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Algumas pesquisas importantes mostram que, felizmente, e ao contrário do que se pensa, não é a expressiva e maciça maioria das crianças submetidas a traumas que desenvolve transtornos emocionais significativos.
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Há necessidade de estudos, pesquisas, conduta e intervenção psicológica e psiquiátrica para as crianças e adolescentes expostos a eventos traumáticos. Crianças e adolescentes têm alto risco de desenvolver diferentes problemas comportamentais, psicológicos e neurobiológicos como consequência das vivências traumáticas ou experiências de vida estressantes. Existem trabalhos controversos que constatam que, em algumas pessoas, as experiências traumáticas podem não produzir efeitos psiquiátricos desastrosos e até mesmo alguns efeitos positivos.
Cada vez mais se analisam as variedades de eventos traumáticos precoces ou em tenra idade e sua verdadeira importância no desenvolvimento de quadros psiquiátricos conhecidos, como o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, os Transtornos de Ansiedade, Transtornos Depressivos, Transtornos Comportamentais e outros, ou mesmo nos sintomas de luto traumático em crianças. Ainda faltam estudos bem desenhados e cientificamente expressivos para análise dos sintomas e quadro clínico de transtornos emocionais consequentes ao estresse experimentado por crianças e adolescentes em tenra idade.
O interesse sobre o impacto de eventos traumáticos em crianças e adolescentes se reacende diante dos periódicos desastres naturais (tufões, furacões, terremotos, tsunamis) e dos “cataclismos” criados pelo ser humano, como são os atos de violência, guerras, violência urbana, violência doméstica e outras manifestações de efeitos fortemente traumáticos.
A pergunta que se faz é se existem, e quais seriam, os fatores protetores individuais contra esses traumas, de tal forma que algumas pessoas parecem menos vulneráveis que outras em relação às vivencias estressantes.
Em outras palavras, quais seriam as características pessoais responsáveis pela alta capacidade de resiliência de alguns. O que se observa na clínica diária é que algumas crianças e adolescentes, vítimas de traumas vivenciais, se adaptam e se recuperam de maneira surpreendente, apesar da experiência sofrível pela qual passaram.
Constata-se através da revisão de pesquisas sobre o tema, existir uma grande variedade de respostas emocionais aos eventos traumáticos que acometem crianças e adolescentes e, assim, fica cada vez mais difícil atribuir responsabilidade patogênica exclusiva às vivências emocionais precoces.
Uma ocasião – como exemplo irônico sobre a importância das fragilidades pessoais em relação àquilo que a vida coloca diante de cada um – lembro um paciente criado em orfanato e que vivia com sintomas extremamente histéricos, dissociativos e conversivos, não apenas sofrendo ele próprio, como também fazendo sofrer quem dele se acercava afetivamente. A tudo ele atribuía o fato de ter vivido em orfanato. Aliás, tratava-se de uma excelente instituição que formava seus internos profissionais técnicos bastante capacitados e com vaga garantida no mercado de trabalho.
Um dia, diante de tantas afirmativas de que “era assim e era assado” por ter sido criado em orfanato e como se aproximava a data da reunião tri anual de sua turma de formandos na instituição, disse-lhe que levasse vários cartões meus para distribuir entre seus pares; se ele estava assim tão problemático por ter vivido naquele orfanato, então, certamente, todos seus colegas de classe deveriam estar passando pelos mesmos problemas e precisando, igualmente, de meus préstimos profissionais. Ele não levou meus cartões.
Discute-se a existência de uma personalidade mais imune às vivências traumáticas ou, por outro lado, se o apoio social e familiar seria o fator decisivo para essas crianças se recuperarem, impedindo assim uma consequência mais patológica de eventuais traumas.
As pesquisas que investigam alterações hormonais causadas pelo estresse em tenra idade, bem como as consequências de tais alterações no desenvolvimento emocional futuro, sugerem que as consequências psico-orgânicas das vivências parecem depender muito mais da personalidade sobre a qual agem essas vivências do que das próprias vivências em si.
Isso corresponderia a dizer que as reações dependem muito mais do agente “agredido” do que do agente “agressor”. Entre as variáveis potenciais que determinam as consequências dos traumas vividos por crianças e adolescentes em longo e médio prazo, devemos considerar fortemente as eventuais psicopatologias e predisposições preexistentes nessas pessoas.
Além das variáveis individuais de vulnerabilidades ao trauma, as consequências de vivências traumáticas sobre o psiquismo das crianças e adolescentes podem ter também um componente cultural e mesmo étnico. Uma pesquisa com este propósito, por exemplo, envolveu uma mostra de 349 adolescentes de nove escolas dos EUA e verificou que 76% delas relataram terem sido testemunhas ou terem sido vítimas de pelo menos um evento violento nos últimos três meses. Dessas exposições à violência o que mais se associou foi o Transtorno de Estresse Pós-Traumático e a Depressão (Ozer).
A outra pesquisa, de Seedat, verificou que mais de 80% de uma mostra de 2.041 adolescentes quenianos relatou exposição à violência, como vítimas ou testemunhas, mas somente 5% dessa mostra desenvolveu sintomas plenos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático e 8% desenvolveu sintomas apenas parciais desse mesmo quadro.
Talvez a diferença entre uma criança americana e uma queniana quanto as dificuldades para a vida cotidiana imunize as mais sofridas contra os efeitos de certos eventos, ou seja, maiores dificuldades de vida poderiam fazer com que alguns eventos fossem traumáticos para uma criança americana e nem tão traumático para uma queniana. Se isso fosse verdade, então as dificuldades pragmáticas da vida, as vivências mais penosas e as frustrações, até certo ponto, contribuiriam para melhorar a adaptação futura da pessoa.
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A relatividade do trauma
Um estudo com 109 adolescentes que sofreram abuso sexual, incluindo toques sexuais, beijos, carícias nas mamas ou nos genitais, tentativas de penetração e penetração por alguém da família ou de fora dela, mostrou que 50% desses adolescentes teve diagnóstico de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, aproximadamente 33% foram de casos assintomáticos e os 12% restantes mostraram outros problemas não significativos do ponto de vista sintomático (Bal).
Algumas pesquisas importantes mostram que, felizmente, e ao contrário do que se pensa, não é a expressiva e maciça maioria das crianças submetidas a traumas que desenvolve transtornos emocionais significativos.
Também em adultos, parece que a expressiva maioria das pessoas expostas à vivências traumáticas não desenvolve o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Vieira refere estudos epidemiológicos indicando que o Transtorno de Estresse Pós-Traumático afeta aproximadamente 15% a 24% das pessoas expostas a eventos traumáticos.
Isso leva a crer existirem outros fatores e outras variáveis influindo nas respostas emocionais aos traumas além dos próprios traumas, como por exemplo, novamente as características da personalidade, sensibilidade pessoal afetiva e emocional, estrutura de apoio familiar e social e, obviamente, a própria natureza do trauma.
Há uma tendência científica em acreditar que, diante de vivências consideradas traumáticas, as respostas emocionais dependem muito mais do sujeito que vivencia do que da experiência vivencial, e que nem todas experiências traumáticas resultam, obrigatoriamente, em um transtorno psiquiátrico ou alteração patológica futura de conduta.
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Na página sobre Personalidade, a questão “constitucional” pode ser melhor compreendida. Lá, a definição sugerida é: “Personalidade é a organização dinâmica dos traços no interior do eu, formados a partir dos genes particulares que herdamos, das existências singulares que suportamos e das percepções individuais que temos do mundo, capazes de nos tornar únicos em nossa maneira de ser e de desempenhar nosso seu papel social”. Os elementos constitucionais da personalidade referem-se às características da personalidade que se formaram a partir dos genes herdados e das experiências particulares vividas.
Contrariamente a alguns trabalhos sugerindo que os acidentes em estradas têm consequências psicológicas e comportamentais danosas para as crianças (Stallard), outras pesquisas sugerem que algumas crianças também expostas a acidentes de estrada podem experimentar alguns efeitos positivos, denominados “crescimento pós-traumático”, relacionado à melhor percepção de si mesmas, à melhora nas relações interpessoais e mudanças positivas das prioridades da vida (Salter).
Na realidade, recentemente tem-se pesquisado muito esse fenômeno chamado crescimento pós-traumático (Posttraumatic Growth – PTG). São casos onde, a despeito do sofrimento causado pela experiência traumática, ou mesmo apesar do desenvolvimento de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, as pessoas referem ter ficado emocionalmente mais fortes, ou terem amadurecido em áreas como relacionamento interpessoal, escala de valores, definição das prioridades de vida, etc.
A ocorrência de sentimentos e emoções positivas, bem como de um desenvolvimento desejável da personalidade, foi observada em pessoas que sobreviveram a fortíssimos estressores vivenciais, tais como acidentes, cataclismos, câncer, etc (Jaarsma – Bellizzi – Morris – Barakat – Thornton).
Adultos com passado de abuso sexual (geralmente doméstico) podem ter alterações da sexualidade, quadros ansiosos (não raramente o TOC) e depressivos como eventuais consequências psiquiátricas. Entretanto, deve ser relevante o fato de que nem todas as crianças e adolescentes submetidos a experiências traumáticas desenvolvem consequências patológicas. Maior ênfase deve ser dado às variáveis pessoais e culturais que influem nas respostas às experiências traumáticas. As variáveis pessoais dizem respeito à constituição da própria personalidade e a ocorrência de transtornos emocionais prévios e/ou predisposições a eles.
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Efeitos orgânicos e psíquicos do trauma
O perfil afetivo da pessoa que reage à vivência traumática é fundamental para a valorização da experiência vivida, a ponto dos eventos serem mais traumáticos para uns que para outros. Tem ainda o “fator depressão”, ou seja, o fato das pessoas mais depressivas terem muito mais dificuldade adaptativa diante dos estressores da vida.
Na prática, a tonalidade afetiva responsável pela “valorização” do trauma seria representada pela pessoa que lamenta copiosamente as experiências vividas, dizendo sofrer “até hoje” as consequências “malditas” de tudo que aconteceu de terrível. Outra pessoa, entretanto, vivendo experiências muito parecidas, regozija-se por “tudo isso já ter passado” e sente-se muito bem por “ter superado essas vivências“.
Juntando isso ao fato do Transtorno de Estresse Pós-Traumático ser acompanhado de taxas elevadíssimas de Depressão (comorbidade), surge a clássica pergunta: a Depressão e o Transtorno de Estresse Pós-Traumático seriam síndromes distintas ou, ao contrário, seriam aspectos diferentes de um mesmo fenômeno emocional? Se assim fosse, então o Transtorno de Estresse Pós-Traumático seria apenas um outro tipo de manifestação clínica da depressão.
Para entender os efeitos orgânicos do estresse, deve-se entender que a base de liberação hormonal está situada no cérebro (hipotálamo>hipófise), portanto, as questões cerebrais influem diretamente no funcionamento endócrino de todo organismo. Assim como as atividades mentais e emocionais não devem ser emancipadas da atividade cerebral. Portanto, a influência hormonal do estresse atinge mesmo as glândulas situadas fora do cérebro através de um eixo que liga o Hipotálamo, a Hipófise e as Suprarrenais (eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal).
A secreção da maioria dos hormônios pela hipófise obedece ao estímulo de pré-hormônios elaborados nos núcleos cerebrais paraventriculares, e estes núcleos são controlados por, pelo menos, dois tipos de estímulos: o estresse e o relógio biológico, responsável por todo ritmo do organismo (sono-vigília, ciclos hormonais das mulheres).
Assim, uma das áreas mais pesquisadas quando se trata dos efeitos físicos das emoções, é no chamado eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, ou seja, um sistema que começa no cérebro, na região do hipotálamo, fortemente influenciado pelas emoções, segue pela gandula hipófise, localizada no assoalho do hipotálamo e suas repercussões sobre a glândula suprarrenal, situadas, como diz o nome, sobre os rins. Há uma enorme variedade de patologias e estados funcionais orgânicos alterados, em praticamente todos órgãos e sistemas resultantes das anomalias deste eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal.
Pelo lado emocional, o maior volume de pesquisas sobre o impacto psicológico dos traumas em crianças e adolescentes se concentra, em geral, no abusos, maus tratos e violência doméstica. Em graus muito variáveis de adaptação e superação as crianças que sofreram abuso e maus-tratos correm maior risco de desenvolverem os seguintes quadros, de acordo com os seguintes trabalhos:
Transtornos | Autor |
Transtorno de Estresse Pós-Traumático | Bal |
Comportamentos Autoprejudiciais | Yates |
Alexitimia (dificuldade externar emoções) | Honkalampi |
Transtornos do Humor | Duran |
Transtorno por abuso de drogas | Singer |
Problemas de Comportamento Sexual | Letourneau |
Dissociação Psicológica | Collin-Vezina |
Somatizações | Maaranen |
Alguns grupos de populações pesquisados, como por exemplo, os adolescentes de rua (Stewart) e os infratores juvenis (Abram, Brosky), parecem possuir antecedentes particularmente elevados de experiências traumáticas precoces, tais como abuso físico ou sexual e crime violento. Eles ainda mostraram taxas mais altas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Também foi sugerida uma ligação entre exposição a experiências traumáticas precoces, transtornos psicológicos e comportamento antissocial (Dixon).
Devemos ter muito cuidado com essas tendências em se atribuir ao sociopata uma causalidade social. Mas não existem, entretanto, pesquisas que investiguem a exposição à vivências traumáticas em pessoas adultas e completamente normais, tanto do ponto de vista psicológico, quanto sócio-ocupacional. Na vida cotidiana todos conhecem pessoas que, a despeito de terem suportado vivências bastante traumáticas, são normais do ponto de vista psicológico e emocional.
Pesquisas assim procuram verificar a força das características constitucionais da pessoa em relação à qualidade e quantidade da resposta emocional. Explica-se ainda, que as experiências traumáticas precoces também passarão a fazer parte integrante e importante da personalidade em desenvolvimento, portanto, contribuirão significativamente para a constituição da pessoa.
Isso quer dizer que o termo “constitucional” não se refere exclusivamente ao que é genético, mas à interação entre o potencial genético e a influência ambiental precoce, desde que o fator em consideração tenha presença definitiva. Brincando didaticamente com essa tese, se tomarmos o ditado segundo o qual “cachorro mordido de cobra tem medo de linguiça”, o medo de linguiça seria uma característica constitucional no cachorro.
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O peso das vivências
Em crianças e adolescentes pode-se encontrar, quando houver, consequências emocionais do tipo Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Depressão e quadros Fóbico-Ansiosos. Em adolescentes, além desses transtornos emocionais, observamos importantes alterações comportamentais, tais como isolamento social, rebeldia, constrangimento social e ideação suicida.
Adultos com passado de abuso sexual podem ter alterações da sexualidade, quadros ansiosos (não raramente o TOC) e depressivos como eventuais consequências psiquiátricas. Entretanto, deve ser relevante o fato de que nem todas as crianças e adolescentes submetidos a experiências traumáticas desenvolvem consequências patológicas. Maior ênfase deve ser dado às variáveis pessoais e culturais que influem nas respostas às experiências traumáticas. As variáveis pessoais dizem respeito à constituição da própria personalidade e a ocorrência de transtornos emocionais prévios e/ou predisposições a eles.
Também tem-se pesquisado bastante em relação às alterações orgânicas (notadamente hormonais) ocasionadas pelas vivências traumáticas e estresse. Além das eventuais alterações endócrinas, também tem-se relacionado às experiências traumáticas e ao estresse algumas alterações funcionais e/ou anatômicas do Sistema Nervoso Central.
A ideia de atribuir à pessoa uma importância maior na sensibilidade emocional às vivências traumáticas e naquilo que essas vivências poderiam causar por si só, desperta reflexões importantes sobre o peso real dos fatores ambientais supostamente capazes de justificar transtornos emocionais e de conduta em crianças, adolescentes e adultos.
É evidente que a história vivencial tenha a mais relevante importância na essência da pessoa aqui-e-agora, entretanto, não é apenas isso que deve ser buscado entre os fatores relacionados aos problemas psíquicos atuais.
Assim, não se pode atribuir às eventuais experiências traumáticas sofridas precocemente a justificativa absoluta e exclusiva para a conduta dos sociopatas, por exemplo. Nem tampouco que as crianças hiperativas o são por carência afetiva ou coisa assim. A busca de causas vivenciais relacionadas ao autismo infantil também tem sido completamente estéril. Tudo isso parece muito mais atrelado ao DNA do que ao destino.
É claro que existem experiências fortemente traumáticas e capazes de mobilizar emocionalmente grande número de pessoas, como é o caso de catástrofes naturais (tsunamis, terremotos…) e situações sofríveis produzidas pelo próprio ser humano, como as guerras, terrorismo, violência urbana de grandes proporções. Essas experiências, sem dúvida, podem produzir sequelas emocionais significativas em grande número de crianças, adolescentes e adultos. Mesmo assim, essas consequências não aparecerão em 100% das pessoas.
Experiências traumáticas particularmente vividas, como perdas pessoais, separações conjugais, e coisas assim, deverão ser mais bem pesquisados, uma vez que as variáveis são muitas, assim como são muitas as maneiras das pessoas reagirem a elas. Inclusive, parece que em determinadas circunstâncias as crianças reagem melhor que os adultos. Também não se tem certeza, fisiologicamente, se alguns sintomas emocionais de crianças e adolescentes que surgem em resposta ao estresse poderiam ser considerados reações “normais” a eventos cotidianos aos quais qualquer pessoa estaria sujeita na vida moderna.
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Bebes estressados, adultos complicados
Um estudo realizado em ratos avaliou o impacto que o estresse tem nos primeiros anos de vida e como ele pode resultar em problemas futuros de comportamento. Este estudo foi conduzido por Christopher Murgatroyd, do Instituto Max Planck de Psiquiatria, em Munique, Alemanha.
O trabalho descreve os efeitos em longo prazo do estresse em ratos bebês na revista Nature Neuroscience. Os ratos da pesquisa produziram, diante do estresse, hormônios que “mudaram” seus genes, afetando o comportamento ao longo das suas vidas. Este trabalho poderia fornecer pistas sobre como o estresse e o trauma na infância podem levar a problemas futuros.
Os filhotes de ratos foram submetidos a estresse devido ao fato de serem separados de suas mães durante três horas por dia durante dez dias. Apesar dos animais não serem afetados a nível nutricional, eles manifestaram reações físicas de estresse diante do abandono. A equipe descobriu que os ratos “abandonados” precocemente foram menos capazes de lidar com situações estressantes no futuro, ao longo das suas vidas. O Dr. Murgatroyd explicou que estes efeitos – dificuldade em lidar com estresse no futuro – foram causados por “mudanças epigenéticas”, onde a primeira experiência estressante realmente mudou o DNA de alguns genes dos animais.
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para referir:
Ballone GJ – Traumas emocionais em crianças. in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net, revisto em 2020.
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