Eutanásia, por definição de dicionário, significa morte serena, sem sofrimento. Pode ser entendida como a prática pela qual se busca abreviar, sem dor ou sofrimento, a vida de um doente reconhecidamente incurável.

As práticas eutanásicas remontam ao próprio reino animal, quando os insetos necrófilos dão morte aos velhos para livrá-los de sua existência infeliz.

Segundo Sônia Maria Teixeira da Silva , a Bíblia traz-nos o exemplo de Saul, que pedira a morte a um amalecita. Gregos, romanos, espartanos, germanos, sul-americanos praticaram a eutanásia e até os índios brasileiros também tinham o costume de eliminar os velhos. Na Idade Média, usava-se um punhal denominado “misericórdia”, com o qual os soldados livravam os mortalmente feridos de sofrimentos atrozes.

Atualmente, parlamentares dos países desenvolvidos cogitam legitimar a eutanásia, como o fizeram com o aborto. O Parlamento holandês aprovou hoje, 28 de novembro de 2000, por 104 votos a 40, um projeto de lei que legaliza a prática da eutanásia e do suicídio assistido por médicos. A lei deverá ser aprovada pelo Senado, o que é considerado um processo formal, pois a maioria da casa apóia o projeto, sendo a Holanda o primeiro país a autorizar oficialmente esta intervenção médica, tradicionalmente refutada.

Eutanásia não é apenas questão de direito, mas, fundamentalmente, um problema da ética e da medicina, abrangendo a religião e as crenças, interessando à opinião da imprensa, do sociólogo, do filósofo, do escritor e até mesmo do homem do povo.

Normalmente os casos de eutanásia possuem repercussão universal, noticiados que são pela imprensa escrita e falada. Há autores que defendem a tese eutanásica, especialmente pelo móvel da verdadeira piedade humana. Entretanto, a civilização universal ainda não atingiu um grau de aperfeiçoamento que permita a aplicabilidade desse instituto na sua essência.