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O Transtorno de Estresse Pós-Traumático é considerado como o desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição a um estressor traumático extremo,
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Essa página foi inspirada no trabalho que tem como título “Magnitude do Transtorno de Estresse Causado pelo trauma do Sequestro em Adultos”, de autoria de Eduardo Ferreira-Santos.
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O ser humano de vida urbana convive com um brutal estado de insegurança. Vive de perto com o crime em geral e, em particular, com os casos de sequestro, tanto na sua modalidade clássica de manter a vítima em cativeiro por período de tempo variável, quanto à modalidade conhecida como “sequestro-relâmpago”, no qual a vítima fica em poder dos criminosos por poucas horas, enquanto eles dilapidam seu patrimônio financeiro e emocional. Isso acaba resultando em severo e amplo prejuízo, principalmente na esfera psíquica e funcional das pessoas.
Impera a violência urbana e o terror que ela inspira nos cidadãos comuns, obrigados a viver constantemente expostos a situações de extremo perigo e risco de vida, chegando a caracterizar o que alguns analistas sociais chamam de “Clima de Guerra Urbana” ou mesmo de uma verdadeira “Guerra Civil”.
Dentre as várias modalidades de agressões a que está exposta a população dos grandes centros urbanos e, infelizmente, também em vilarejos e cidades interioranas, surge o crime de sequestro.
Embora esta não seja uma modalidade inédita de delito com fins exclusivamente de extorquir dinheiro ou bens materiais das vítimas, o sequestro tem tomado proporções cada vez maiores, não apenas quantitativamente, mas em qualidade de crueldade com agressão física violenta, ataque e/ou ameaça de ataque sexual, ameaça à mão armada, tortura física e psicológica, além de toda uma sorte de horrores e barbáries.
O grau de dano financeiro, moral e psicológico que o sequestro causa revela, a priori, a magnitude desta modalidade de trauma na origem de transtornos psíquicos imediatos ou tardios. Esses transtornos podem chegar a caracterizar o diagnóstico expresso claramente pelo Manual Diagnóstico e estatístico de Transtornos Mentais, de Transtorno de Estresse Pós-Traumático, com grandes implicações no dia-a-dia da vítima.
Segundo Kaplan a prevalência no período de vida do Transtorno de Estresse Pós-Traumático está estimada em 1 a 3% da população geral, embora 5 a 15% possam apresentar formas subclínicas, ou seja, menos características por serem mais fracas.
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Depois da experiência traumática pode ocorrer uma transformação duradoura da personalidade dos pacientes com Transtorno por Estresse Pós-Traumático.
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No Transtorno por Estresse Pós-Traumático, o paciente sente seu futuro desolador, turvo, e sem perspectivas. Depois da experiência traumática, a pessoa com Transtorno por Estresse Pós-Traumático mantém um nível de hiperatividade e hipervigilância crônica, com reação exagerada aos estímulos (sobressaltos, sustos) e descontrole emocional, tendendo ora à irritabilidade, ora ao choro.
Lembranças intrusivas e sonhos traumáticos aparecem em mais da metade dos pacientes (67%), sintomas que se atenuam com o passar do tempo. O item menos freqüente e menos intenso parece ser a re-experimentação em forma de emoções, como se o fato estivesse ocorrendo de novo.
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Sequestro e Transtorno por Estresse Pós-traumático
Mas o Transtorno de Estresse Pós-Traumático é um diagnóstico formal, classificado sistematicamente. Antes de a psiquiatria adotar essa classificação, desenvolvido pela Americam Psychiatric Association, os grandes tratados de psiquiatria já assinalavam tais transtornos considerando-os distúrbios originados por acontecimentos reais, ou seja, transtornos reativos, como afirmava Jaspers:
“ O conceito de Reação Patológica tem uma parte compreensível (vivência e conteúdo), uma parte causal (alteração no extraconsciente) e uma parte de prognóstico (a alteração é passageira). Ainda que possa ser anulada a momentânea transposição em um estado anormal, em especial depois do desaparecimento dos fatos externos de perturbação produzindo-se a cura em seguida, existe sem dúvida uma repercussão graças à estreita ligação da vivência com a personalidade pela repetição e somação das vivências…”
Atualmente o Transtorno de Estresse Pós-Traumático é considerado como o desenvolvimento de sintomas característicos após a exposição a um estressor traumático extremo, envolvendo a experiência pessoal direta de um evento ameaçador real, que envolva morte, sério ferimento ou outra ameaça à integridade física, o que ocorre sobejamente no evento do sequestro.
Os sintomas característicos do Transtorno de Estresse Pós-Traumático consistem em uma revivência emocional persistente do evento traumático; esquiva persistente de estímulos associados ao trauma, embotamento da responsividade geral e sintomas persistentes de excitação mental. O quadro sintomático completo deve estar presente por mais de 1 mês e a perturbação deve causar sofrimento ou prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, ocupacional e/ou outras áreas importantes da vida da pessoa (Veja a página sobre Transtorno de Estresse Pós-Traumático e violência urbana)
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Alterações cerebrais e traumas do sequestro
Tão graves são os quadros de Transtorno de Estresse Pós-Traumático que estudos recentes mostram alterações significativas na fisiologia e na anatomia cerebral, como citam Araújo, Lacerda & Bressam:
“A utilização de avançadas técnicas de neuroimagem tem contribuído substancialmente para o entendimento de possíveis mecanismos fisiopatológicos relacionados ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático. A redução volumétrica do hipocampo tem sido o achado neuroestrutural mais consistentemente descrito. Estudos de neuroimagem funcional, utilizando diferentes paradigmas investigativos (provocação de sintomas, ativação neuro cognitiva e desafio farmacológico têm revelado uma hiperativação do corpo amidalóide e uma resposta atenuada do córtex pré-frontal medial, córtex orbito-frontal e do giro cíngulo anterior), o que eleva essas estruturas à condição de integrantes de circuitos potencialmente relevantes para a fisiopatologia do Transtorno de Estresse Pós-Traumático.”
Ao descrever as cicatrizes neurobiológicas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Grassi-Oliveira, Pergher & Stein, citando vários trabalhos de diversos autores com diferentes metodologias, apontam para um dado interessante que é a questão atualmente valorizada sobre o volume menor do hipocampo em pacientes com Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
Os autores referidos citam a hipótese de que um já reduzido volume do hipocampo poderia predispor o indivíduo a desenvolver o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, quando exposto a um evento traumático. Citam o artigo de Gilbertson e cols, publicado em 2002, no qual veteranos da guerra do Vietnã que desenvolveram o Transtorno de Estresse Pós-Traumático apresentavam volume hipocampal reduzido, porém, comparados com gêmeos homozigóticos em que um deles havia ido à guerra e outro não, também apresentavam a mesma redução do hipocampo.
Há, também, a questão da simulação, quadro bastante freqüente na Psiquiatria Forense que deve ser descartada, uma vez que não é necessariamente um transtorno devido ao evento sequestro, mas sim, que tem nele um motivo particular para a obtenção pessoal de benefícios geralmente financeiros.
Ao pesquisar na literatura pertinente ao tema sobre fatores potencialmente estressores, encontra-se no artigo de Crompton, publicado em 2003, a referência ao trabalho de Holmes e Rahe, publicado lá nos idos de 1967, em que são elencados 41 eventos do cotidiano. Desde “férias” até “morte de cônjuge”, os autores atribuem, em um amplo trabalho de pesquisa de impacto de evento sobre a vida psíquica da pessoa. Savoia, comentando a Escala de Holmes e Rahe, observa que:
“Qualquer mudança na vida de uma pessoa gera um certo nível de estresse e seus efeitos no desempenho podem ser positivos em uma relação direta – à medida que o estresse aumenta, o desempenho melhora – isso é o chamado “eutress”. Por outro lado, aumentos excessivos podem ameaçar a capacidade de uma pessoa fazer perante seu ambiente o chamado “distress”.
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As condutas de evitação de atividades, lugares ou pessoas relacionadas com o acontecimento, também são as ocorrências comuns e intensas no Transtorno por Estresse Pós-Traumático. Tem sido freqüente não apenas a evitação dos os estímulos relacionados com o fato traumático, bem como pensamentos ou conversações que possam recordar a situação traumática.
Os sintomas e condutas freqüentemente observados também são todos aqueles que refletem um estado de hipervigilância ou hiperativação. São também muito freqüentes os sintomas de perda do interesse (pelas coisas e atividades), a sensação de um futuro breve e as condutas de evitação motora (atividades, lugares e pessoas) e o mal estar ao expor-se a estas situações.
Depois da experiência traumática pode ocorrer uma transformação duradoura da personalidade dos pacientes com Transtorno por Estresse Pós-Traumático. Trata-se de uma seqüela caracterizada por mudanças duradouras no estilo de perceber, pensar e relacionar-se consigo mesmo e os demais, portanto, da personalidade.
Esta alteração da personalidade não só produz mal estar ao paciente mas repercute também na área familiar, social, ou ocupacional. Essa modificação costuma estar presente por pelo menos 3 anos.
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Transtorno de Estresse Pós-Traumático em crianças
Na literatura médica e psicológica, as publicações sobre o Transtorno de Estresse Pós-Traumático, principalmente aquelas que tem a Terapia Cognitivo-Comportamental como alicerce teórico, abordam e desenvolvem amplamente o delito de estupro como um dos principais traumas geradores deste transtorno. A primeira citação do sequestro como agente do Transtorno de Estresse Pós-Traumático a referência a Terr, que apresenta o sequestro como estímulo estressor responsável por um grau máximo (100%) no desencadeamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
Este estudo de Leonore Terr, uma psiquiatra infantil, discute as observações sobre as consequências de um sequestro de 26 crianças em um ônibus escolar em 15 de julho de 1976 em Chowchilla, pequena localidade da Califórnia. Este estudo foi seguido de outra publicação mostrando que as sequelas deixadas foram bastante severas tanto nas crianças, quanto nos familiares e membros da comunidade, mesmo após tratamento em psicoterapia breve de 5 a 13 meses de duração.
Tão grave foi este acontecimento que até hoje ele faz parte da história do Condado de Madera, onde se localiza Chowchilla e recebeu até um monumento de granito localizado em frente à Prefeitura da cidade dedicado às vítimas.
Robert Pynoos, um grande pesquisador de Transtorno de Estresse Pós-Traumático na infância e adolescência, publicou um artigo no qual demonstra que 93% das testemunhas de ataques de “franco-atirador” desenvolvem o Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Korol em um estudo com 120 crianças de idade entre 7 e 15 anos e seus familiares, apresenta um resultado em que 88% das vítimas de desastre nuclear também desenvolveram Transtorno de Estresse Pós-Traumático, demonstrando que o estado psíquico dos pais destas crianças é um fator preponderante no desencadeamento do transtorno nas crianças.
Dan Savim e Shalon Robinson fazem um importante levantamento em sobreviventes de guerra com genocídio (Holocausto e Camboja), um importante trabalho apontando o aparecimento do transtorno em 71% destas pessoas. Estudando especificamente um grupo de refugiados cambojanos.
Nesta mesma linha, Shaw, Applegate, Tanner e colaboradores estudaram os efeitos do Furacão Andrew e encontraram 70% dos sobreviventes deste acidente com os sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático. McLeer, Deblinger, Henry e Orvashall observaram desordens psiquiátricas no campo dos transtornos de ansiedade em 48% de crianças que sofreram abuso sexual.
March, Amaya-Jackson, Terr e Costanzo publicaram a ocorrência de sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático em 12% de crianças e adolescentes após um incêndio de grandes proporções ocorrido em Hamlet, Carolina do Norte.
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Reinherz, Giacona e outros observaram que em 25% de adolescentes mais velhos vítimas da violência de rua também apresentavam sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Laura Ann McCloskey, da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, em Boston, em conjunto com Marla Walker publicaram um trabalho em que entrevistaram 337 crianças com idades entre 6 e 12 anos que haviam sofrido violência doméstica e verificaram que 24,6% delas apresentavam sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático em comparação com 167 crianças que não sofreram injúrias familiares. Najarian e outros relataram que 32% das pessoas estudadas na Armênia após um terremoto em 1996 apresentavam sintomas do transtorno.
Sheldon Kaplan afirma em extenso trabalho, os efeitos de um trauma e a consequente ocorrência do Transtorno de Estresse Pós-Traumático é muito diferente em adultos e crianças. Ele estima que cerca de 15% dos adultos que sofreram estímulos estressores apresentam muitos dos sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático, mas não preenchem os critérios exigidos. Kaplan estima que de 15 a 43% das meninas e 14 a 43% dos meninos sofreram ao menos um evento traumático na vida. Destes, apenas 3 a 15% das meninas e 1 a 6% dos meninos preencheram todos os quesitos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático.
Por outro lado, há quem afirme que a gravidade e intensidade dos sintomas de Transtorno de Estresse Pós-Traumático em crianças estão diretamente associados à influência parental como observa Speed e Weime, o que amplia bastante o estudo desse transtorno em suas implicações sobre as vítimas primárias e secundárias de um trauma severo.
Em adultos, a maioria dos estudos diz respeito ao trauma de guerra, relatando efeitos sobre os combatentes e as populações habitantes dos locais de “frente de batalha”.
A tabela abaixo apresenta um resumo destas citações:
Estímulos estressantes e porcentagem deTranstorno por Estresse Pós-Traumático |
|||
AUTOR | ANO | ACONTECIMENTO | % |
Terr Pynoos McLeer Reinherz Shaw Najarian Savin March Korol Sack McCloskey |
1981 1988 1994 1995 1996 1996 1997 1997 1999 1995 1999 |
Seqüestro Franco-atirador Abuso sexual Agressão física Furacão Terremoto Guerra Incêndio Desastre nuclear Guerra Viol. doméstica |
100 93 48 25 70 32 71 12 88 50 24 |
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Não há dúvidas de que a guerra marca indelevelmente as gerações futuras. Um estudo de pediatria respalda este fato em estatísticas. Um terço das crianças da Bósnia que participaram do trabalho – realizado com 364 menores entre 6 e 12 anos – foi testemunha de as lesões ou da morte de algum de seus padres ou irmãos.
Como consequência, todos eles apresentavam sintomas de problemas psicológicos. O Transtorno por Estresse Pós-Traumático aparecia em 94% deles.
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Final
O trabalho acadêmico de Eduardo Ferreira Santos foi o primeiro realizado no Brasil que mostra a importância do crime de sequestro no desencadeamento do Transtorno de Estresse Pós-Traumático e todas as suas nefastas consequências para o indivíduo e para a sociedade.
Tais consequências não podem ser medidas em números, ainda que tragam um sensível prejuízo no plano social e econômico, pois as vítimas, mesmo submetidas a tratamentos e acompanhamento médico, sempre levarão consigo as cicatrizes deste trauma.
Mesmo aqueles que não se reconhecem portadores do Transtorno de Estresse Pós-Traumático passaram por grandes mudanças em suas vidas após este trauma e, embora não mantenham viva a ferida dolorosa e viva do acontecimento, guardam marcas profundas em suas almas.
O principal objetivo político do autor foi mostrar, principalmente ao sistema sociocultural, que tanto se preocupa com os criminosos e seus “direitos humanos” que há seres humanos absolutamente sem direito algum padecendo terrivelmente à mercê da própria sorte.
Os criminosos que sequestraram e fugiram não foram encontradas pela polícia, por diversos motivos. Os bandidos que acabaram em alguma delegacia costumam ter apoio de alguma ONG (Organização Não Governamental) ou mesmo a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), as quais prontamente atribuem serem eles vítimas das “injustiças sociais”, para maior desconforto emocional de suas vítimas reais.
E não é apenas a chamada “vítima primária” (o sequestrado) quem sofre com tudo isto, mas este crime deixa também toda sua família absurdamente atordoada e eternamente traumatizada.
Vítima e familiares são pessoas que vivem suas vidas muitas vezes com dificuldades e sofrimentos próprios do cotidiano e se viram, de um momento para outro, mergulhadas na tortura multiabrangente de um drama da violência urbana.
Há, neste estudo, a constatação científica de que os danos causados por um sequestro com cativeiro têm a mesma intensidade daqueles causados por um sequestro relâmpago, ainda considerado judicialmente como “crime qualificado”.
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para referir: Magnitude do Transtorno de Estresse Causado pelo trauma do Sequestro em Adultos – Tese de Eduardo Ferreira-Santos, disponível em www.psiqweb.net, revisto em 2015
Endereço para correspondência com o autor:
Dr. Eduardo Ferreira-Santos (veja o site)
Serviço de Psicoterapia do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP
R. Ovídio Pires de Campos, 785 – Caixa Postal 3671 CEP: 01060-970
São Paulo – SP – Brasil
E_mail: efsantos@hcnet.usp.br
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