É essencial diferenciar o Autismo, como sintoma psicótico, do Autismo Infantil, uma doença específica. O Autismo sintoma diz respeito ao tipo de relacionamento entre o sujeito e a realidade, entre o paciente e outras pessoas. No Autismo esta relação se deforma grotescamente e o doente se exclui da comunidade, ele se afasta da Concordância Cultural que deveria permear a vida gregária de um determinado sistema, portanto, podemos dizer que, de modo geral, o delírio tende ao autismo.
No Autismo o paciente experimenta sua representação da realidade sem se preocupar, de forma alguma, com outros pontos de vista, interesses e juízos. O paciente autista quase exclui o outro, ou quase se exclui dos outros, ele não sente necessidade de comprovar sua convicção diante da realidade, não se preocupa em fundamentá-la nem para si, nem para os demais.
Em casos de Esquizofrenia, o autismo, com a sua significação de perda do contato vital com a realidade, serve para explicar certos tipos de estereotipias, como a catatonia, por exemplo, ou as alterações da linguagem oral e escrita. Nesses casos pode ocorrer que os enfermos repitam, sem cessar, as palavras ou frases, em tom de voz monótono, em voz sussurrada ou aos gritos.
O autismo esquizofrênico, ainda, especialmente na esquizofrenia catatônica, o que costuma estar reduzida e até abolida, é a atenção espontânea. O indivíduo está preso no seu mundo interno, imerso na fragmentação mental e não consegue estabelecer vínculos sólidos com o meio nem consigo mesmo.
O mundo no qual vive o esquizofrênico nada tem a ver com o mundo real, e ele apresenta significados herméticos, inacessíveis a todos os demais. Esse estado é o que chamamos de Autismo. Assim, o Autismo sintoma caracteriza um novo mundo, próprio, que não obedece a nenhuma regra do mundo real e é justamente ele que torna o esquizofrênico uma pessoa completamente estranha aos demais, mesmo a seus familiares.