Circunstancialidade, ou Prolixidade é uma alteração no rumo (direção) do pensamento. O paciente com circunstancialidade revela uma irritante incapacidade para selecionar o tema essencial dos detalhes acessórios, ou seja, o pensamento foge da pauta principal e perde-se no detalhamento trivial.
No discurso que manifesta o pensamento aparece um grande rodeio em torno do tema central, uma riqueza aborrecedora de detalhes e circunstâncias sem propósitos práticos e pormenores desnecessários, tornando o discurso bem pouco agradável.
À esta situação chamamos também de Viscosidade ou discurso Viscoso ou, quando esta é uma das características constante da pessoa, pode-se chamá-la de pessoa Viscosa. Um exemplo contundente de viscosidade é a conversa ou a atitude de alguns bêbados, muito inconvenientes e dos quais não é fácil se livrar.
Na Circunstancialidade aparece, como é natural, um certo grau de ansiedade por parte do interlocutor, provocada pela morosidade na conclusão da idéia. Um paciente, perguntado se tinha ido fazer uma tomografia, cuja resposta deveria ser algo como sim ou não, dizia: ” bem, tive que ir terça feira passada porque o movimento do escritório às terças é menor; na segunda feira é que tem mais serviço, porque o pessoal deixa tudo para ser resolvido às segundas. Até que foi bom eu ter deixado para a terça, porque, lá no serviço do tomógrafo, eles também devem ter mais movimento de segunda, que por sinal é um dia terrível. Acho que (brincando) a semana deveria começar pela terça“.
A Prolixidade produz um curso do pensamento muito tortuoso e o tema central fica seriamente prejudicado pelas divagações inúteis e pelos comentários paralelos. Em seu diálogo o paciente viscoso tem sempre algo a acrescentar e de tal forma que o fim da conversa fica desagradavelmente comprometido. No consultório ele é capaz de levantar-se muitas vezes antes de ir embora e sentar novamente para acrescentar mais alguma coisa, absolutamente sem importância.