Segundo a dissertação de mestrado de Stella Maris Tessaro Figura Kurtz, a família do maracujá se divide em duas espécies (paropsieae e passifloraceae). A primeira (paropsieae) possui 14 gêneros que estão cultivados na Europa,Ásia e África, a segunda (passifloraceae) é originárias das Américas, mais precisamente, do Brasil.
O maracujá é uma fonte de carboidratos, de minerais como cálcio, ferro e fósforo, e ainda das vitaminas A, C e do complexo B. As folhas do maracujá podem ser usadas como sedativo e calmante na forma de extratos, tinturas, infusos e decoctos, efeitos esses decorrentes dos produtos alcaloídicos (passiflorina) retirados das folhas de Passiflora actinia Hooker, Passifloraceae (fonte: http://www.farmaceuticas.ufpr.br).
No Brasil a cultura do maracujá encontra condições excepcionais para seu cultivo, sendo mais comercializado na região sudeste, mas tem participação de outros estados, como por exemplo da Bahia 17,7%, Sergipe 10%, Ceará 8%. Esses estados juntos conseguem um terço da produção total e depois a região sudeste com um quarto da produção, onde São Paulo (14%) lidera a produção, seguido pelo Estado do Rio de Janeiro (7,85%).
Segundo dissertação de mestrado de Larissa de Biaggi Villas Bôas, o maracujá é constituído por diversas espécies do gênero Passiflora, cujas folhas são utilizadas como sedativo e calmante na forma de extratos, tinturas infusos e decoctos. A espécie Passiflora actinia Hook., conhecida popularmente como maracujá-do-mato, é uma espécie nativa da região Sul do Brasil. Seus estudos químicos e farmacológicos são ainda escassos, sendo o objetivo da dissertaçã~o de mestrado de Larissa de Biaggi Villas Bôas, contribuir para o conhecimento dessa espécie.
Os extratos, fluido e metanólico desclorofilado, analisados em CLAE apresentaram pico com tempo de retenção semelhante ao do padrão isovitexina, que também está presente em grande quantidade na espécie P. incarnata. As frações mais polares (n-BuOH e aquosa) apresentaram em estudos anteriores resultados que sugerem a existência de potencial ansiolítico e sedativo em ratos, sendo que o isolamento de substâncias presentes nessas frações, juntamente com biomonitoramento foi um dos objetivos desse trabalho.
A fração n-BuOH, constituída majoritariamente por flavonoides, possui isovitexina, mas orientina e vitexina estão ausentes. Outros flavonoides estão presentes nas frações, mas não puderam ser isolados e identificados. Parte da fração aquosa do extrato metanólico desclorofilado foi submetida à acetilação, de onde foi isolada uma substância e, identificada por 1H e 13C-RMN como glicerol. As separações de substâncias ativas das frações polares utilizando cromatografia em coluna com Sílica Gel 60G, Sephadex LH-20 e Amberlite XAD-16 não foram bem sucedidas, demonstrando a dificuldade de isolamento de constituintes ativos do maracujá, fato já experimentado por outros pesquisadores (LOLLI, L.F.; SATO, C.C.M.; Romanini, C.V.; VILLAS-BÔAS, L.B.; SANTOS, C.A.M.; OLIVEIRA, R.M.M.W. Possible involvement of GABAa-benzodiazepine receptor in anxiolytic-like effect induced by Passiflora actinia extracts in mice. Journal of Ethnopharmacology, v. 111, p. 308-314, 2007).