam esclarecer fatores causais importantes. O EEG geralmente está alterado, mostrando lentificação ou atividade rápida generalizadas.
As condições médicas gerais associadas ao Delirium, incluem infecções sistêmicas, transtornos metabólicos, hipóxia, hipercapnia, hipoglicemia, desequilíbrio eletrolítico, doença hepática ou renal, deficiência de tiamina, estados pós-operatórios, encefalopatia hipertensiva, estados convulsivos pós-ictais e seqüelas de traumatismo craniano. Certas lesões focais do lobo parietal direito e superfície ínfero-medial do lobo occipital também podem provocar Delirium.
Os pacientes geriátricos com Demência, quando sofrem algum quadro somático agudo são altamente vulneráveis a desenvolver o Delirium. É extremamente importante suspeitar e reconhecer o Delirium nestes pacientes de risco, especialmente em serviços de emergência. Wahlund avaliou 637 pacientes com quadro de Delirium. Segundo ele as doenças infecciosas foram a causa principal do Delirium em 67% dos casos. Outras causas comuns eram as doenças do coração. O uso de substâncias químicas como a única causa do Delirium foi encontrado em menos de 1% dos casos. Aproximadamente 70% desses pacientes com Delirium tiveram distúrbios cognitivos severos, Demência posterior ou mesmo prejuízo cognitivo suave. Também se constatou que a existência de doenças múltiplas surgia com frequência como causa do Delirium.
Fatores precipitantes – Delirium
-Medicações
-Procedimentos médicos/cirurgias
-Doenças agudas: infecções, infarto agudo, acidente vascular cerebral, Trauma, etc
-Imobilização prolongada
-Uso de equipamentos invasivos: sonda vesical, sonda nasoenteral
-Restrição física
-Desidratação
-Desnutrição
-Iatrogenia (causado por procedimentos médicos)
-Distúrbios metabólicos e hidroeletrolíticos
-Mudanças de ambiente
-Abuso ou abstinência de substâncias (álcool, drogas ilícitas)
-Privação de sono prolongada
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”3_5,2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”]
Delirium e Substâncias Químicas
Apesar da causa do Delirium ser multifatorial, as drogas costumam ser uma das causas importante. Quase toda a droga pode causar o prejuízo cognitivo em pessoas suscetíveis, entretanto, determinadas classes de substâncias são geralmente mais implicadas.
Os benzodiazepínicos, os opioides, os anticolinérgicos e os antidepressivos tricíclicos são, provavelmente, os mais comuns causadores de Delirium entre os idosos. Antigos antihipertensivos, como por exemplo a reserpina e a clonidina também podem ser perigosos. Antidepressivos mais novos tais como os inibidores seletivos de recaptação da serotonina não são estatisticamente relacionados a efeitos negativos na cognição.
Diversos fatores podem aumentar o risco de ocorrer transtornos da cognição induzidos por drogas em pessoas idosas. Embora algumas drogas apresentem baixo risco de comprometimento da cognição, esse risco pode ser aumentado em pessoas mais velhas. A identificação desses medicamentos e as estratégias preventivas do Delirium podem impedir esta ocorrência.
Nos casos classificados como Delirium Induzido por Substância, deve haver evidência, pela história, exame físico ou achados laboratoriais, de intoxicação ou de abstinência de alguma substância, efeitos colaterais de algum medicamento ou exposição a toxinas com supostamente relacionado ao Delirium. O Delirium tanto pode ocorrer durante intoxicação com a substância, quanto por abstinência à algumas delas.
O Delirium que ocorre durante a intoxicação com substância pode aparecer de minutos a horas após o consumo de doses altas dessas drogas, como por exemplo, a cannabis, cocaína e alucinógenos. Com drogas tais como o álcool, barbitúricos ou meperidina, o Delirium às vezes se desenvolve apenas após uma intoxicação mantida por alguns dias. Habitualmente, o Delirium resolve-se à medida que cessa a intoxicação ou dentro de algumas horas ou dias após seu término.
O Delirium associado com Abstinência de Substância se desenvolve à medida que as concentrações da substância nos tecidos e líquidos corporais diminuem após a redução ou término de um uso prolongado e habitualmente em altas doses de certas substâncias. A duração do Delirium tende a variar de acordo com a meia-vida da substância envolvida: substâncias de ação mais longa em geral estão associadas com síndrome de abstinência mais prolongada. Esse tipo de Delirium por Abstinência de Substância pode persistir por apenas algumas horas ou por até 2-4 semanas.
[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
A denominação “Tremens”para o Delirium refere-se exclusivamente ao estado confusional da abstinência do álcool
Delirium tremens é um estado confusional acompanhado de perturbações físicas importantes que acomete usualmente usuários de álcool, gravemente dependentes em abstinência. Esse quadro geralmente ocorre em torno de 3 dias de abstinência e pode durar vários dias.
Os sintomas clássicos desse tipo de psicose incluem a diminuição da percepção do ambiente, confusão mental, alucinações, ilusões e tremores marcantes.
Fisicamente os sintomas do Delirium tremens podem incluir agitação, tremores, arritmia cardíaca e sudorese. Casos mais graves, com episódios de hipertermia ou convulsões, podem até resultar em morte.
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”2_5,3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
Complicação do Pós-operatório
O Delirium é uma complicação pós-operatória séria. A incidência de Delirium após anestesia geral é estimada em 10-15%. A existência de fatores de risco adicionais, tais como a idade avançada, existência prévia de deficiência cérebro-vascular e anestesia de longa duração, favorecem uma incidência muito mais elevada. O Delirium compromete significativamente a mobilização e a convalescença pós-operatória, pode determinar uma estadia mais longa no hospital e ser associada à taxas elevadas de mortalidade.
Apesar do fato do Delirium abranger uma área comum a diversas especialidades médicas, notadamente às cirúrgicas, e apesar ainda de se tratar de uma ocorrência frequentemente severa nas pessoas idosas, poucos estudos tem-se desenvolvido em relação a ele. Em idosos, por exemplo, o Delirium pode ser uma complicação comum em casos de fratura da bacia. E, normalmente nesses quadros, a fisiopatologia do Delirium não pode ser explicada pela fratura em si.
Edlund investigou a incidência do Delirium, dos seus fatores predisponentes, do perfil clínico do paciente, dos sintomas associados e de suas consequências em 54 pacientes (19 homens e 35 mulheres) com idade média de 77,1 anos, todos admitidos com fraturas de colo de fêmur. A incidência do Delirium pós-operatório foi de 27,8%. A espera prolongada para a operação aumentou o risco do Delirium pós-operatório. A ocorrência de Delirium durante a noite foi mais comum e os pacientes com esse quadro apresentaram intensa ansiedade, alterações afetivas, ilusões e alucinações. Esse autor acabou por concluir que o Delirium é comum e tem um forte impacto na recuperação pós-cirúrgica da fratura do fêmur e quadril.
[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”3_5″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]
Delirium no Hospital Geral
O Delirium frequentemente resulta de complicações hospitalares ou de cuidados hospitalares inadequados, principalmente com pacientes mais velhos. Há autores recomendando a casuística de Delirium até como um marcador da qualidade do atendimento hospitalar.
Segundo Gray, diversos fatores podem aumentar o risco de alterações na cognição induzidas por drogas das pessoas idosas. Enfatiza os desequilíbrios senis nos neurotransmissores, notadamente da acetilcolina e as alterações farmacocinéticas e farmacodinâmicas proporcionadas pelo envelhecimento.
Teoricamente quase toda a droga pode causar prejuízo cognitivo em indivíduos suscetíveis, notadamente em idosos, entretanto, algumas substâncias são mais diretamente implicadas. É o que costuma acontecer com os benzodiazepínicos, alguns opioides, anticolinérgicos e antidepressivos tricíclicos.
Embora algumas drogas mostrem um baixo risco para causar alterações da cognição em jovens e adultos, o risco pode ser aumentado nas pessoas mais velhas, mais frágeis e que, geralmente, fazem uso continuado de diversos medicamentos. A identificação precoce do prejuízo cognitivo droga-induzido é crucial para a pronta recuperação do quadro.
As quatro razões mais comuns para a ocorrência do Delirium no ambiente hospitalar seriam, segundo Inouye, em ordem decrescente, a iatrogenia por medicamentos facilitadores de Delirium, a falha no reconhecimento precoce deste estado agudo confusional, atitudes errôneas ou negligentes para o cuidado das pessoas idosas e a redução, por razões econômicas, do número de funcionários habilitados para o cuidado dos pacientes mais idosos.
Os cuidados da equipe de saúde, sejam preventivos e/ou curativos precoces em relação ao Delirium, podem melhorar a qualidade do atendimento hospitalar para os idosos. Muitas vezes esse quadro se desenvolve ou se facilita em consequência da falta de avaliação da cognição de forma rotineira e diária, o que pode e deve ser feita pela própria enfermagem.Esses cuidados, especificamente geriátricos, devem ser dirigidos predominantemente à orientação cognitiva, assim como incentivar a familiaridade (comunicação rotineira da data, local, procedimentos… etc), a estimulação social do paciente, enfim, evitar ao máximo a sensação de abandono sócio-familiar e situacional à que os idosos podem ser submetidos.
Situações do Pós-operatório
Muito tem-se tentado elaborar hipóteses fisiopatológicas e etiológicas do Delirium que frequentemente aparece no pós-operatório, especialmente em pessoas idosas. Os resultados, entretanto, não têm sido conclusivos. Talvez ainda devido às diferenças metodológicas e/ou das diferenças das populações examinadas. A despeito disso, tem-se dado atenção especial, principalmente ao Delirium possível após a cirurgia cardíaca, de fratura de bacia e de fêmur em idosos.
O trabalho de Lynch e cols, após controlar outros fatores sabidamente de risco para o Delirium (idade, abuso do álcool, função cognitiva, condição física, etc), mostrou que o elemento dor foi associado à um risco bastante aumentado para o desenvolvimento do Delirium nos primeiros 3 dias de pós-operatório. O mesmo trabalho mostrou, ao contrário da constatação de Gray, que a analgesia pós-operatória, mesmo sendo com opioides, não foi associado a um risco aumentado de Delirium.
Seguindo essa linha de pensamento, atualmente tem-se procurado uma associação entre níveis mais elevados de dor no pós-operatório e o desenvolvimento do Delirium, sugerindo que o melhor controle da dor pós-operatória pode reduzir as possibilidades desta complicação séria.
Relatou-se Delirium em 10 a 15% dos pacientes cirúrgicos do público em geral, 30% dos pacientes em cirurgia cardíaca aberta e mais de 50% daqueles tratados para fratura do quadril. Ele ocorre em 70 a 87% dos pacientes idosos em unidade de tratamento intensivo e em até 83% de todos os pacientes em cuidados de fim de vida.
Um total de 60% dos indivíduos em casas de repouso ou em instalações de cuida- dos pós-agudos o apresentam. Estima-se que 21% dos pacientes com queimaduras graves e de 30 a 40% daqueles com aids tenham episódios de Delirium quando são hospitalizados. O Delirium desenvolve-se em 80% dos pacientes com doenças terminais. As causas de Delirium pós-operatório incluem estresse decorrente da cirurgia, dor pós-operatória, insônia, medicação analgésica, desequilíbrio de eletrólitos, infecção, febre e perda de sangue.
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][et_pb_column _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” type=”4_4″][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]
Risco de Delirium
O risco de Delirium deve ser acomodado em duas categorias: fatores predisponentes e fatores precipitantes. Abordagens atuais ao Delirium concentram-se predominantemente nos fatores precipitantes e destinam pouca atenção aos fatores predisponentes. O manejo dos fatores predisponentes para delirium é essencial para reduzir futuros episódios e a morbidade e mortalidade a ele associadas.
Idade avançada é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de Delirium. Aproximadamente 30 a 40% dos pacientes hospitalizados com idade superior a 65 anos têm um episódio de delirium, e outros 10 a 15% dos idosos o exibem no momento de internação hospitalar.
Entre os moradores de casas de repouso acima dos 75 anos, 60% têm episódios repetidos. O sexo masculino também é um fator de risco independente para delirium. Delirium é um sinal de prognóstico desfavorável.
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” column_structure=”1_2,1_2″][et_pb_column _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” type=”1_2″][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]
Fatores predisponentes para delirium
Características demográficas
Idade a partir dos 65 anos Sexo masculino
Estado cognitivo
Demência
Prejuízo cognitivo
História de delirium
Depressão
Estado funcional
Dependência funcional
Imobilidade
História de quedas
Baixo nível de atividade
Prejuízo sensorial
Audição Visão
Redução de ingestão oral
Desidratação Desnutrição
Fármacos/drogas
[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” type=”1_2″][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” hover_enabled=”0″ sticky_enabled=”0″]
Fatores precipitantes de delirium
Fármacos/drogas
Sedativo-hipnóticos
Narcóticos
Fármacos anticolinérgicos
Tratamento com múltiplos fármacos Abstinência de álcool ou de outras drogas
Doenças neurológicas primárias
Acidente vascular cerebral, hemisfério não dominante
Sangramento intracraniano
Meningite ou encefalite
Doenças intercorrentes
Infecções
Complicações iatrogênicas
Doença aguda grave
Hipoxia
Choque
Anemia
Febre ou hipotermia
Desidratação
Estado nutricional deficiente
Baixos níveis séricos de albumina Perturbações metabólicas
Cirurgia
Cirurgia ortopédica
Cirurgia cardíaca
Ponte cardiopulmonar prolongada
Cirurgia não cardíaca
Ambientais
Internação em unidade de tratamento intensivo
Uso de contenções físicas
Uso de cateter urinário
Uso de procedimentos múltiplos
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”1_3,2_3″ _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”1_3″ _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][/et_pb_column][et_pb_column type=”2_3″ _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”]
para referir:
Ballone GJ – Delirium. in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net, 2019
[/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][et_pb_row column_structure=”2_3,1_3″ _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][et_pb_column type=”2_3″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default” text_font_size=”12px”]
BIBLIOGRAFIA
Angles EM, Robinson TN, Biffl WL, Johnson J, Moss M, Tran ZV, Moore EE. Risk factors for delirium after major trauma. Am J Surg. 2008; 196:864-70.
Blass JP; Gibson GE – Cerebrometabolic aspects of Delirium in relationship to dementia. Dement Geriatr Cogn Disord, 1999 Sep, 10:5, 335-8
Edlund A; Lundström M; Lundström G; Hedqvist B; Gustafson Y – Clinical profile of Delirium in patients – Dement Geriatr Cogn Disord, 1999 Sep, 10:5, 325-9 treated for femoral neck fractures.
Élie M; Rousseau F; Cole M; Primeau F; McCusker J; Bellavance F. Prevalence and detection of delirium in elderly emergency department patients. CMAJ 2000; 163: 977-81.
Francis J, Kapoor WN. Delirium in hospitalized elderly. J Gen Intern Med. 1990;113:941-8.
Gallinat J; Möller H; Moser RL; Hegerl U – Postoperative delirium: risk factors, prophylaxis and treatment – Anaesthesist, 1999 Aug, 48:8, 507-18
Gallinat J; Möller HJ; Hegerl U – Piracetam in anesthesia for prevention of postoperative Delirium – Anasthesiol Intensivmed Notfallmed Schmerzther, 1999 Sep, 34:9, 520-7
Gray SL; Lai KV; Larson EB – Drug-induced cognition disorders in the elderly: incidence, prevention and management. Drug Saf, 1999 Aug, 21:2, 101-22
Inouye SK – Delirium in hospitalized older patients: recognition and risk factors. J Geriatr Psychiatry Neurol, 1998 Fal, 11:3, 118-25; discussion 157-8
Inouye SK; Schlesinger MJ; Lydon TJ – Delirium: a symptom of how hospital care is failing older persons and a window to improve quality of hospital care. Am J Med, 1999 May, 106:5, 565-73
Lynch EP; Lazor MA; Gellis JE; Orav J; Goldman L; Marcantonio ER – The impact of postoperative pain on the development of postoperative Delirium. Anesth Analg, 1998 Apr, 86:4, 781-5
Mancuso DM – Delirium. J La State Med Soc, 1998 Oct, 150:10, 473-6
Meagher DJ; OHanlon D; OMahony E; Casey PR; Trzepacz PT – Relationship between symptoms and motoric subtype of Delirium. – J Neuropsychiatry Clin Neurosci, 2000 Win, 12:1, 51-6
Milisen K; Foreman MD; Godderis J; Abraham IL; Broos PL – Delirium in the hospitalized elderly: nursing assessment and management. Nurs Clin North Am, 1998 Sep, 33:3, 417-39
Moore AR; OKeeffe ST – Drug-induced cognitive impairment in the elderly. – Drugs Aging, 1999 Jul, 15:1, 15-28
Murphy BA – Delirium. Emerg Med Clin North Am, 2000 May, 18:2, 243-52
OKeeffe ST – Clinical subtypes of Delirium in the elderly. Dement Geriatr Cogn Disord, 1999 Sep, 10:5, 380-5
OKeeffe ST; Lavan JN– Clinical significance of Delirium subtypes in older people. Age Ageing, 1999 Mar, 28:2, 115-9
Pisani MA, McNicoll L, Inouye SK. Cognitive impairment in the intensive care unit. Clin Chest Med 2003;24:727-37.
Sandberg O; Gustafson Y; Brännström B; Bucht G – Clinical profile of Delirium in older patients – J Am Geriatr Soc, 1999 Nov, 47:11, 1300-6
Trzepacz PT – Update on the neuropathogenesis of Delirium. Dement Geriatr Cogn Disord, 1999 Sep, 10:5, 330-4
van der Mast RC – Postoperative Delirium. Dement Geriatr Cogn Disord, 1999 Sep, 10:5, 401-5
Wahlund L; Björlin GA – Delirium in clinical practice: experiences from a specialized Delirium ward. Dement Geriatr Cogn Disord, 1999 Sep, 10:5, 389-92
[/et_pb_text][/et_pb_column][et_pb_column type=”1_3″ _builder_version=”4.7.4″ _module_preset=”default”][et_pb_text _builder_version=”4.7.7″ _module_preset=”default”][/et_pb_text][/et_pb_column][/et_pb_row][/et_pb_section]