Animismo é a percepção de objetos inanimados como se tivessem vida, sentimentos e intenções. A percepção animista é fenômeno comum tanto às crianças como aos adultos, e depende, em sua origem, da sensibilidade de cada pessoa para as “propriedades fisionômicas” dos objetos e acontecimentos.
O termo Animismo foi proposto pelo antropólogo inglês Sir Edward B. Tylor, em 1871, na sua obra Primitive Culture (A Cultura Primitiva). Por Animismo, ele designou a manifestação religiosa na qual se atribui a todos os elementos do cosmos (Sol, Lua, estrelas), a todos os elementos da natureza (rio, oceano, montanha, floresta, rocha), a todos os seres vivos (animais, árvores, plantas) e a todos os fenômenos naturais (chuva, vento, dia, noite) um princípio vital e pessoal, chamado de “ânima”, que na visão cosmocêntrica significa energia, na antropocêntrica significa espírito e na teocêntrica alma.
Consequentemente, segundo o animismo, todos esses elementos possuiriam sentimentos, emoções, vontades ou desejos, e até mesmo inteligência. Resumidamente, os cultos animistas alegam que: “Todas as coisas são Vivas”, “Todas as coisas são Conscientes”, ou “Todas as coisas têm ânima”.
Em psicofisiologia o fenômeno do animismo continua sendo a atribuição de características vivas, animais ou humanas todas as coisas. Na mídia, propaganda e publicidade vemos continuadamente objetos inanimados dançando, sorrindo, cantando, carros com expressão de pessoas, eletrodomésticos vivos, etc.
O animismo, na psicologia infantil, dito de maneira bem simples, designa uma maneira de dar vida aos objetos, de enxergar e se relacionar com a alma das coisas. A diferença básica entre o mundo adulto e o da criança não está na presença ou ausência desses “atributos fisionômicos”, em suas percepções, mas na proporção que geralmente ocupam no conjunto de sua experiência perceptiva. O adulto controla e tende a eliminar tais “características expressivas” dos objetos como fatores meramente subjetivos e irrelevantes. Para a criança, ao contrário, elas constituem geralmente as qualidades fundamentais dos objetos percebidos.
Por força da própria maturação psicológica e da aprendizagem, o mundo perceptual dos adultos tende, por isso, a uma pronunciada uniformidade, com a progressiva “depuração” de tais elementos subjetivos em suas percepções, ao passo que nas crianças predominam normalmente os aspectos subjetivos da percepção. Vem daí o fato do mundo de percepções de uma criança apresentar, comumente, maior riqueza e originalidade que o mundo dos adultos. E as diferenças são mais notáveis de uma criança para a outra do que entre um adulto e outro.