Drogadicção (ou Adicção a Drogas) é um neologismo inadequado originado da má tradução do inglês ou espanhol, mas, de qualquer forma, acabou fazendo parte da linguagem técnica psiquiátrica quando se refere à Dependência Química. Assim sendo, adicção e dependência tornaram-se sinônimo.
A maioria das definições de adicção a drogas ou Dependência de Substâncias inclui descrições do tipo “indivíduo completamente dominado pelo uso de uma droga (uso compulsivo)” e vários sintomas ou critérios que refletem a perda de controle sobre o consumo de drogas.
As pesquisas, hoje em dia, caminham através da Psiquiatria e da Psicologia Experimental, juntamente com a neurobiologia. Todas essas áreas se esforçam para identificar os elementos emocionais e biológicos que contribuem para alterar o equilíbrio do prazer (homeostase hedonista), alterações esta que dá origem àquilo que se conhece como drogadicção (droga-adicção). A palavra “adicção” é um neologismo técnico que quer dizer, de fato, “drogadicção“.
O tema “drogas” é muito complexo, multidimensional e tem atraído a atenção da maioria dos países. Nas últimas duas décadas, importantes avanços nas ciências do comportamento e nas neurociências vieram contribuir para um melhor entendimento na questão do abuso de drogas e da drogadicção (droga-adicção).
A neurociência tem identificando circuitos neuronais envolvidos em todos tipos de abusos conhecidos, assinalando regiões cerebrais, neuroreceptores, neurotransmissores e as vias neurológicas comuns afetadas pelas drogas. Também têm sido identificados os principais receptores das drogas suscetíveis de abuso, assim como todas as ligações naturais da maior parte desses receptores.
Neurologicamente a Dependência Química deve ser considerada uma doença. Ela está ligada a alterações na estrutura e funções cerebrais, e isso torna a drogadicção fundamentalmente uma doença cerebral. Inicialmente, o uso de drogas é um comportamento voluntário mas, com o uso prolongado um “interruptor” no cérebro parece ligar-se, e quando o “interruptor” é ligado, o indivíduo entra em estado de dependência química caracterizado pela busca e consumo compulsivo da droga.
Segundo o CID.10, Dependência seria um conjunto de fenômenos psico-fisiológicos que se desenvolvem após repetido consumo de uma substância psicoativa. Tipicamente a Dependência estaria associada à várias circunstâncias, como por exemplo, ao desejo poderoso de tomar a droga, à dificuldade de controlar o consumo, à utilização persistente apesar das suas conseqüências nefastas, a uma maior prioridade dada ao uso da droga em detrimento de outras atividades e obrigações, a um aumento da tolerância pela droga e por vezes e, finalmente, associado a um estado de abstinência quando de sua privação.
A Síndrome de Dependência pode dizer respeito a uma substância psicoativa específica (por exemplo, o fumo, o álcool ou o diazepam), a uma categoria de substâncias psicoativas (por exemplo, substâncias opiáceas) ou a um conjunto mais vasto de substâncias farmacologicamente diferentes.
Segundo o DSM.IV, a característica essencial da Dependência de Substância é a presença de um agrupamento de sintomas psico-fisiológicos indicando que o indivíduo continua utilizando uma substância, apesar de problemas significativos relacionados a ela.
Existe um padrão de auto-administração repetida que geralmente resulta em tolerância, abstinência e comportamento compulsivo de consumo da droga. Um diagnóstico de Dependência de Substância pode ser aplicado a qualquer classe de substâncias, exceto à cafeína. Os sintomas de Dependência são similares entre as várias categorias de substâncias, mas, para certas classes, alguns sintomas são menos salientes e, em alguns casos, nem todos os sintomas se manifestam.