A característica essencial da Fuga Dissociativa é uma viagem súbita e inesperada para longe de casa ou do local costumeiro de atividades diárias do indivíduo, com incapacidade de recordar parte ou todo o próprio passado. Isto é acompanhado por confusão acerca da identidade pessoal ou mesmo adoção de uma nova identidade. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um Transtorno Dissociativo de Identidade nem se deve aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de uma condição médica geral.

Os sintomas devem causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

A viagem pode variar desde breves afastamentos durante períodos relativamente curtos (isto é, horas ou dias), até roteiros complexos, geralmente discretos, por longos períodos (por ex., semanas ou meses); há relatos de indivíduos que cruzam diversas fronteiras nacionais e viajam milhares de quilômetros. Durante uma fuga, os indivíduos em geral parecem não ter psicopatologia e não despertam atenção. Em algum momento, o indivíduo é levado à atenção clínica, geralmente por causa de amnésia para eventos recentes ou falta de consciência da identidade pessoal. Retornando ao estado pré-fuga, a pessoa pode não recordar o que ocorreu durante a fuga.

A maioria das fugas não envolve a formação de uma nova identidade. Se uma nova identidade é assumida durante a fuga, esta habitualmente é caracterizada por traços mais gregários e desinibidos do que os que caracterizavam a identidade anterior. A pessoa pode assumir um novo nome, uma nova residência e envolver-se em atividades sociais complexas e bem integradas, que não sugerem a presença de um transtorno mental.