A Depressão Pós-parto ou Depressão Puerperal é um transtorno afetivo, usualmente transitório, que se inicia após um parto ou no período puerperal (até aproximadamente até 45 dias após o parto).
Suas características clínicas variam de um breve rebaixamento do humor até uma depressão grave com ansiedade e apreensão e, mais grave ainda, com sintomas psicóticos. Nesse último caso há severos riscos à segurança da paciente e do bebê. Pode haver sentimentos de indiferença ou hostilidade para com a criança e para com o pai desta.
A incidência da Depressão no Pós-parto é elevada chegando a percentual de 10 a 15% nas mulheres que amamentam. O período de maior incidência está em torno dos primeiros dias do pós-parto, mas esses números são confusos quando se tenta estabelecer diferenças entre a chamada Tristeza Materna (Maternity Blues), a Depressão Pós-parto e uma crise depressiva de recaída do Transtornos Afetivo Bipolar no puerpério.
As alterações psíquicas mais comuns do puerpério podem ser divididas em três tipos; a Tristeza Materna (Maternity Blues), a Psicose Puerperal e a Depressão Pós-parto. A Tristeza Materna atinge até dois terços das puérperas, desenvolve-se nos 10 primeiros dias de pós-parto e se caracteriza por irritabilidade, depressão, labilidade do humor, choro fácil e indisposição.
A diferença entre Tristeza Materna e Depressão Pós-parto, apesar de não ser bem esclarecida pelos autores, parece estar no grau de severidade e na evolução do quadro, bem menor e mais breve na Tristeza Materna. A observação clínica, entretanto, mostra que a questão não é assim; o curso e época de maior incidência entre esses dois quadros parecem ser muito diferentes.
Estudos epidemiológicos têm estimado que mais de 80% das mulheres em idade reprodutiva, de modo geral, experimenta algum sintoma de humor deprimido. A Tristeza Materna (Maternity Blues), por sua vez, apresenta uma prevalência de 25 a 85%, dependendo do critério diagnóstico utilizado. Os sintomas desta síndrome se iniciam logo nos primeiros dias do pós-parto, diminuindo pelo décimo quinto dia e se resolvendo logo depois. Uma das características de diagnóstico para Tristeza Materna é que seus sintomas característicos não devem ser considerados suficientes para causar sérios danos para o funcionamento da mulher.