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O Transtorno do Pânico mais frequentemente se inicia depois dos 20 anos de idade, é igualmente prevalente entre homens e mulheres, portanto, a maioria das pessoas que temTranstorno de Pânico são adultos jovens na faixa etária dos 20 aos 40 anos e, normalmente, se encontram na plenitude da vida profissional. Em geral as pessoas com esse transtorno são extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades e afazeres, são perfeccionistas, muito exigentes consigo mesmas e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos, nem deles nem dos outros.
Os portadores de Transtorno de Pânico costumam ter tendência a preocupações excessivas com problemas do cotidianos, têm um bom nível de criatividade, excessiva necessidade de estar no controle da situação, têm expectativas altas, pensamento rígido, são competentes e confiáveis. Frequentemente esses pacientes têm tendência a subestimar suas necessidades físicas e emocionais. Psicologicamente eles costumam reprimir os sentimentos, tais como o orgulho, a irritação, frustrações, mágoas e, principalmente, os conflitos íntimos. Geralmente não acreditam na importância dos fatores emocionais sobre seu estado de saúde.
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Essa maneira da pessoa ser acaba por predispor a situações de estresse geralmente acentuado e continuado, levando ao aumento intenso da atividade de determinadas regiões do cérebro e desencadeando um desequilíbrio bioquímico que envolve neurotransmissores. Consequentemente essa situação poderá favorecer o aparecimento do Transtorno de Pânico.
Durante muito tempo depois do aparecimento das crises de Pânico os pacientes se recusam aceitar que se trata de um transtorno emocional. Normalmente costumam ser pessoas que não se reconhecem sensíveis aos problemas da emoção, julgam-se perfeitamente controladas (gostam de se considerarem “racionais”), dizem que já passaram por momentos de vida mais difíceis sem se abalar tanto, enfim, são pessoas que até agora subestimavam quem sofresse de problemas psíquicos.
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Psicologia do Pânico
Psicologicamente constata-se, na expressiva maioria dos portadores de Transtorno dePânico a existência de conflitos intrapsíquicos. Algumas vezes nem mesmo os pacientes têm a noção precisa de estarem vivenciando tais conflitos, os quais atuam, nestes casos, mais a nível inconsciente.
Se a Síndrome do Pânico é uma espécie de reação emocional ansiosa à determinados conflitos, vivências e/ou circunstâncias da vida, porque a pessoa reage apresentando sintomas de Pânico e não, por exemplo, de depressão franca ou de ansiedade típicas?
Acontece com as emoções o mesmo que ocorre com a alergia, fazendo uma analogia didática. Imagine 20 pessoas numa sala impregnada de fungos, mofo ou bolor. Destas 20 pessoas, pode ser que apenas 6 delas tenham uma reação alérgica aos fungos, ao cheiro de mofo. Dessas 6 pessoas, pode ser que 2 delas reajam com rinite alérgica e espirros, outras 2 com urticária e eczemas e as 2 restantes com asma brônquica. Como vimos, diante de um mesmo agente agressor (estressor), nem todos foram sensibilizados e, dos que foram sensíveis, tivemos três tipos de reação diferente.
Emocionalmente algo semelhante acontece. Diante da tensão, do estresse, da angústia, dos conflitos, ou da ansiedade exagerada as pessoas podem reagir diferentemente; algumas necessitam de muito mais estímulos para reagirem e, entre aquelas que reagem, cada qual reagirá à sua maneira. Algumas pessoas reagirão com Depressão Típica, outras com Fobias, outras ainda com Pânico, Obsessão-Compulsão, Ansiedade Generalizada e assim por diante.
A emoção, como o álcool, “embriaga” em graus variáveis e, como na embriaguez verdadeira, cada um reagirá à este estado de acordo com sua personalidade. Hipoteticamente, comparando as emoções à um tipo de embriaguez, pode-se dizer que os seres humanos vivem embriagados em graus variados. Assim sendo, a experiência clínica tem nos mostrado que poderá sofrer de Pânico, como uma forma de Depressão Atípica, as pessoas que se esforçam para disfarçar sua “embriaguez” com todas suas forças. É como se o preço por dissimular os conflitos e as emoções fosse muito alto, fosse o Transtorno do Pânico.
É por isso que, inicialmente, nenhum paciente com Pânico se diz emotivo, deprimido ou mesmo vivendo algum conflito. Como dissemos, na maioria das vezes os portadores dePânico são pessoas extrovertidas, determinadas, decididas, capazes de enfrentar situações muito adversas, corajosas e sem antecedentes de transtornos emocionais.
Apesar dessas características, depois do primeiro episódio de Pânico, normalmente com sintomas suficientes para justificar um atendimento em pronto-socorro, essas pessoas tornam-se mais amedrontadas, tensas e inseguras. Reconhecer que o mal estar pelo qual estão passando tenha origem emocional é a última coisa que fazem.
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Quadro 1 – Alguns traços de personalidade de pessoas propensas à Síndrome do Pânico |
1. – Tendência a preocupação excessiva 2. – Necessidade de estar no controle da situação 3. – Expectativas altas 4. – Pensamento relativamente rígido (dificuldade em aceitar mudanças de opinião) 5. – Reprimem sentimentos pessoais negativos (não sabemos o que estão sentindo) 6. – Julgam-se perfeitamente controladas (duvidam tenham problemas emocionais) 7. – São extremamente produtivas (não relaxam, sempre estão fazendo algo) 8. – Assumem grandes responsabilidades (ocupacionais e familiares) 9. – Perfeccionistas 10.- Exigentes consigo mesmas (consequentemente, com os outros também) 11.- Não aceitam bem os erros ou imprevistos |
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O Transtorno do Pânico mais frequentemente se inicia depois dos 20 anos de idade, é igualmente prevalente entre homens e mulheres, portanto, a maioria das pessoas que temTranstorno de Pânico são adultos jovens na faixa etária dos 20 aos 40 anos e, normalmente, se encontram na plenitude da vida profissional. Em geral as pessoas com esse transtorno são extremamente produtivas, costumam assumir grandes responsabilidades e afazeres, são perfeccionistas, muito exigentes consigo mesmas e não costumam aceitar bem os erros ou imprevistos, nem deles nem dos outros.
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Ataques do Pânico (texto baseado na Classificação da Associação Norte-Americana de Psiquiatria para Doenças mentais – DSM-5)
Para compreender o Transtorno do Pânico é importante entender primeiro como é um ataque de pânico, já que esse transtorno se caracteriza por ataques de pânico recorrentes. Como foi dito, os ataques de pânico são recorrentes (voltam) e essas crises se manifestam por ansiedade aguda e intensa, extremo desconforto, sintomas vegetativos (veja a lista) associados e medo de algo ruim acontecer de repente, como por exemplo da morte iminente, ou passar mal, desmaiar, perder o controle, etc. As crises de ansiedade no Pânico duram minutos e costumam ser inesperadas, ou seja, não seguem situações especiais, podendo surpreender o paciente em ocasiões variadas.
Não obstante, existem pacientes que desenvolvem o episódio de pânico diante de determinadas situações já conhecidas, como por exemplo, dirigindo automóveis, diante de grande multidão, dentro de bancos, etc. Quando as situações que precipitam as crises são semelhantes à essas, dizemos que o Transtorno do Pânico é acompanhado deAgorafobia.
Uma vez que os Ataques de Pânico ocorrem em diversos quadros de Ansiedade, um Ataque de Pânico não significa, necessariamente, que existe a clássica Síndrome do Pânico. Pode haver ataque de Pânico na Ansiedade Generalizada, por exemplo. Vejamos então, as características do Ataque de Pânico, propriamente dito (Quadro 2).
Quadro 2 – Ataque de Pânico (baseado no DSM-5) |
A característica essencial de um Ataque de Pânico é um período distinto de intenso medo ou desconforto acompanhado por pelo menos 4 dos 13 sintomas físicos citados abaixo. O ataque tem um início súbito e aumenta rapidamente, atingindo um pico em geral em 10 minutos e é acompanhado por um sentimento de perigo ou catástrofe iminente. Os 13 sintomas físicos são os seguintes: 1 – palpitações, |
Os ataques que satisfazem todos os critérios mas têm menos de 4 sintomas físicos são chamados de ataques com sintomas limitados.
As pessoas que buscam atendimento médico para Ataques de Pânico, geralmente descrevem o medo como intenso e relatam que sentiam estar prestes a morrer, perder o controle, ter um ataque cardíaco ou acidente vascular cerebral ou até de “enlouquecer”. Eles geralmente citam também um desejo urgente de fugir do local onde o ataque esteja ocorrendo.
A falta de ar é um sintoma comum nos Ataques de Pânico. O rubor facial é comum emAtaques de Pânico ligados a situações relacionadas à ansiedade social e de desempenho. A ansiedade característica de um Ataque de Pânico pode ser diferenciada da ansiedade generalizada por sua natureza intermitente (em crises) enquanto na ansiedade generalizada a ansiedade não vem em crises mas sim, continuada.
Quadro 3 – Transtornos de Ansiedade onde podem ocorrer os Ataques de Pânico |
1 – Transtorno de Ansiedade, 2 – Fobia Social, 3 – Fobia Específica, 4 – Transtorno de Estresse Pós-traumático, 5 – Transtorno de Estresse Agudo. |
Na determinação da diferença diagnóstica entre um Ataque de Pânicoe outro quadro emocional é crucial considerar o contexto no qual ocorre o Ataque de Pânico. Existem três tipos característicos de Ataques de Pânico, com diferentes relacionamentos entre o início do ataque e a presença ou ausência de ativadores situacionais:1 – Ataques de Pânico Inesperados (não evocados), nos quais o início do Ataque de Pânico não está associado com uma situação ativadora, isto é, ocorre espontaneamente, “vindo do nada”;
2 – Ataques de Pânico Ligados a Situações (evocados), nos quais o Ataque de Pânico ocorre, quase invariavelmente, logo após à exposição ou antecipação a uma situação ativadora, como por ex., ver uma cobra ou um cão que sempre ativa um Ataque de Pânico imediato;
3 – Ataques de Pânico Predispostos pela Situação, que tendem mais a ocorrer na exposição a uma situação ativadora, mas não estão invariavelmente associados a ela e não ocorrem necessariamente após a exposição. Por ex., os ataques tendem a ocorrer mais quando o indivíduo está dirigindo, mas existem momentos em que a pessoa dirige e não tem um Ataque de Pânico ou momentos em que o Ataque de Pânico ocorre após dirigir por meia hora.A importância dessa classificação quanto ao surgimento do ataque prende-se ao conhecimento de que:a – A ocorrência de Ataques de Pânico inesperados é um requisito para o diagnóstico de Transtorno de Pânico (com ou sem Agorafobia).
b – Ataques de Pânico ligados a situações são mais característicos da Fobia Social e Fobia Específica.
c – Os Ataques de Pânico predispostos por situações são especialmente frequentes no Transtorno de Pânico, mas às vezes podem ocorrer na Fobia Específica ou Fobia Social.Fazer a diferença de diagnóstico dos Ataques de Pânico é complicado pelo fato de nem sempre existir um relacionamento exclusivo entre o diagnóstico e o tipo de Ataque de Pânico. Por exemplo, embora o Transtorno de Pânico por definição exija que pelo menos alguns dos Ataques de Pânico sejam inesperados, os indivíduos com Transtorno de Pânico muitas vezes relatam ataques ligados a situações, particularmente no curso mais tardio do transtorno.
Normalmente, depois do primeiro ataque as pessoas com Pânicoexperimentam importante ansiedade e medo de vir a apresentar um segundo episódio. Trata-se de extrema insegurança e por muito tempo essas pessoas continuam achando que sofrem do coração ou, quando se tenta afastar essa possibilidade, mediante uma série de exames cardiológicos negativos, pensam ser eminente um derrame cerebral.
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A ansiedade é tanta que os pacientes ficam ansiosos diante da possibilidade de virem a ficar ansiosos. É o famoso,”medo de ter medo“. Por causa disso, esses pacientes passam a evitar situações possivelmente facilitadoras da crise, prejudicando-se socialmente e/ou ocupacionalmente em graus variados. É comum que tais pacientes deixem de dirigir, evitem supermercados cheios, evitem aventurar-se pelas ruas desacompanhadas, não conseguem dormir, não entram em avião, não frequentam shows, evitam edifícios altos, não utilizam elevadores e assim por diante. De qualquer forma a mobilidade social e profissional de tais pacientes encontra-se prejudicada de alguma maneira. Esse é o chamado comportamento evitativo.
Os pacientes com Transtorno do Pânico podem necessitar sempre de companhia quando saem de casa e, posteriormente, podem até se recusar a sair de casa devido ao medo de passar mal na rua, de morrer subitamente ou enlouquecer ou perder o controle de repente. Algumas vezes podem apresentar ansiedade antecipatória diante da possibilidade de ter que sair de casa. Normalmente esses pacientes têm muita dificuldade em dormir desacompanhados, procuram insistentemente o cardiologista e recorrem ao auxílio religioso com entusiasmo.
As pessoas que sofrem deste mal costumam fazer uma verdadeira via-sacra a diversos especialistas médicos e, após uma quantidade exagerada de exames médicos negativos, recebem o com frustração o diagnóstico de que não têm nada (organicamente), aumentando ainda mais a insegurança e desespero.
Durante os Ataques de Pânico alguns médicos tentam confortar o paciente fazendo-o entender que não está em perigo, mas isso pode, inclusive, aumentar ainda mais sua angústia. Podem até julgar que o médico esteja sendo displicente e não estar valorizando devidamente seu grave estado. Portanto, quando o médico usa expressões como “não é nada grave“, “é um problema de cabeça” ou “não há nada para se preocupar“, isso pode até piorar as dificuldades do paciente. Pode dar a falsa impressão de que não há problema real ou de que não existe tratamento. A maioria dos médicos deveria dizer que não há nada de grave fisicamente ou organicamente mas sim, que existe um problema emocional que deve ser tratado.
Depois de um Ataques de Pânico – por exemplo, enquanto dirige, fazendo compras em uma loja lotada, dentro de um elevador ou na fila do banco – a pessoa pode desenvolver medos irracionais, chamados de fobias à estas situações e, daí em diante, começa a evitar as circunstâncias supostamente capazes de desencadear novas crises. O nível de ansiedade e o medo de uma nova crise vai gradativamente aumentando, até atingir proporções onde a pessoa pode se tornar incapaz de dirigir ou mesmo de pôr o pé fora de casa. Desta forma, o distúrbio do Pânico pode ter um impacto tão grande na vida cotidiana da pessoa como qualquer outra doença grave.
Constatações
1- Há susceptibilidade do paciente com Pânico ao teste do lactato de sódio, sendo possível desencadear crises em laboratório através da infusão do lactato. Os ataques de pânico pós-exercício facilitaram a hipótese sobre a pouca tolerância destes pacientes ao ácido láctico (metabólito do exercício muscular). Constatou-se que 70% dos pacientes com esse diagnóstico desenvolviam a crise no laboratório depois da infusão de lactato de sódio, enquanto apenas 5% dos não portadores do distúrbio desenvolviam a crise com a infusão. Atualmente tem sido aceita a ideia do lactato de sódio induzir a um aumento de noradrenalinacirculante, fazendo crer que, não o lactato em si, mas a noradrenalina seria a responsável pelo desenvolvimento da crise de pânico.
2- O estudo das imagens cerebrais e a frequente coexistência do Transtorno do Pânico com prolapso de válvula mitral é considerada uma concordância clínicas importante. Os estudos referentes à prolapso da válvula mitral demonstraram que esta alteração anatômica está presente em 50% dos pacientes com Transtorno do Pânicoe em apenas 5% da população normal. A síndrome do prolapso da válvula mitral é assintomática em 20% dos casos, entretanto, quando há sintomas cardiorrespiratórios o quadro se assemelha muito ao Transtorno do Pânico. A base e o significado da associação entre o prolapso da válvula mitral e o Transtorno do Pânico é desconhecida.
3 – Kaplan refere um estudo onde se constata um aumento do fluxo sanguíneo cerebral na área parahipocampal direita de pacientes com teste positivo para a infusão de lactato. Tais pacientes mostravam ainda um metabolismo cerebral global aumentado.
4 – O componente genético do Transtorno do Pânico é outro elemento a ser considerado. A taxa de concordância para gêmeos monozogóticos é de 80 a 90%, enquanto para os dizigóticos à apenas de 10 a 15%. Entre os parentes de primeiro grau, 15 a 17% são também afetados.
Incidência e Causas de Pânico
No mundo inteiro, existem pessoas que sofrem de Síndrome do Pânico. De acordo com as pesquisas, de 2 a 4% da população mundial é acometida por este mal, o qual já é considerado um sério problema de saúde. O Pânico ou as diversas formas de Fobias é, certamente, uma das causas mais frequentes de procura a psiquiatras e podemos considerá-lo o segundo lugar de todas as queixas emocionais, precedido apenas pelaDepressão. Mesmo assim, é demasiadamente frequente a associação do Pânico com aDepressão.
Qual seria a causa desse grande aumento do número de casos de Transtorno do Pânico? Possivelmente deve-se ao aumento da ansiedade patológica na vida moderna. A cronificação dessa ansiedade patológica irá desencadear estados de estresse continuado. Tanto eventos desagradáveis, profissionais ou extra profissionais, quanto eventos agradáveis, também em ambos os campos, podem se constituir em agentes estressores: morte de ente querido, nascimento de filho, despedida ou promoção no emprego, casamento ou separação, todos são potencialmente estressores.
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Agorafobia: parente mais próximo do Pânico
A característica essencial da Agorafobia é uma Ansiedade e medo que aparece quando a pessoa se encontra em locais ou situações das quais sair dali (escapar) poderia ser difícil ou embaraçoso ou, na maioria das vezes, em situações nas quais um auxílio imediato pode ser difícil, caso a pessoa venha a passar mal. A Ansiedade agorafóbica pode ser, inclusive, antecipatória, ou seja, aparecer diante da simples possibilidade de ter que participar de determinadas situações. Essa Ansiedade antecipatória pode levar ao afastamento (fuga) dessas situações, presumivelmente causadoras de Ansiedade. Tais situações podem incluir:
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a) – estar sozinho fora de casa ou estar sozinho em casa;
b) – estar em meio a uma multidão;
c) – viajar de automóvel, ônibus ou avião, ou estar em uma ponte ou elevador.
Alguns indivíduos mais teimosos podem ser capazes de se expor às situações causadoras de Ansiedade agorafóbica, mas enfrentam essas experiências com considerável temor. De um modo geral essas pessoas são mais capazes de enfrentar as situações temidas quando acompanhado por alguém de confiança. A esquiva ou fuga dessas situações pode prejudicar, de alguma forma, o desempenho sócio-ocupacional do indivíduo.
Critérios para o diagnóstico da Agorafobia:
1 – Ansiedade acerca de estar em locais ou situações de onde possa ser difícil (ou embaraçoso) escapar ou onde o auxílio pode não estar disponível, na eventualidade de ter um Ataque de Pânico inesperado ou predisposto pela situação, ou sintomas tipo pânico. Os temores agorafóbicos tipicamente envolvem agrupamentos característicos de situações, que incluem: estar fora de casa desacompanhado; estar em meio a uma multidão ou permanecer em uma fila; estar em uma ponte; viajar de ônibus, trem ou automóvel.
2 – As situações são evitadas (por ex., viagens são restringidas) ou suportadas com acentuado sofrimento ou com Ansiedade acerca de ter um Ataque de Pânico ou sintomas tipo pânico, ou exigem companhia.
3 – A Ansiedade ou esquiva agorafóbica não é melhor explicada por um outro transtorno mental, como Fobia Social (por ex., a esquiva se limita a situações sociais pelo medo do embaraço), Fobia Específica (por ex., a esquiva se limita a uma única situação, como elevadores), Transtorno Obsessivo-Compulsivo (por ex., esquiva à sujeira, em alguém com uma obsessão de contaminação), Transtorno de Estresse Pós-Traumático (por ex., esquiva de estímulos associados com um estressor severo) ou Transtorno de Ansiedade de Separação (por ex., esquiva a afastar-se do lar ou de parentes).
O diagnóstico diferencial para se distinguir os quadros de Agorafobia, Fobia Social, Fobia Específica e Transtorno de Ansiedade de Separação pode ser difícil, uma vez que todas essas condições caracterizam-se pelo afastamento de situações específicas. Clinica e terapeuticamente falando, entretanto, essa dificuldade parece não ter a mínima importância, devido ao fato do tratamento médico-psiquiátrico ser, basicamente, o mesmo para todos esses casos.
COMO AJUDAR NA CRISE DE PÂNICO
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Como ajudar pacientes com Síndrome do Pânico
A intenção é orientar as pessoas que convivem com alguém que sofra de pânico a agir de maneira adequada para auxiliar na sua recuperação. Aqui você encontrará algumas dicas básicas e essenciais para entender melhor esse problema e saber até que ponto e de que maneira ajudar.
Nunca menospreze o problema
A síndrome do pânico não é frescura, bobagem ou loucura. Nunca diga a uma pessoa que apresenta sintomas de pânico que ela não tem nada demais ou que é fraqueza dela. A síndrome do pânico é um problema real que deve ser levado a sério. É importante saber que a pessoa já sofre o bastante com os sintomas da doença, fazê-la se sentir fraca ou perturbada mentalmente é muito cruel e absolutamente desnecessário. A pessoa não é fraca nem covarde, apenas está doente e precisa de ajuda.
Não exerça nenhum tipo de pressão
Se uma pessoa com esse problema diz que não tem condições de fazer algo é porque realmente não tem. A síndrome do pânico não impede o paciente de perceber suas limitações com relação à doença. Não fique insistindo pra ela sair ou desencanar; acredite, ela quer muito isso, mas não está em condições de enfrentar algumas situações sem ter uma crise ou mal-estar. Tenha muita calma.
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Evite formas de incentivo grosseiras ou agressivas
Evite tentar incentivá-la “dando um empurrãozinho” ou um “chacoalhão”, esperando que assim ela reaja. A pessoa está certamente muito sensibilizada e esse tipo de incentivo pode soar como uma agressão para ela, pois certamente se sentirá fraca diante dos outros. Gritar ou dizer certas coisas em tom muito entusiástico para provocar uma reação pode atrapalhar mais do que ajudar.
Evite contar histórias trágicas ou de enfermidades para quem tem esse problema
Em geral, durante o período de crises, a pessoa fica muito suscetível a incorporar sintomas às suas crises, tem medo de ter a mesma doença que ouviu falar ou de sofrer um acidente como “aquele que aconteceu com a vizinha…”
Mantenha a calma durante as crises
Embora seja difícil, procure manter a calma se a pessoa tiver uma crise. Se você não se abalar , mostrar que está por perto para ajudá-la e conseguir acalmá-la, dar segurança, dificilmente ela terá outra crise perto de você. Se você se envolver no desespero do paciente, dificilmente poderá ajudá-lo. As crises podem demorar um pouco, mas elas passam.
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Evite tratar quem tem o problema como um coitadinho
Qualquer ser humano se sente inferiorizado quando sentem pena dele. Cuide da pessoa com confiança em sua recuperação e não como se ela fosse uma vítima das circunstâncias.
Jamais indique medicamentos por conta própria ou por experiências de terceiros
Deve-se sempre consultar um psiquiatra para saber qual o tratamento mais indicado para cada caso.
Seja paciente com a pessoa e consigo mesmo
É preciso ter muita paciência e não é nada fácil entender o que se passa nessa situação. Por isso, se você se sentir impotente ou incapaz de entender e ajudar, saiba que isso é bastante comum. Você jamais deve se sentir um inútil por não poder resolver o problema. A melhor ajuda que você pode dar é manter a calma e confiar muito na recuperação da pessoa, mostrando sempre que você está ali para apoiá-la. Se for necessário, procure um dos grupos de ajuda que estão na página “onde procurar ajuda”. Eles também podem ajudar as famílias dos pacientes e dar maiores informações sobre a doença.
Para referir:
Ballone GJ – Síndrome do Pânico – in. PsiqWeb, Internet – disponível em http://www.psiqweb.net/, revisto em 2019.
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