ecolalia é um sintoma de linguagem descrito como “repetição em eco da fala do outro”. Este sintoma diferencia-se de outros quadros imitativos exatamente por não apresentar “erro”. O sintomático, nesse caso, está justamente no “acerto”, na rigidez e literalidade da Ecolalia, que denunciam uma fala sem “autoria”. 

O estudo dessas repetições em eco do outro diz respeito à equivalência entre “ecolalia” e “imitação”.  A repetição da fala do outro tem sido considerada como “porta de entrada” da criança na linguagem.  Entre os distúrbios da fala temos, então:

Ecolalia – Repetição tal qual papagaio do que as pessoas dizem, com eliminação de qualquer evidência de entendimento do que foi mencionado e com perda da fala espontânea. Lesão situa-se no giro angular e córtex adjacente da fissura sylviana posterior do hemisfério dominante. Deve ser realçado que, para se manifestar, a área de Broca deverá estar intacta.

Dislalia – Distúrbio benigno da linguagem caracterizado por omissões ou substituições errôneas de consoantes. É a típica conversa do personagem Cebolinha. Bons resultados com fonoterapia.

Disartria – Articulação inapropriada das palavras. Vista em uma ampla variedade de condições neurológicas distintas. Doenças que afetam o cerebelo e parkinsonianos em fase mais avançada costumam exibir esse transtorno. Entretanto, para fins didáticos, o exemplo mais marcante, que deve-se ter em mente para uma pronta identificação desse distúrbio da fala, é o do “bebum em final de noitada”. Aliás, intoxicação aguda pelo álcool é a causa mais freqüente de disartria. Apesar disso, outras etiologias devem ser ponderadas, principalmente quando a história clínica (e o hálito!) negar esta possibilidade. Em nosso meio, pessoas com a “doença dos açorianos” (Doença de Machado-Joseph), que apresentam marcantes sintomas cerebelares, costumam ser chamados de bêbados até que o diagnóstico seja estabelecido. 

Pacientes com outras formas de heredo-ataxias não raramente sofrem os mesmos percalços sociais.
Afonia – Perda completa da voz, sem qualquer outro sintoma associado. Distúrbios nos órgãos responsáveis pela fonação devem ser pesquisados. 

Na falta de evidência sugestiva de organicidade, uma origem psicogênica deveria ser questionada.

Anartria – Total incapacidade para pronunciar as palavras devido a um defeito no comando nervoso da musculatura envolvida na fonação. Apesar de não emitir sons, demonstra Ter sob controle consciente todos os demais complexos componentes da linguagem. A síndrome do encarcerado em si próprio (the “locked-in syndrome”), em conseqüência de lesões na porção ventral da ponte, é a causa mais freqüente desta rara condição. Nela, os pacientes estão totalmente paralisados e os movimentos oculares são a única forma de expressar plena consciência dos fatos.

Mutismo acinético – Pacientes nesse estado encontram-se em completa irresponsividade, apesar de estar alertas. Nenhuma forma racional de comunicação é possível. Atividade mental consciente nunca é manifestada. A expressão leiga “morto-vivo” talvez seja a melhor forma de expressar essa condição. Lesões vasculares na parte superior do tronco cerebral ou diencéfalo, ou mais raramente hidrocefalia, são as causas. Fonte