Quando estamos dirigindo o foco principal da Atenção deve estar na estrada e no trânsito à nossa volta. Em nível menos profundo de Atenção estão os acostamentos da estrada, o ruído do motor, os instrumentos do painel do veículo, etc. De um modo geral, o campo de visão mais externo, a visão periférica, utiliza a energia psíquica sem propósito de foco da Atenção, mas apenas como possibilidade para um eventual foco futuro.

Usando ainda o exemplo de dirigir, há também a Atenção de espera, quando então procuramos, espreitamos, espiamos ou exploramos, sem nenhum objeto específico à se focar a Atenção. Digamos que é uma Atenção para as possibilidades. Nesses casos, o objeto da Atenção ainda não se acha presente, tudo é indeterminado, não se conhece o onde, nem o quando do que vai ser percebido. Pode ser que um cachorro atravesse em nossa frente. Esta expectância e incerteza exige que a Atenção percorra continuamente um campo mais amplo para, no caso do objeto aparecer, não o deixar escapar e colocá-lo imediatamente em foco. Para completar esse exemplo temos que entender o que é Tenacidade e o que é Vigilância.

Bleuler destaca duas qualidades na Atenção: a tenacidade e a vigilância. A Tenacidade é a propriedade de manter a Atenção orientada de modo permanente em determinado sentido.  A Vigilância é a possibilidade de desviar a Atenção para um novo objeto, especialmente para um estímulo do meio exterior. Essas duas qualidades da Atenção se comportam, geralmente, de maneira antagônica, ou seja, quanto mais tenacidade sobre um determinado objeto está se dedicando, menos vigilante estamos em relação à eventuais estímulos a serem apreendidos.