azer a distinção entre o simbólico e o concreto. Seria quase o oposto do dereísmo. Em muitas pessoas, esta manifestação não representa nada de anormal, sendo mais um resultado de incultura ou dificuldade intelectual, em outras pessoas, porém, essa dificuldade de abstrair-se do concreto adquire um caráter nitidamente patológico.
A capacidade de abstração é fundamental ao ser humano e serve, entre outras utilidades, para avaliar os vários aspectos de uma situação, arguir e reagir diante de estímulos que não aparecem intrínseca e concretamente definidos. Pessoas incultas revelam sempre dificuldades na compreensão do simbólico e o ato de captar, rápida e intuitivamente, os vários aspectos de uma situação simbólica requer um bom nível intelectual e cultural. Nas atividades cotidianas não há exigência de nenhuma atitude abstrata, visto tratar-se da execução de atos eminentemente pragmáticos, aprendidos ou até condicionados.
O pensamento concreto sempre se refere ao sensível e se opõe à abstração, tal como o pensamento chamado de primitivo. Falta ao pensamento primitivo e concreto a independência para abstrair-se, estando sempre escravizado ao fenômeno material e o objeto do pensar é sempre o objeto da percepção. Portanto, o conceito de concreto exprime sempre um objeto particular determinado e sensorialmente percebido. O que esse tipo de pensamento consegue produzir está sempre vinculado à analogia. Muitas vezes o concretismo aparece como sintoma na personalidade esquizoide (incapacidade de tratar da realidade de forma mais abstrata).