Para o desenvolvimento da consciência (cognição) diversos processos mentais se sucedem ao longo da vida. Um desses processos é a formação de conceitos, que tem início na infância, amadurece na puberdade e continua ao longo da vida. A formação de conceitos envolve todas as funções mentais superiores e é um processo mediado por signos, estes constituem o meio para sua aquisição.
A formação de conceitos passa por três fases básicas. A primeira delas é chamada de Sincretismo, onde a criança não forma classes entre os diferentes objetos do mundo externo, portanto, ela agrupa objetos formando amontoados sem características próprias.
A segunda fase na formação de conceitos é o Pensamento por Complexos, na qual o agrupamento dos objetos se dá por ligações concretas entre seus componentes, Assim a criança pode, por exemplo, agrupar por qualquer relação percebida entre os objetos, ou por características complementares entre si, embora eles possam os mais diferentes possíveis; agrupa objetos vermelhos, por exemplo, mesmo que se trate de maçãs junto com brinquedos de plástico vermelhos, vidro de catchup, etc.
Em seguida vem o estágio de Pseudoconceito, onde a criança começa a se orientar por semelhanças concretas visíveis e formar grupos de acordo com suas conexões perceptivas, como por exemplo, agrupar animais em um grupo e as plantas em outro. Nele os resultados obtidos são semelhantes aos obtidos no pensamento conceitual. No entanto, o processo mental pelo qual são obtidos ainda não é o mesmo que ocorre no pensamento conceitual.
Na adolescência essas formas de pensamento mais primitivas (sincréticas e por complexos) ainda não são totalmente abandonadas, mas começam a dar lugar progressivamente à formação dos verdadeiros conceitos.
No ser humano desenvolvido as operações intelectuais se classificam em Conceitos, Juízos e Raciocínio. A atividade sensorial capta infinitas impressões provenientes do mundo exterior, os quais deixam marca de sua passagem na consciência. Para que essas marcas do mundo exterior possam retornar novamente à consciência ou se cristalizem melhor é necessário que se estabeleçam conexões com representações experimentadas anteriormente como fruto de nossa experiência sensorial e depositadas em alguma parte do cérebro. Então, toda vez que um estímulo primário é assim intensificado de forma adequada, ele adquire nitidez indispensável para se tornar consciente, determinando desse modo a compreensão do seu conteúdo. Dessa forma, a melhor compreensão do objeto estaria na dependência do número de representações despertadas pelo ato perceptivo, o qual está sempre reforçando o registro da vivência.
A sucessão de repetições das experiências sensoriais durante a vida faz com que as representações vão se tornando mais complexas e variando de indivíduo a indivíduo. Paulatinamente a pessoa passa a ter maior consciência de sua existência e surge a ideação humana, que consiste numa função psíquica onde se sucedem, primeiramente a percepção, seguida pela fixação na memória e, posteriormente, a elaboração e associação das impressões registradas pela consciência. De maneira continuadamente dinâmica, tudo isso se associa aos elementos anteriores de nossa experiência formando, numa primeira fase, os conceitos concretos e, posteriormente, os conceitos abstratos das coisas. Esse processo todo leva à formação de conceitos, de juízos e do pensamento racional.