Associações de Ideias são um processo intelectivo segundo o qual a mente humana, a partir de uma ideia inicial (indutora), é imediatamente levada a suscitar uma outra. Isso ocorreria em razão de alguma “conexão natural” existente entre ambas.
A ideia indutora pode ser representada no caso, tanto por uma palavra, como por um objeto, uma imagem, ou mesmo uma emoção (da qual o sujeito toma consciência) cujo simples aparecimento na mente é suficiente para despertar uma segunda ideia, e esta uma terceira, e assim por diante, num processo praticamente sem limite e no qual, conforme a expressão popular, “uma coisa puxa a outra“.
Trata-se de fenômeno conhecido e estudado desde a antiguidade grega. Já Aristóteles descobrira que o processo de associação de idéias se rege por algumas leis intrínsecas e invariáveis. São elas:
a) a lei da contiguidade (ou continuidade) temporal, segundo a qual a ideia indutora tende a evocar de preferencia uma segunda ideia que, em experiência anterior, tenha sido apreendida ao mesmo tempo ou quase ao mesmo tempo que ela;
b) lei da semelhança (ou similaridade), segundo a qual uma ideia tende a suscitar outra que lhe seja afim quanto ao significado;
c) lei do contraste, segundo a qual uma ideia tende a evocar, entre outras, uma outra que lhe seja especificamente contrária.
A estas três leis básicas deve-se juntar, segundo alguns intérpretes, a lei da causalidade, de acordo com a qual o objeto representado pela idéia induzida apresenta uma relação de causa ou efeito com o objeto ou coisa representada pela ideia indutora.
Depois de muitos séculos, foi o inglês Locke quem lançou em circulação, tanto em Filosofia como em Psicologia, a expressão “associação de ideias“. Muitos psicólogos passaram a entender todo o funcionamento da mente humana como um simples processo de associação, de natureza mais ou menos mecânica. São os chamados associacionistas.
A existência desse processo mental, bem como o conhecimento das leis que o regem, possibilitou a Freud e aos psicanalistas desenvolver, em psicoterapia, uma importante técnica de análise psicológica, conhecida como “prova (ou método) das associações“, sejam livres, sejam condicionadas. Anteriormente cura da doença proposta por Freud consistia em fazer com que o paciente tornasse consciente o inconsciente, deixando assim de produzir os sintomas. Para tanto, Freud se valia da hipnose como um procedimento que facilitava a recordação.
Mais adiante Freud reformulou seu método terapêutico e deixou de usar a indução hipnótica, passando a solicitar que o paciente expressasse tudo que lhe ocorria à mente, fazendo assim uma livre associação de ideias. Essa nova técnica de tratamento marcou o início da Psicanálise