Choque Cultural é um estado de isolamento social, ansiedade e depressão que acontece devido à dificuldade da pessoa em se adaptar à uma nova e diferente realidade cultural que ocorre quando muda para uma outra cultura que não a sua, ou quando fica muito tempo fora de sua cultura original e volta à ela.

Esse tipo de problema costuma ser freqüente entre migrantes e imigrantes, mas pode também ocorrer quando as circunstâncias de vida ou de regime político mudam radicalmente dentro da mesma sociedade. Imediatamente após o contacto com a cultura diferente a pessoa pode experimentar um estresse pequeno e, durante algum tempo, até desfrutar de certos aspectos da nova cultura.

Com a manutenção da situação por mais tempo pode haver um agravamento do estresse psicológico. Os sintomas e sinais associados com este estresse variam de uma pessoa para outra, mas costuma ser representado por ansiedade, alterações do humor e/ou do comportamento. Este estado de Choque Cultural costuma se resolver em alguns meses ou, no máximo, em dois anos. Algumas vezes pode evoluir para um transtorno psiquiátrico mais sério e com severo prejuízo do processo de ajustamento cultural.

Alguns autores sistematizam a evolução do Choque Cultural em quatro fases:

Primeira fase: É uma fase habitualmente curta, digamos as primeiras duas a três semanas e constitui um período de euforia (ou encantamento) que tem a ver com a emoção da viagem, da nova terra e das novas pessoas. É o que geralmente acontece quando se vai de férias para um lugar novo.
Segunda Fase: É a fase do choque e, agora, aquilo que era interessante e encantador já não parece tão interessante nem tão encantador. É quando começa a vida real no novo ambiente.
Terceira Fase: Inicia-se quando o indivíduo estrangeiro aprendeu gradualmente a funcionar nas novas condições e nas novas regras, adotando e compreendendo alguns valores e normas locais, adquire confiança em si próprio e finalmente se integra na nova rede social.
Quarta Fase: Constitui o estado de estabilidade mental que acaba por ser alcançado. Contudo, os sentimentos podem permanecer negativos em comparação com a cultura de origem da pessoa, mas ela pode sentir-se tão bem como anteriormente e neste caso, pode considerar-se que se atingiu uma adaptação bicultural. Pode mesmo dar-se o caso da pessoa se sentir ainda melhor no novo ambiente e adaptar-se totalmente ao modo de vida dos anfitriões. Nestas situações pode colocar-se dúvidas quanto ao seu regresso tal como na fase 4ª se coloca a hipótese de repatriação por inadaptação, do próprio ou da família.

Em termos de migração ou emigração para trabalho, o choque cultural e toda a sintomatologia física que o acompanha pode mesmo atingir uma intensidade que leve à repatriação e muitas empresas têm experiências deste tipo. Não obstante, muitos regressos expatriados sucumbiram à pressão dos conjugues ou à inadaptação dos mesmos ao novo ambiente ou à nova situação de separação.

A expressão “luto cultural” pode significar uma condição, na qual a pessoa que sofre não sofre apenas devido ao esforço de se ajustar às circunstâncias de uma nova cultura mas, sobretudo, ao se dar conta da perda da cultura anterior.